Claire
"Mas onde estão o raio das chaves?" Soph grita consigo mesmo enquanto vasculha a mala com a esperança de encontrar aquilo que procura. Estou um bocado nervosa, não sei bem porquê. Talvez por causa daquilo que aconteceu hoje no corredor. "Tinha a certeza que pus na mala, só espero que o Harry esteja em casa para me abrir a porta." Ela toca à campainha mas ninguém responde ou abre a porta. Agora sim tenho a certeza que o Harry não está em casa, ufa. "Ah." A mãe do Harry diz quando finalmente encontra as chaves, estavam no bolso.
Assim que as chaves são colocadas na fechadura podemos perceber que ela não se encontrava fechada. "Ai este harry, é demasiado preguiçoso para vir abrir a porta." Soph sussura demaneira que o Harry não ouça. A casa está tal igual, o vidro que o Harry partiu já foi renovado. Aquela foi, de certeza, uma versão do harry que eu não conhecia e também não gostaria de ter conhecido.
A Soph pousa as chaves na mesinha que se encontra no corredor. Reparo que está uma carta escrita com o nome dela em cima da mesa, só cartas nesta família. Ela abre-a e lê em voz alta.
"Antes demais desculpa por te ter feito isto, eu gostava que tudo fosse mais fácil. Adorei ter pass..." Isto é uma carta de despedida? Oh não.
Todas nós subimos as escadas numa correria até chegarmos ao quarto do Harry. Vazio.
"Harry!" A Soph grita desesperadamente e não se obtém resposta. As lágrimas já me estão a cair, como é possível aquele rapaz sem sentimentos já ser tão importante para mim? "Harry, onde estás?" Estamos todas desesperadas à procura em todos os cantos da casa até chegarmos à porta da casa de banho, está trancada.
"Harry, estás aí dentro? Por favor responde-me." Ela grita e bate inúmeras vezes na porta de madeira branca. E nada, o silêncio ocupa o corredor.
"Claire, chama uma ambulância." Rapidamente faço o que a minha mãe me manda, enquanto elas as duas vão à procura da chave da casa de banho acho que há duas.
Estou tão nervosa quando falo com a senhora ao telemóvel. Nós ainda nem temos a certeza se o Harry está lá dentro.
"Aqui está." A Soph diz desesperadamente para a minha mãe. Ela tenta abrir a porta várias vezes mas as suas mãos tremem demasiado. Eu também estaria naquele estado se fosse o meu filho , e eu já estou neste estado e nem sou amiga dele. Ou sou? Ou era?
Ele está morto? A minha respiração torna-se ofegante e eu perco o ar. Só de pensar em perder o Harry. Eu não o amo, eu sei que isto não é amor, tenho a certeza. Aliás, não pode ser amor, até porque ele nem confia em mim. Cala-te Claire. Tu e os teus pensamentos.
"Eu ajudo." A minha mãe oferece a sua ajuda, tentando abrir a porta. Enquanto isso eu esfrego a minha mão nas costas da Soph para a tentar acalmar. Pergunto-me se isto já aconteceu antes? Será que as ligaduras que ele tinha nos pulsos seria uma tentativa de suícidio? E ele teve no hospital naqueles dias em que faltou? Agora faz sentido, mas o porquê de ele se querer matar é que eu quero saber. O que será que aconteceu? Eu quero tanto ajudá-lo. "Não abre." Fodasse. O Harry pode estar a morrer agora e nós não podemos fazer nada.
Consigo ouvir a sirene da ambulância a chegar e desço as escadas para vir ao encontro dos paramédicos. Eles trazem uma maca para levar o Harry. Um dos matulões da equipa arromba com a porta e entro em estado de choque. O Harry está sentado no chão encostado à parede fria de mármore da casa de banho, o seu sangue escorre do seu pulso. Imensos pedaços de vidro estão espalhados pela casa de banho, possivelmente ele cortou-se com um deles. Uma garrafa de vodka e metade de uma do wiskey estão em cima do balcão onde também se encontram alguns comprimidos espalhados e 2 caixas deles vazias. Ele embebedou-se, cortou-se e drogou-se. O Harry está morto? Grito mentalmente com os paramédicos para se despacharem a levar o Harry para o podermos salvar. Os olhos do Harry estão fechados e eu rezo para ainda os poder ver, ver o seu sorriso branco e perfeito, a sua mão grande a passar pelos seus cabelos, a sua voz a ecoar na minha cabeça vezes sem conta, ele a dizer que eu sou dele. Porque é que ele tem de ser assim? Porque é que ele deseja estar morto? Ele já é tão importante para mim, não sei como iria reagir se ele realmente....Não digas isso Claire, não digas isso. O corpo do Harry já está deitado na maca e ele é levado para dentro da ambulância. Ele é tão perfeito. Tão inocente, e querido. Será que ele fez mal a alguém e agora arrependeu-se?
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"Já sabem de alguma coisa?" Pergunto à Soph assim que entro no hospital com a minha mãe.
"Nada. Ainda não me disseram nada." Ela responde e as suas lágrimas ainda não param de cair.
"Vai ficar tudo bem." A minha mãe reconforta-a com um abraço e eu vou comprar algo para ela comer no bar do hospital, tenho a certeza que ela está esganada de fome.
Volto com uma sandes de atum embrulhada num plástico, era a única comida que me parecia decente naquele bar.
"Aqui." Entrego o pão à Soph e esta aceita, depois de recusar várias vezes.
"O que aconteceu com o...."
"...Agora não, Claire." A minha mãe interrompe-me. Tudo bem, é melhor não perguntar mais nada. "Secalhar era melhor ires para casa, amanhã tens aulas."
"Eu não posso deixar aqui o Harry, e vocês." Digo bruscamente. Eu não quero ir para casa. Só iria chorar e nem iria conseguir dormir.
"Mas vais, Claire. Tu tens aulas amanhã e o Harry vai ficar bem." Como tens tanta certeza? Ele ingeriu imensos comprimidos, embebedou-se com 2 garrafas em menos de 1 hora e ainda cortou um pulso, ou até possivelmente uma veia. Como é que eu posso ir descansar para casa e amanhã ir às aulas? É o Harry. Ele é meu amigo. Eu sei que é.
"É melhor, querida. Eu depois aviso-te se souber de novidades." A Soph diz-me e eu fico um pouco mais confiante em ir para casa mas eu tenho a certeza que não vou conseguir adormecer.
"Mas avise mesmo." Peço. Levanto-me das cadeiras da sala de espera e dou um beijo na testa das duas mulheres que estão comigo. Despeço-me e vou para casa.
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"Claire." A voz da Soph soa ao telefone.
"Aconteceu alguma coisa? São 3h da manhã."
"Já sei novidades do Harry..."
"Sim.." pergunto a medo.
"Ele não aguentou." O meu coração pára automaticamente de bater.
"Não, o Harry...não pode."
"Claire, acorda de uma vez rapariga. O que tem o Harry?" Abro os meus olhos e encontro os da Koala. Isto foi tudo um pesadelo? Onde está o Harry?
"O Harry?" A minha testa está toda soada e estou a chorar imenso. Foi tudo um pesadelo.
"Não sei, porque haveria de saber do Harry?" Levanto-me rapidamente da cama e vejo as horas. É meio-dia, como é que eu dormi até estas horas? Porque é que não acordei com o despertador? Merda. "Eu vim aqui porque faltaste às aulas todas da manhã. Felizmente tivemos furo de educação fisica, porque se não levavas 3 faltas." A minha cabeça está uma confusão.
"O que se passou?" Pergunto, não estou a perceber nada.
"Sei lá, estavas para aí a gritar o nome do Harry feita de maluca. Não me digas que estavas a ter um sonho eróti..."
"Cala-te Koala, não digas parvoíces. O Harry foi ontem para o hospital, ele tentou-se matar e eu não sei nada dele agora." Dirijo-me à casa de banho para me arranjar rapidamente e ir ao hospital. Preciso de saber como ele está. Também a minha mãe não atende o telemóvel, nem sei para que é que o tem se não atende.
"Ele tentou-se matar? O quê?" A Koala anda atrás de mim a fazer perguntas enquanto eu me visto e ando de um lado para o outro no quarto. Estou tão nervosa. Porque é que ninguém me acordou? Só um simples telefonema.
"Anda comigo ao hospital." Agarro na sua mão e saíu de casa correndo. Felizmente o hospital é ao final da rua.
Assustei-vos com o pesadelo?
O que acharam do capítulo? Como acham que está o Harry? Comentem a vossa opinião acerca dos capítulos todos, ou seja, como está a correr a fic...se a história está a ir num bom caminho ou assim :)
Qual é o vosso capítulo preferido? O meu é "the letter" :3
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se és uma nova leitora certifica-te que votaste em todos os capítulos, obrigada :D
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young suicide.
FanfictionPor onde começo? Ora, chamo-me Harry, Harry Styles. Nasci em Nova Iorque mas atualmente vivo perto de Londres. Eu não sou um exemplo de pessoa, e o meu passado não é dos melhores. Ele assombra-me e faz-me ser quem sou hoje. Eu não queria ter passado...