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“Vamos começar do princípio,” Meu pai disse enquanto olhava meu cinto de segurança.

Eu suspirei, mas o coloquei.

“Agora, esse carro tem alguma potência. Eu quero que você vá com calma. Não faça me arrepender de ir contra a vontade da sua mãe.” Ele levantou uma sobrancelha e deu um sorriso torto.

“Como uma regra geral, pai, você nunca vai contra o que ela quer.” Eu zombei.

Meu pai concordou com a cabeça e deu um tapinha no meu joelho. “Você tem sorte que eu te amo tanto.”

Eu ri e dei partida no carro, chequei todos os espelhos para ter certeza que eu conseguia enxergar e coloquei o carro em movimento.

“Agora, lentamente pise no – RENESMEE!” Meu pai gritou quando eu afundei o pé no acelerador. Rolei os olhos. Eu sabia o que estava fazendo. Dirigir para mim era como um segundo instinto. Era fácil e muito divertido.

“Relaxa, pai,” eu gemi. “Eu sei o que estou fazendo.

“Vá mais devagar!” Ele gritou.

Olhei de relance para sua expressão horrorizada e me inclinei pra a frente rindo. “Não seja molenga.”

“Renesmee Carlie Cullen…” A voz do meu pai foi morrendo quando ele viu que eu fiz a volta perfeitamente.

“Sim?” Perguntei.

Eu o vi sorrir para mim pelo canto do olho, e ele se recostou de volta em seu assento.

“Ok, então você definitivamente é minha filha,” ele respirou fundo e deu um sorriso zombeteiro. “Vire à esquerda aqui.” Ele sussurrou.

Eu me virei para olhar para ele, a confusão estampada no meu rosto. “Errr, a mamãe…”

“Não está aqui. Deixe ela comigo. Agora vamos ver o que essa coisinha consegue fazer… a não ser que você não queira.” Agora eu entendi por que ele estava sussurrando. Ele sabia que ela estaria tentando nos ouvir.

A luz ficou verde e eu fiz a curva. Ele realmente pensou que eu não iria querer? Eu virei para entrar na estrada e sorri quando a encontrei praticamente deserta.

Nós só estávamos dirigindo por alguns minutos quando faróis surgiram atrás de mim. “Fomos pegos.” Eu disse enquanto olhava no retrovisor. Era o carro da minha mãe. Meu pai fechou os olhos e apontou para a nossa frente. “Pegue essa saída e pare num estacionamento. Eu vou dirigir pelo resto do caminho pra casa.”

“Nem pensar!” Eu grunhi. “Eu não vou parar esse carro! Ela vai me pegar.”

“Então diminua e deixe ela te ultrapassar.” Eu fiz como ele disse e é claro, ela deu a volta ao nosso redor. Eu me recusei a levantar os olhos para ela. Eu sabia que ela estava louca. Ela surgiu na minha frente e afundou o pé no seu freio. Eu fiz o mesmo para não atingi-la. Ouvi meu pai engasgar ao meu lado, mas ele relaxou quando percebeu que meus reflexos eram melhores do que ele pensava.

Meu pai suspirou e balançou a cabeça. “Ela vai fazer você ir no limite de velocidade por todo o caminho pra casa.”

Rosnei e me recostei de volta no meu assento. Eu sentia como se fosse capaz de rastejar mais rápido do que estava dirigindo.

Quando estacionei em frente à minha casa, recusei-me a sair do carro. Minha mãe saiu do carro dela e inclinou-se contra ele, me observando. Meu pai e eu saímos ao mesmo tempo e minha mãe lhe lançou um olhar fulminante. Eu acho que nunca a havia visto olhando para ele dessa forma. Eu não achava que ela tinha essa natureza.

“Renesmee, para dentro.” Sua voz estava fria.

“Relaxa, não foi nada. Eu-“

Agora!” Ela rosnou. Eu dei um salto e corri para a porta da frente. Fechei ela e dei a volta para olhar pela janela. Minha mãe ficou parada por alguns segundos olhando para o meu pai. Ele deu um passo na direção dela, mas ela recuou.

Coração Inquieto (Twilight Fiction) AUOnde histórias criam vida. Descubra agora