– Callie, por favor, levanta dessa cama e vem passar um tempo comigo! – Annie sacode meus ombros e eu continuo com a cabeça enterrada no travesseiro.
Eu tento acertá-la, mas perdi minha noção espacial assim que me tornei parte dos móveis do meu quarto. Sei onde está a minha cama, o banheiro e o copo d'água.
– Chega, você vai sair desse quarto e vai para a minha casa sim hoje! – ela se levanta da cadeira e eu me viro para ver o que ela vai fazer.
Ela pega uma mochila vazia no chão e coloca uma muda de roupa limpa para mim, meu biquíni, chinelos e um pijama. Grita para a minha mãe que vai cuidar muito bem de mim e pega meu celular na escrivaninha.
– Eu não quero ir – cruzo meus braços na altura do meu peito.
– Não perguntei se você quer ou não. Vamos, chega disso. Já faz duas semanas que vocês brigaram, me poupe!
Ela agarra meu braço e me puxa. Eu fico de pé e ela me arrasta até a porta para sairmos. Eu nem tento me segurar nos móveis, deixo que ela me leve sem reclamar. Entramos no carro e ela dirige para a casa do seu pai.
Descemos na garagem e vamos direto para o quintal. A piscina enche meus olhos e o sol da tarde parece perfeito para um bronzeado perfeito – ou apenas a coloração avermelhada se eu dormir no sol. Annie joga a bolsa para mim e eu sei o que devo fazer.
Subo para o quarto dela e me troco. Desço e a encontro conversando com a empregada sobre ela poder preparar algo para nós comermos.
– Olá, Charlotte – ela me cumprimenta.
– Ah, olá – digo. Droga, ela sempre trabalhou aqui na casa de Annie e eu acabo de esquecer seu nome.
– Amanda, tem daquele queijo que a Callie adora? – Annie rouba uma maçã da fruteira.
– Acredito que sim. Sanduíches e suco para vocês então.
– Isso – Annie confirma e eu deixo-as na cozinha.
A árvore do vizinho faz sombra na piscina e eu abandono a ideia de deitar na esteira para tomar sol. Tiro meu short e mergulho de cabeça na piscina. A água gelada me refresca e me acorda desse maldito pesadelo.
Chego até a superfície e Annie já está deitada de bruços na esteira. Eu jogo um pouco de água nela e recebo seus xingamentos com uma risada alta.
– Engraçado tirar o bronzeador dos outros. – Ela vira o rosto para o meu lado.
– Se continuar reclamando, eu vou te jogar na piscina.
– Duvido.
– Mesmo? – apoio-me na borda, pronta para subir e puxá-la para dentro.
– Não. Agora me deixe!
Rio mais uma vez. Antes que ela volte para sua sessão de bronzeamento, peço que ela pegue meu celular e uma toalha. Ela resmunga ao fazê-lo.
Eu olho as ligações que recebi na última semana e que deixei cair na caixa postal. Tyler me ligou algumas vezes. Decido retornar para ele hoje.
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Callie & Noah | ✓
Teen FictionPara Noah Young, tudo pode ser considerado música: desde as tonalidades das folhas que caem no caminho da escola até as frases ditas por seus amigos. Callie Lewis, em especial, é a sinfonia que descompassa o coração do jovem cantor. Como um casal ad...