Ouço o barulho do despertador parecendo bem distante na minha cabeça, mas ele rapidamente se aproxima, ficando mais alto, impedindo-me de continuar dormindo. Estico a mão para desligá-lo, ajeito meu travesseiro e tento voltar a dormir. Por qual motivo ativei o despertador mesmo?
Escola. As aulas voltam hoje. Passei as férias inteira dormindo até mais tarde, voltar a rotina de acordar cedo agora é bastante complicado. Com muita luta, consigo me sentar na cama. Esfrego os olhos para conseguir abri-los e me espreguiço. Parece que não dormi nada.
Só depois do banho me sinto realmente acordado. Arrumo minhas coisas e vou para a cozinha.
– Bom dia!
Harold está botando café em sua caneca, minha mãe está terminando de comer e Amy ainda está pegando a caixa de cereal.
– Bom dia, filho! – minha mãe diz.
– Obrigado, Amy. – Pego a caixa da mão dela e me sirvo primeiro. Amy me empurra. – Ei, calma aí! – coloco na tigela para ela também. – Você nem parece que está acordada.
– Não estou. – Ela resmunga e se senta ao lado de nossa mãe.
– Carona? – Harold pergunta apoiado na pia com sua caneca na mão.
– Não, obrigado. – Respondo derramando leite em minha tigela. – Gosto de ir andando, você sabe.
– Não sei por que ainda oferece. – Amy diz a Harold.
Reviro os olhos para ela e começo a comer.
– Estávamos pensando em te dar um carro de presente. – Minha mãe diz levando seu prato para a pia.
Travo com a colher a caminho da boca.
– Não estão pensando mais? – indago.
– Não precisa de carro. Gosta de andar, lembra? – Amy resmunga. Está mais mal-humorada hoje que o habitual.
– Não era para contar a ele, Julia. – Harold passa o braço por trás dos ombros de minha mãe e olha para mim. – Nós pensamos nisso não tem muito tempo e ainda não sabemos quando iremos te dar.
Não importa, saber que irei ganhar é o suficiente para me deixar mais animado. Ter meu próprio carro vai facilitar muito às coisas. Nada de pedir o carro deles emprestado, nada de táxi, nada de ligar para minha mãe me buscar. Só não quero para ir à escola. Gosto mesmo de ir andando com Callie como minha companhia.
– Já agradeço. – Sorrio.
– Você merece. – Minha mãe diz só para me deixar sem jeito.
– Rápido, Amy. Não podemos demorar. – Harold termina de beber seu café.
Amy assente, mas continua comendo lentamente.
– Eu não posso esperar. Tenho que ir. – Minha mãe diz. – Nos vemos a noite.
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Callie & Noah | ✓
Teen FictionPara Noah Young, tudo pode ser considerado música: desde as tonalidades das folhas que caem no caminho da escola até as frases ditas por seus amigos. Callie Lewis, em especial, é a sinfonia que descompassa o coração do jovem cantor. Como um casal ad...