O dia amanheceu nublado, pelo menos foi o que analisei ao abrir os olhos e notar a pouca luminosidade entrando pelas frestas da cortina. Me espreguicei, mas acabei presa por um braço que me segurava como um urso de pelúcia na cama, uma pequena dor percorreu meu abdômen e me recordei da razão de aparecer sem roupa na cama macia do moreno.
Eu deveria estar louca por ter feito aquilo, por sequer ter me prevenido na noite passada, mas foi tão bom que eu poderia ignorar qualquer que fosse o risco. Não estava preocupada com gravidez, sabia que não poderia ter filhos por ter levado uma facada no abdômen quando tinha 20 anos, o que comprometeu meu útero, mas não sabia se ele não tinha doenças.
Tentei me soltar dos braços de Christopher, estava com sede e, após um enorme esforço, consegui. Peguei minha calcinha, o sutiã e uma camisa dele no guarda-roupa para me vestir, observei o moreno que ainda dormia e selei seus lábios, deixando o quarto em seguida. Era outra oportunidade de matá-lo que eu deixava passar, eu não queria matá-lo mais.
Entrei na cozinha e tomei um copo de suco para diminuir a taxa de álcool em meu organismo. Respirei fundo e decidi voltar para o quarto, queria dormir um pouco mais, mas quando cheguei na sala percebi que tinha algo errado.
- Christopher? – Chamei o moreno, talvez ele tivesse levantado.
- O que temos aqui? – Ouvi uma voz desconhecida vindo do escritório. – Não sabia que Christopher Tanner tinha uma graciosidade dessas me esperando, vai ser bom aliviar a tensão com você quando o matar.
- Quem é você? – Perguntei ignorando o discurso do loiro.
- Não há necessidade de dizer meu nome. Você não vai querer se lembrar de mim depois do que pretendo fazer com você. – Continuou começando a caminhar em minha direção.
Vagarosamente eu caminhei de costas para a cozinha, o bom de ser uma profissional era ter uma bela memória fotográfica e com isso eu sabia exatamente onde encontrar uma faca afiada e um canivete pendurado embaixo da pia. Recostei na pia e retirei o canivete do esconderijo sem que o loiro percebesse.
- Gosta de fazer na cozinha? – Perguntou vindo em minha direção.
- Só vim pegar isso. – Estendi a mão e peguei a faca sobre a pia, mantendo o canivete escondido.
- Não adianta insistir, você é minha agora. – Ele caminhou até mim, observando a faca para que previsse meus movimentos, exatamente como eu esperava que fizesse.
- Previsível. – Sussurrei levantando a mão com a faca e ele se preparou para tirá-la de minha mão, foi nessa hora que abri o canivete e joguei com força em sua coxa.
- Vadia, o que você fez?
- Primeiro, eu odeio que me chamem de vadia. Segundo, eu só li seus movimentos de forma muito fácil, a propósito, você é muito previsível. – Ri me sentando na pia enquanto ele se ajoelhava e tentava retirar o canivete. – Está vendo esse sangue que não para de jorrar? Acertei sua artéria, você vai morrer se não chegar em um hospital em 15 minutos. – Sorri vendo-o desmaiar em pouco tempo. – Vai ser chato limpar a bagunça, foi frustrante te matar tão rápido.
- O que aconteceu aqui? – O moreno chegou na cozinha ainda de cueca esfregando o olho com sono.
- Esse imbecil queria fazer sexo comigo e te matar. – Resumi. – Achei que estava enferrujada, mas me livrei dele bem rápido. - Conclui balançando as pernas. - Precisa melhorar seu sistema de segurança, é a terceira vez que invadem.
- Eu sei, vou resolver isso logo. Mas por que está vestida? Queria acordar e te encontrar nua comigo lá em cima.
- Eu estava com sede. – Expliquei enquanto o moreno vinha em minha direção.
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Assassina de Aluguel
General FictionHelena Summier, 27 anos, excelente assassina. Uma mulher confiante, habilidosa, cuja arrogância a deixou descuidada. Péssima hora para ser presunçosa. Releitura da fanfic de minha autoria: GUNS AND HEARTS (Disponível no SPIRIT FANFICS)