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Eu não sei quanto tempo eu estive presa no carro, mas a minha cabeça latejava e eu não podia ignorar a dor aguda na minha mão esquerda sempre que eu tentava movê-la. Foi ficando mais difícil respirar com o que seja que estava sendo pressionado contra meu peito. Eu nem mesmo podia dizer se eu estava mais sentada. Eu sabia que eu ainda estava no carro, mas também sabia que não estávamos sentados eretos.

Qual o ângulo que o carro estava? Eu não podia dizer. O murmúrio abafado de Derek ficou mais lento, acho que cerca de uma hora atrás. Eu já não podia dizer se ele ainda estava respirando. Eu me concentrei em meus pensamentos, debatendo se deveria ou não colocá-los na cabeça de meu pai. A escuridão me puxou mais ainda.

O som das sirenes me trouxe mais perto da realidade. Eu tentei mais uma vez avisar o meu pai, mas eu não podia fazer a minha mente funcionar corretamente.

“Olá! Alguém pode me ouvir?” Alguém estava gritando.

Abri a boca para responder, mas nada saiu. A pressão no meu peito doía muito. Apesar da dor, movi a minha mão esquerda e procurei por Derek na teia emaranhada de metal e vidro. Encontrei a sua mão e segurei nela. Um sorriso leve espalhou em meus lábios quando sua mão se contraiu embaixo da minha.

“Quantas pessoas estão no veículo?” A voz falou novamente. Eu podia ouví-lo ao lado de Derek no carro. Ao mesmo tempo, ouvi alguém ao meu lado.

“Eu tenho uma aqui, sexo feminino. Ela está presa contra o painel. Eu não acho que posso tirá-la.” O homem perto de mim falou com preocupação.

“Motorista homem, ninguém atrás. Se havia, eles não sobreviveram. Precisamos nos concentrar nos dois na frente agora.”

“Querida, você pode me dizer o seu nome?”

Abri a boca novamente e forcei meus olhos a se abrirem. A luz era muito brilhante. Eu apertei meus olhos fechados. “Desculpe”, disse o homem e o brilho desapareceu.

“Eu sou Jerry, vamos te tirar daqui. Agüente firme.”

Balancei a cabeça da melhor forma que pude.

“O menino não está muito bem. Precisamos tirá-lo agora.”

Uma mão tocou o meu braço direito. “Este é Kevin, nós vamos ter que ajudar o seu amigo primeiro, mas não vamos deixar você aqui sozinha. Você entendeu?” Jerry me perguntou.

“Ajude…” Eu resmunguei. Aquela única palavra tomou muita energia. “Ele”. Eu estava cansada demais para ficar acordada. Derek estava sendo ajudado e isso é tudo o que importava.

“Chame por reforços! Eu não vou sair do lado dela. Ela não está estável o suficiente.” A voz de Jerry soou distante. “Espera, ela está tentando dizer algo.” Ele estava falando de mim? Eu não pude sentir meus lábios se movendo.

“Nessie, eu acho que ela está nos dizendo o nome dela. Cullen?” A voz de Jerry estava mais perto agora. “Cullen…” Ele parou enquanto ele pensava sobre isso. “Oh,” Jerry ofegou. “Kevin, ligue para o hospital agora! Chame um dos Cullens, e deixe que eles saibam que temos uma Nessie aqui.” Só depois outra ambulância se aproximou. Eu estava perdida na escuridão mais uma vez.

O ar fresco batendo em meu rosto me trouxe de volta à realidade. Abri meus olhos e olhei para o céu. Apertei minha mão esquerda, mas não foi a mão de Derek que eu agarrei. Meu braço estava em uma cinta. Eu não podia mover minha cabeça para olhar ao redor, ela estava presa em um colar cervical.

“Derek,” sussurrei na escuridão.

“Ele está na ambulância, eles estão levando ele para o hospital agora. Você é a próxima.” Eu tentei sentar, mas algo estava me segurando. “Calma, Nessie. Você está em uma prancha de imobilização.”

Coração Inquieto (Twilight Fiction) AUOnde histórias criam vida. Descubra agora