6 - Do amor ao Pecado

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Vanessa estava pensando sobre a vida, na cama, como sempre ficou quando seus pensamentos só eram sobre a programação. Agora eram divididos com Vlad e então se pegou pensando: "Será que ele é a certeza da felicidade? Será que eu fiz certo em trazer ele aqui e transar com ele duas vezes? Tecnicamente, ele foi o primeiro, mas eu tive várias paixões que me levaram a loucura. Mas o que estou pensando? Eu tenho 24 anos e sou uma mulher e também nos preservamos...que mal tem? ".

– Alô – atendeu o telefone que tocou de repente.

– Alô, querida! O que conta de novo para sua mãe? Sua voz é de uma pessoa alegre e que está louca para me contar – disse sua mãe com um ar que já sabia só não sabia ao certo.

– Estou namorando, o cara é legal, companheiro e sabe conversar – sua mãe deu um suspiro e respondeu num tom alegre – Ótimo querida. Resta saber se o seu pai vai aceitar o rapaz. Ele morre de ciúmes de você.

Vanessa não suporta esse jeito de sua mãe falar como se ela fosse de cristal. Dês de muito jovenzinha seu pai ficava afugentando os garotos como se ela não pudesse se defender de possíveis ataques.

– Mãe, não começa a dizer essas baboseiras que meu pai pensa senão eu vou dizer o que eu penso e vamos brigar, o importante é que estou feliz e não troco a minha felicidade por mais de ninguém. Quantas coisas reneguei por causa dele e minha vida não foi a mil maravilhas? Eu estou sendo feliz aqui porque sai da redoma que ele me colocou a minha vida inteira e agora você vem com isso de dizer para mim que ele não vai gostar – parou e deu um suspiro – o meu namorado é publicitário e trabalha aqui perto, rolou de nos encontrar eu gostar dele e ele gostar de mim e ponto.

– Calma Vanessa! Só comentei que seu pai iria implicar que tivesse namorando, mas estou feliz por você, de verdade.

– Eu sei, mas já senti aquele ar de piedade com um tom que vou ter que abrir mão graças ao meu pai. Digo uma coisa. Dessa vez não. - a mãe de Vanessa não gostou muito desse tom dela, mas queria evitar maiores conflitos e não queria uma discussão acalorada – Não sei de nada Vanessa, você e seu pai que se entendam porque sempre eu fico no meio, sua irmã Valéria, está sofrendo horrores com esse ciúmes dele. E olha que ela não tem nenhuma deficiência como você, então, eu sinceramente quero que se dane. Ainda bem que você saiu das barras do seu pai.

– Ótimo que pense assim, por isso se damos bem. Porque não é que tenho meu pé torto que sou uma inútil como ele pensa e não vou admitir pessoas se metendo no meio. Ah! O nome dele é Vladimir e é um bom homem, ele manca por uma deficiência na perna. Lindo casal, não? Um tem o pé torto para dentro e o outro "manca". – As duas deram risada e a mãe de Vanessa num ar preocupado disse – Cuidado Van, tem tantas coisas acontecendo hoje em dia, que... – ouviu os suspiros e bufos de Vanessa e parou – bom, o importante é que está feliz!

Antes de desligar, a mãe de Vanessa informou que eles talvez iriam na outra semana e que ela ficaria feliz em conhecer o rapaz e desligou. Vanessa sabia que era difícil eles aceitarem, mas tinha certeza que nada iria ficar no meio dos seus planos e que um dia riria dessa situação, sua maneira sarcástica de encarar dificuldades, tinha seu preço das pessoas sempre acharem que ela era subversiva, uma pecadora. Sua mãe, Alice Albuquerque, era uma filha de fazendeiro que sempre viveu dentro de fazendas porque sua família sempre foi fazendeiro, pois a genealogia dela era de fazendeiros que faz séculos desbravava o campo do interior. Não menos era a família do pai de Vanessa, Salomão Albuquerque, vinha de famílias tradicionais que se encontravam no interior há muitos séculos e não pretendiam muito ir até a cidade. Mas Vanessa era a ovelha negra da família sempre, porque sempre quis muito mais, nunca se importou com seu pé torto e seu andar e sempre viveu sua vida.

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