-Capítulo 37- Edvard Throm-

8 0 1
                                    

A espada desceu pesada, rasgando aço e carne.

Edvard se segurou nas rédeas quando um homem foi pisoteado. Ele desferiu outro golpe e avançou.

Quando os grupos de cavaleiros os cercaram ele temeu o pior. Não houve tempo para que a cavalaria avançasse contra o inimigo, muito menos para os homens formarem uma parede de escudos forte o suficiente para para-los.

Mas seu exército era grande.

Quando encontraram uma brecha, formaram um pequeno círculo de escudos e puseram as lanças por entre eles. Os homens giravam, os inimigos caiam de seus cavalos, e os animais gritavam de dor ao ter as patas decepadas.

Mas o movimento de ataque logo falhou, quando um cavaleiro quebrou a barreira de escudos. O homem era alto, a espada de duas mãos descia e subia, ceifando os seus homens.

Ele surgiu e desapareceu em meio à confusão.

De repente vozes vociferaram ao longe. Era o resto do exército de Rossdale. Eles voltaram contra si mesmos e estavam se engolindo. Rebelião.

Edvard gargalhou e incitou o exército a avançar.

Aos poucos seus homens foram se alinhando, os arqueiros, antes dispersos em meio à multidão, conseguiam se unir e disparar as flechas livremente.

Ele recuou, tomou a besta e cravou uma seta por entre a viseira de um homem, que tombou e o cavalo correu sem rumo.

Ele olhou para o castelo logo atrás. Homens nas ameias se amontoavam, mas era só. Eles não pareciam estar se preparando para combate. Mas se não mandassem os homens que permaneceram ali o pior ocorreria.

Cavaleiros se separaram do exército de Rossdale, uma mulher a frente tinha o resto rasgado de um estandarte nas mãos, liderando os homens para longe do inimigo. Os homens a cavalo se distraíram com tal cena e Edvard ordenou ataque.

Eles avançaram, de armas em punho e esbravejando. Os cavalos se chocaram com violência, fazendo homens caírem, alguns já sem vida.

Edvard avançou sobre o grande cavaleiro, a besta disparou, cravando no seu ombro, tomou a espada e golpeou. O homem desviou e desferiu um golpe no cavalo de Edvard. Homem e animal caíram em um amontoado de carne e metal.

Ele sentiu o ar faltar por conta da queda. Com dificuldade ele tentava se erguer. De relance ele viu uma mulher correr na sua direção. Ele amava aquele rosto, mas agora ele estava distorcido em pavor.

Edvard conseguiu ficar de joelhos, então veio o impacto. O cavalo o atropelou, pisoteando a armadura e ferindo-o. O ar faltou outra vez, a visão turva apenas conseguiu distinguir a mulher, que lutava com alguém. O cavaleiro voltou, e fez o cavalo pisoteá-lo novamente.

Tudo se tornou negro, ele ainda pôde sentir a umidade do sangue, que brotava como rios de sua face pisoteada. Os sons se extinguiram, o toque frio da grama se foi também. Tudo era escuridão e nada mais.

Aço e Sangue Vol.01Onde histórias criam vida. Descubra agora