Um Conto Descontado

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"Moço, me veja mais uma rodada. Quero esquecer os malditos que amei."

uma mulher disse ao meu lado. Notei sua vestimenta refinada, desalinhada. Ela notou meu olhar e falou comigo:
"rapaz, se aproxime e beba comigo. Faça companhia a essa dama que so ama quem nao presta..."

Sentei ao lado dela, peguei o copo e fiquei pensando em algum motivo para brindar enquanto ela me observava cautelosamente. Seus olhos eram cor de mel, mas talvez seu coraçao partido fez seu olhar se tornar vazio, quase sem vida.
"aos amores malditos!" etoei e brindamos sorrindo. Viramos o copo e o liquido foi ardendo em minha garganta. Apesar de sempre frequentar o pub, nunca tinha bebido. So ia por causa da musica boa ao vivo. Conversamos, rimos e ela chorou. Nunca soube agir quando mulheres choravam na minha frente. Mas acho que abraços curam qualquer coisa, certo? Me aproximei dela desajeitadamente e a envolvi em meus braços. Ela estava tao vulneravel quanto uma criança. Me sentir o pai de uma linda princesa. Em um futuro distante minha filha poderia estar nessa mesma situaçao? A ensinarei a nunca entregar seu coraçao a amores rasos. Guarde ele como se fosse sua boneca preferida, querida.
Limpei a maquiagem borrada do rosto angelical da mulher por causa das lágrimas.
"Sou tao ridicula, chorando aqui que nem uma adolescente que perdeu seu primeiro namorado." ela diz rindo constrangida.
" chorar faz bem, pense como um modo de desintoxicaçao." eu disse consolando-a.
"obrigado, querido. Voce eh um amor." ela disse. Enquanto depositava um beijo na bochecha do garçom. A mulher levantou-se, pagou a conta e se retirou.

La se foi, a primeira mulher que amei, cuidei e a deixei ir sem ao menos lhe dizer um "oi."

Pensamentos AvulsosOnde histórias criam vida. Descubra agora