Living in my Dreams | Primeira Temporada

Forks

Podia sentir passos chegando cada vez mais perto. Eu apenas corria em meio a escuridão da floresta. Os pássaros migravam de uma árvore para outra fazendo barulhos, que em meio a correria me assustavam.
Eu corria e não conseguia parar, mesmo sabendo que tudo aquilo era algo da minha mente.
As árvores eram altas, não deixando a luz penetrar no solo e não me trazendo um caminho para seguir.
Estava mais calma, os passos que vinham logo atrás eu não ouvia mais. Acabei subindo em cima de uma das árvores para caso os passos voltassem, não iria me preocupar em correr novamente. Estava com sede e com sono.
Assim que cheguei a uma altura admirável, pude apreciar a beleza escura da floresta, era a única coisa que me trazia conforto no momento. A paisagem.
Olhava de um lado para o outro e só então depois de algumas olhadas, pude perceber que Justin, o garoto dos sonhos estava lá. Ele me observava de outra árvore. Estava sereno, não aparentava estar fugindo de algo ou com medo de alguém. Aparentava apenas me observar.
Nossos olhos estavam fixos um no outro, pude perceber ele formar um sorriso quando quase caí da onde eu estava. Podia sentir o conforto que seus olhos me traziam, aquilo me confortava. Sempre me confortava.
Os passos haviam voltado, pude ver a face de alguém. Era o meu vizinho...
Apenas fiquei quieta, não achava que ele seria inteligente o suficiente para olhar pra cima e notar que eu estava em meio aos galhos.
Se soubesse que ele me perseguia, nem haveria corrido e me escondido.
Assim que voltei meus olhos para a outra árvore, não havia mais ninguém ali. Achei estranho. Comecei a olhar tudo em volta até sentir uma mão quente ser posicionada em minha boca, assim que me virei, pude ver Justin.
Nossas faces estavam próximas. Sua mão não estava mais posicionada em minha boca, mas sim em minha nuca, me puxando pra mais perto dele fazendo nossos lábios se encostarem. O beijo estava calmo, assim como seu olhar, me trazia conforto e segurança.

- Eu te amo. - ele falou afastando nossas bocas mas ainda próximo.

- Eu te amo. - falei selando nossos lábios.

Um barulho insistente estava me atormentando, não sabia direito o que era.
De pouquinho em pouquinho, tudo foi se desfazendo, me fazendo ficar apenas com o escuro dos meus olhos fechados.

- Mundo cruel. - falei desligando o despertador do celular.

Me levantei e fui direto pro banheiro tomar um banho. A água sempre me dava um certo bloqueio de pensamentos e isso me conforta. Escovei os dentes e fui para o armário pegar uma roupa pro meu dia na prisão escolar.
Coloquei uma calça jeans com pequenos rasgos, a blusa da escola e um moletom aconchegante por cima. Vesti minhas meias e coloquei meu tênis, logo em seguida peguei minha mochila e desci as escadas indo em direção a cozinha.

- Bom dia, Lauren. - minha mãe falou com os olhos no celular.

- Bom dia. - falei com um leve sorriso no rosto comendo meu pão com meu Nescau.

- Me ligaram ontem da sua escola, querem que eu vá lá mais tarde. Você sabe o motivo?

- Talvez a mensalidade? - falei dando um gole na bebida.

- A mensalidade eu vou ter que pagar daqui a duas semanas. Você não aprontou nada, não é?

- Mãe, a única coisa que eu costumo aprontar é falar pro professor de matemática que a equação dele está errada. - falei pegando a mochila colocando uma das alças em meu ombro.

- Então... Boa aula. Vou chegar mais cedo por conta desse imprevisto com a diretora.

- Tudo bem... Tchauzinho.

Abri a porta indo em direção ao portão e me deparei com meu vizinho.

- Que demora, Lauren. - Harry falou.

- Eu demorei o mesmo tempo como sempre. - falei caminhando em direção a escola que não era longe.

- No frio parece que as pessoas ficam mais lerdas.

- Enfim, - falei querendo não pensar na temperatura - sua mãe foi chamada na escola?

- Sim, ela até chegou a falar que se fosse por nota ou comportamento, me mandaria pra adoção. Isso se não resolvesse me jogar no lixo. - nós rimos pela forma que ele falou.

Fomos caminhando e conversando sobre coisas aleatórias que estavam acontecendo.
Assim que chegamos na escola, ouvimos o sinal tocar. Sempre Harry e eu chegávamos levemente atrasados. Nos afastamos e fomos cada um pra sua aula.

- Aí, - escutei alguém sussurrar - Jauregui. - me virei pra ver quem era.

- Que foi Zayn? - perguntei e ele se sentou ao meu lado já que era aula de biologia.

- Ligaram pra sua mãe?

- Sim, acho que ligaram pros pais de todo mundo.

- Hunhum. - o professor fez um som com a garganta fazendo todos ficarmos calados. - Acredito que a maior parte dos alunos que estão aqui presentes, os pais receberam uma ligação para virem á escola mais tarde. Os pais de vocês terão que vir para assinar a liberação de vocês para um passeio escolar.

- E por que não deram um bilhete pra nós levarmos pra eles assinarem?

- Simples Sr. Questla. Os alunos costumam não entregar o bilhete para os pais e então, no dia do passeio, ficam em casa com um pacote de Doritos do lado jogando vídeo game. - todos riram, menos Rafael que engoliu seco. - Preferimos comunicar os pais de vocês pessoalmente, assim eles poderão dizer se vocês irão ou não a excursão.

- Tudo bem, mas aonde vai ser? - perguntei curiosa.

- Não consegue pensar em nada Sr. Jauregui?

Comecei a pensar e então lembrei do meu sonho, da floresta...

- Vamos em Hoh Rain, em Forks? - falei um pouco chocada com a minha sugestão.

- Como você sabe? - o Sr. Salumbre falou um pouco desconfiado com um sorrisinho no rosto.

- Intuição. - falei reprimindo meus lábios e balançando minha cabeça pra cima e pra baixo.

- Agora que vocês estão avisados, abram seus livros na...

- Como você sabia? -
Zayn perguntou.

- Eu sonhei essa noite com uma floresta e então juntei as duas coisas. Só isso.

- Então ta...

Ainda estava intrigada. Fico pensando se há alguma conexão com o sonho e com o passeio.
Eu estava aflita, em todos os lugares que eu frequento dês dos meus 15 anos, fico olhando para todos os lados pra ver se encontro alguém parecido com Justin e nada. Agora, com 17, espero encontrá-lo em Forks... Espero.

- Sr. Jauregui, - o professor falou batendo o livro na mesa me dando um susto e fazendo as pessoas em volta rirem - abra o seu livro na página 159. Agora. - ele falou se afastando.