Close to the truth. - Parte III

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Damian

O Harry não respondeu à minha mensagem e já a enviei à umas horas, ligo? Sim, ligo.

Espero horas e horas até que uma voz me avisa que o número se encontra desligado. Óptimo. Será que ele vai estar sempre a fugir? Ele nunca foi do tipo medricas, mas depois de tudo.

Claire

Acordo com uma luz forte vinda da janela do quarto do Harry. Olho para o relógio e é meio-dia, tenho de estar no ensaio antes do espetáculo às três. Tenho de fazer imensas coisas portanto é melhor me despachar. Os meus olhos viajam até ao Harry na esperança de encontrar os seus verdes, mas estes estão fechados. Com o silêncio que reina no quarto consigo ouvir a respiração pesada do Harry. Ele defenitivamente é perfeito. Os seus caracóis selvagens, os seus olhos verdes porém escuros devido à solidão, a sua boca rosada e desenhada na perfeição e o seu nariz, bem, o nariz não tem nada de especial mas pronto. Rio-me.

O telemóvel do Harry está na mesinha de cabeceira e eu penso em ir ver a mensagem que ele recebeu ontem, ou hoje de madrugada? Não interessa. Assim que clico num dos botões o telemóvel vai-se abaixo devido à falta bateria. Pouso-o de novo na mesinha e deixo as minhas forças, descansando de novo a minha cabeça na almofada branca.

Fico uns minutos a olhar para o tecto e a pensar em tudo. Eu gosto de pensar mas faz-me mal, penso demasiado. 

Secalhar é melhor descer e ir tomar o pequeno almoço, afinal já é meio-dia. Decido acordar o Harry.

"Harry?"  Dou-lhe um empurrão mas em vez de acordar ele agarra-se ao meu braço."Harry, por amor de deus, acorda. E larga-me o braço."  Ele resmunga, pegando numa almofada e tapando os ouvidos. Rapidamente tiro o meu braço das mãos do Harry e aviso-o que vou lá para baixo tomar o pequeno almoço.

"Não."  Ele murmura com a sua voz de sono. "Fica aqui mais um pouco."  O Harry choraminga e eu decido ficar durante mais uns minutos. Não me vai fazer mal nenhum.

"Dormiste bem?"  Ele pergunta finalmente abrindo os olhos. 

"Sim, e tu?"  

"Também."  O rapaz dá um leve sorriso e finalmente levanta-se. "Vou tomar um duche rápido, a não ser que queiras tomar um também."  

"Não, eu tomo em casa. Tenho de ir para o ballet às três."  Aviso-o e ele promete ser rápido para ainda me poder levar a casa.

Desço lentamente as escadas e as nossas mães estão a dormir no sofá. É uma imagem engraçada, mas vou ter de destruí-la. Tenho de acordar a minha mãe.

"Mãe, já é meio-dia."  As duas senhoras acordam e eu agora sim posso ir tomar  o meu pequeno almoço. Bem, o que é que eu vou comer? Não sei como é que estou tão à vontade na cozinha deles mas estou cheia de fome e isso pouco me importa.

Harry

A água quente escorre pelo meu corpo e eu não quero enfrentar o frio do meu quarto. Mas lembro-me que ainda tenho de ir levar a Claire a casa. 

Enrolo uma toalha na minha cintura cobrindo as minhas pernas, sem antes esfregar o meu cabelo. Dou um penteadela mas acabo por despenteá-lo de novo. Eu não gosto muito do meu cabelo penteado. Ainda tenho um pouco olhos de sono e um mau hálito, eu nem sei como é que a Claire me aguentou demanhã. 

Dirijo-me para o meu quarto vestindo-me com jeans de ganga escura e uma camisola preta. Cubro o meu cabelo com o meu velho gorro preto. Os dias aqui são um pouco bipolares, tanto como podem estar quentes como frios. É díficil para nós escolhermos a roupa do dia-a-dia.

young suicide.Onde histórias criam vida. Descubra agora