Dezoito

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Alerta de smut. Se não se sentir confortável, pule esse capítulo.

Uma semana se passou. Jensen tentava agir calmamente com o moreno, não queria enchê-lo com seus problemas. Porém o único telefonema que atendia era o de Misha, que acontecia sempre na hora certa. Eles conversavam um bom tempo sobre o dia de Misha, os remédios de Jensen ou sobre um documentário qualquer que passasse na TV. Ele não havia contado e pretendia nunca contar sobre o esforço exacerbado que teve que fazer para limpar o vidro do chão nem sobre como foi difícil pensar em uma desculpa convincente para os porta-retratos quebrados.

Pela manhã eles tomavam café juntos, e Jensen não conseguia parar de pedir para Deus (ou quem quer que fosse) que protegesse Misha de qualquer coisa. Na maioria das noites eles assistiam um filme na TV que o moreno tinha tirado de seu quarto e colocado no outro para que pudessem ficar juntos. Ele sempre dormia antes do final, porém Jensen não o culpava e terminava de assistir o filme sozinho.

O banho era uma parte complicada, mas não de todo ruim. Como Rachel acabou ficando mais ocupada do que o costume Misha ficou com a tarefa, e acabava ficando um pouco difícil se segurar para não se aproveitar do momento ou tirar suas roupas também e se atracar com Jensen lá dentro.

Por dois dias Misha saiu de madrugada para ajudar com alguns projetos do Instituto, e nesses dois dias, Jensen não dormiu.

Agora estavam deitados juntos assistindo um filme de terror dos anos 90, que era repetido, porém delicioso de se assistir. Dividiam um enorme balde verde cheio de pipoca, e um fino lençol sobre as pernas.

-Jens?

-Hum? -respondeu concentrado na TV.

-Jensen?

-Sim? -finalmente olhou para Misha.

-Você tem que fazer fisioterapia de verdade.

-Como assim?

-No hospital, com um fisioterapeuta. Mas pra isso precisamos de seus documentos. Onde conseguimos?

Jensen sentiu sua mão tremer.

-Eu... Eu usava documentos falsos enquanto estava... Você sabe, fora de casa. Meus documentos de verdade estão na casa de meus pais, no Texas.

-Sério?

-Sim.

-Então vai ser um pouco complicado para pegar não é? A não ser que você esteja pronto para isso.

O loiro mudou sua cabeça de posição e respirou fundo.

-Não sei. Acho que não estou.

-Talvez você possa me dar o endereço e eu possa ir.

-Iam te encher de perguntas. Ou talvez pior.

-Quero pelo menos tentar.

-Tudo bem. Mas deixa o filme acabar.

Uma cena engraçada do filme passava na TV e Jensen virou sua cabeça para o lado e pôde perceber um sorriso brotar dos lábios de Misha. Logo ele estava gargalhando, e Jensen ria do seu riso, e não de qualquer que fosse a cena a passar.

Juntou sua mão à do mais velho e sentiu um conforto maior ao sentir seus dedos se entrelaçando.

O olhar que sentiu vir de Misha, lhe trouxe uma sensação nova. Parecia que ele era a única pessoa no mundo, e que tinha toda a atenção para ele.

-Você é meu mundo inteiro agora. -a frase simplesmente escapou dos lábios de Jensen, como se fosse um ato involuntário. Se arrependeu no mesmo instante. E se fosse cedo demais para aquilo? Misha podia simplesmente sair correndo de medo dele e Jensen perderia tudo. De novo.

Sem saber o que fazer, o loiro soltou suas mãos e segurou o rosto do outro, o trazendo para um beijo. Urgente, necessitado. Naquele momento sentiu-se correspondido, com a língua de Misha contra a sua e suas grandes mãos por baixo da regata de seu pijama.

Quando pararam para respirar, Jensen encostou sua testa na do moreno, e segurou a barra de sua camisa, puxando por cima da cabeça do outro e depois arrumando os fios negros que ficaram para cima.

Como se estivesse lidando com a coisa mais preciosa do mundo em suas mãos, Misha tirou com cuidado a camisa de Jensen, adorando cada centímetro de pele em que sua mão passava.

O quarto exalava paixão. Jensen respirava ofegante, ansioso por mais daquele toque. Fechou os olhos quando sentiu o hálito quente de Misha contra seu pescoço, o beijando e encostando levemente contra a cabeceira da cama. Sentiu quando as mãos dele deslizaram sobre seu peito e provocaram um pouco na barra da bermuda que usava. Seus quadris se movimentaram involuntariamente contra as mãos do outro, ansiando por mais. Era tudo o que ele queria.

Misha se colocou à frente de Jensen, querendo descobrir tudo o que aquele corpo tinha, o que podia fazer naquele momento. Tinha medo de machucá-lo com qualquer que fosse o movimento brusco que fizesse. O beijou novamente. O gosto salgado da pipoca o fez imaginar coisas impuras, como por exemplo como seria o gosto da boca de Jensen após o sexo oral. Se sentiu duro como pedra no mesmo momento. Suas mãos desceram novamente para a roupa que ainda restava em Jensen e a retirou por completo. Suas mãos foram diretamente para o membro do outro, que estava completamente duro. Sentiu suas veias, segurou firme e deslizou sua mão por toda a extensão, vendo Jensen fechar os olhos e respirar fundo.

-Oh meu Deus, faz tanto tempo…

-Tanto tempo de quê? -Misha perguntou, continuando a mover as mãos pra cima e para baixo.

-Que eu não… Que eu não sinto prazer. -viu as bochechas de Jensen corando e seus olhos verdes se abriram mais uma vez, encarando Misha de uma forma suplicante.

-Você quer sentir?

-Sim.

-Sim? -fez a pergunta beijando a barriga de Jensen, olhando em seus olhos.

-Ah droga, sim eu quero sentir.

-Como você quer? Quer sentir minha boca em você?

-Sim, Misha. Quero sentir sua boca em mim.

Sem desgrudar seus olhos dos do outro, o moreno voltou a segurar o membro de Jensen e o colocou na boca, sentindo seu gosto e sentindo a textura de cada centímetro de pele com sua língua. Continuava a bombeá-lo para cima e para baixo.

Jensen fechava seus olhos com força, segurando o lençol com a ponta dos dedos. A boca de Misha era quente e aconchegante. Os movimentos de sua língua eram carinhosos e solícitos ao mesmo tempo. Quando os movimentos de seu coração diminuíram e ele conseguiu se concentrar no momento, sentiu a garganta de Misha. O moreno o colocou inteiro na boca, e tudo o que Jensen fez foi soltar um palavrão inesperado.

Agora as mãos de Misha estava espalhadas na cama e sua cabeça subia e descia em um ritmo acelerado. Ele parecia esforçado naquilo e Jensen sentiu que daquele jeito não iria aguentar por muito tempo. A sensação de seu membro tocando a garganta e logo depois os lábios de Misha o faria chegar ao orgasmo em pouco tempo.

-Mish, pare, eu vou gozar. -como resposta sentiu uma vibração vinda da garganta do outro que não sabia se era um gemido ou uma risada, mas que pareceu ser uma aprovação.

Misha voltou a usar as mãos para ajudar a excitar mais o outro. Ele sentia que Jensen não estava totalmente entregue ao momento, entregue a ele. Algo o prendia, e ele não se sentia pronto para continuar com algo a mais. Não daquele jeito. As mãos dele passaram pelo membro duro e molhado de Jensen, e faziam seus movimentos, sentindo-o pulsar.

-Porra, Misha! -ao mesmo tempo que ouviu a voz rouca de Jensen, sentiu seu gosto salgado na boca e o jato quente indo direto para sua garganta. Continuou com os movimentos até perceber que não havia mais nada para sair. Engoliu o líquido enquanto encarava o outro ofegante e corado. Se levantou da cama e pegou sua camiseta.

-Hey, onde você vai? -Jensen perguntou surpreso.

-Você precisa descansar.

-Misha, você não vai me deixar aqui agora, não é?

-Tenho que me arrumar, hoje é noite de ação no Instituto.

E então Misha subiu as escadas para seu quarto, tentando deixar de lado sua vontade de voltar e deixar Jensen totalmente entregue e vulnerável a ele do jeito que ele sabia fazer.

Thank You »Cockles AU«Onde histórias criam vida. Descubra agora