Para Noah Young, tudo pode ser considerado música: desde as tonalidades das folhas que caem no caminho da escola até as frases ditas por seus amigos. Callie Lewis, em especial, é a sinfonia que descompassa o coração do jovem cantor. Como um casal ad...
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Termino de confirmar uma reserva por e-mail e olho para o grande relógio na parede. Estou contando as horas para tocar no Seaside desde que acordei essa manhã.
– Parece ansioso. – Jackie comenta desligando o telefone. – É hoje lá no Seaside, né?
– Sim. – Confirmo. Um senhor de idade se aproxima. – Boa tarde. O senhor precisa de ajuda?
– Posso reservar uma mesa no restaurante? – ele pergunta meio confuso.
– Sim, claro. – Coloco a mão no ombro de Jackie. – Ela vai reservar para o senhor.
Jackie atende-o com seu sorriso habitual para hóspedes.
Verifico o e-mail, vendo que a confirmação de recebimento acaba de chegar. Hoje o hotel está agitado, mas ontem estava bem mais – claro, era sexta-feira, nas férias de verão mais quente do século.
Outra hóspede me chama, perguntando se conheço um bom restaurante por aqui. Aproveito a oportunidade e anoto o endereço do Seaside Club para ela.
– A comida de lá é ótima. Não irá se arrepender. E terá música ao vivo hoje.
– A ideia de jantar à beira do mar me agrada muito. Obrigada. – Ela sorri e acompanha duas garotinhas que acredito serem suas filhas.
– Olha a propaganda, Young. – Jackie brinca me dando um empurrão de leve. – Não sei se a propaganda é para o Seaside ou para você.
– Ela queria o nome de um restaurante bom. Conhece algum melhor que o Seaside?
– Só conheço o do Pacific Coast Hotel. – Ela soa séria, mas está rindo.
– Nunca comi aqui. Não posso dizer. – Rio.
– Nunca reclamaram. Eu queria ir te ver, mas é claro que Jason não irá me liberar mais cedo.
– Meu amigo, o Tyler, sabe? Bem, ele vai filmar. Mando o vídeo para você.
– Tyler? O que está sempre animado?
– Esse mesmo.
Ela sacode a cabeça, rindo.
Olho para o relógio mais uma vez. Vinte minutos para eu ser liberado.
– Jackie, Noah. – Levanto a cabeça e vejo Harold.
Ele com sua postura exemplar, o cabelo sem um fio fora do lugar, o terno impecável. Nem parece o mesmo homem de pijama que briga pelo controle remoto que vejo em casa. Esse pensamento me faz rir.
– Cadê o Jason? – ele pergunta diretamente a Jackie.
– Está na sala dele, Morgan. – Jackie responde.
– Bem, avise-o que estou levando Noah. Ele tem uma apresentação para fazer. – Harold diz sorrindo para mim. – Vamos?
Ainda faltam alguns minutos para eu ser liberado, mas se o gerente geral está me livrando desses minutos, não irei reclamar.
