História. . . da Magia?

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"Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado."

- Roberto Shinyashiki

Tive um sonho muito estranho naquela noite.

Estava correndo por um matagal extenso, fugindo de uma sombra, ameaçadora e impossível de se enxergar, que vinha velozmente em meu encalço. Quanto mais eu me lançava à frente, mais pesados meus passos pareciam ficar, e mais rápido meu perseguidor se aproximava de mim.

Repentinamente, um clarão surgiu adiante, me cegando por um momento.

A sombra se dispersou, desaparecendo, aparentemente fugindo do clarão azulado.

Quando a luz diminuiu, pude focalizar a silhueta de uma mulher encapuzada.

Ela aproximou-se de mim e passos lentos, envergando a cabeça curiosamente. Sua mão, clara, de traços delicados, ergueu-se em minha direção.

Senti o vento ao redor paralisar com seu gesto. A grama ficar imóvel. Até mesmo as estrelas pararam de rutilar.

Vi o laivo de dois olhos prateados surgindo na escuridão do capuz.

- Ajude-a - disse, numa voz tão suave quanto imperiosa e arrepiante - Ajude-a, Scorpius. Ela precisará de você para o que está por vir - acrescentou de modo sinistro - a profecia irá se cumprir.

Minha visão esmoreceu, e ouvi gritos e latidos ao meu redor.

Acordei ofegante.

Olhei ao redor, piscando, percebendo que já era de manhã. Todos os garotos já estavam se vestindo, e pareciam ter se distraído com meu despertar assustado.

Alvo me encarou, ajeitando a capa sobre os ombros.

- Tudo bem, Scorpius?

Arquejei, ainda perturbado.

- Estou - menti por impulso, sacudindo a cabeça,

O fato era que eu estava quase aturdido. Que sonho havia sido aquele? O que significaria?

Decidi que falaria com Alvo mais tarde. Apenas assenti, reafirmando minha resposta.

- Bem... nesse caso, se apresse. Vamos acabar perdendo a aula de História da Magia. E disseram que a professora Hawkes não aceita atrasos.

- Estou indo - falei, saltando da cama e começando a me arrumar.

--------O-------

Durante o trajeto em direção à sala de aula, contei a Alvo sobre o sonho.

Ele mal piscou enquanto eu descrevia os detalhes, apenas o fazendo quando finalmente terminei.

- Que assustador - comentou, apertando os livros em seu braço - e você nem faz ideia do que...?

- Não - respondi, tenso - foi tão real... e aquela mulher... me é tão familiar...

Assim que entramos na sala, tomamos nossos lugares. Infelizmente, nosso horário não seria com os alunos da Grifinória, e provavelmente não veríamos Rose e seus primos durante o dia.

- Que sono - resmungou ele, tamborilando os dedos na mesa - será que a professora vem logo?

Um assomo alto e coletivo respondeu sua pergunta. Várias cabeças se viraram na direção de uma mulher que adentrou na sala, trajando um elegante conjunto de vestes carmesim, que combinavam com o pequeno chapéu em sua cabeça. Era muito bonita, mesmo que aparentasse estar próxima da meia-idade, de cabelos louros compridos e olhos claros.

Gênese - A Saga da Rosa (Temporada I)Onde histórias criam vida. Descubra agora