Japão aqui vou eu...

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Acordei sobressaltada e com falta de ar. Sentei-me na cama, um cheiro nauseante preenchera o quarto, tinha um sabor horrível na boca e quando olhei para baixo reparei que estava coberta de vomitado.
"Que merda!" Tossi umas poucas vezes e levantei-me, dirigi-me à casa de banho e retirei a roupa para um cesto.
"Vamos lá a um banho..."
Abri a torneira e deixei a água escorrer pelo meu corpo.
Porque é que voltei a ter aqueles pesadelos... que porcaria, não entendo, faço de tudo para não voltar a lembrar-me destas coisas e agora sonho com um urso a matar a minha melhor amiga e ainda por cima vomitei durante o sono. Lavei o meu corpo de maneira a tirar completamente o odor. No fim do banho sequei-me e vesti roupa lavada. Vesti uma camisola que a Sam me oferecera como prenda do meu décimo nono aniversário, possuía "Talk nerdy to me" em letras gordas, e umas calças vulgares; aquela camisola tinha tantas memórias dava-me umas saudades quase inexplicáveis, ainda bem que eu não crescera muito mais desde dessa altura, senão já não a poderia usar, mas uma pequena parte de mim queria dar nas orelhas da Sam por escolher tal camisola.
De seguida, fui tirar a roupa suja da cama e fi-la de lavado. "Acho que deveria ter continuado no terapeuta em vez de me ter metido noutra aventura. A Sam sempre me disse para cuidar de mim mesma... mas eu não a ouvi.
Acabada esta tarefa que poderia ter sido evitada se não tivesse tido este pesadelo idiota, olhei para o relógio da parede da sala e vi que eram sete da manhã.
"Ótimo, nem consegui dormir nada de jeito, uma pessoa chega a casa às duas da manhã e depois acontece isto...enfim, de volta às minhas pesquisas. Que mais poderia eu fazer?"
Primeiro fui fazer um café à cozinha e depois liguei o meu computador. Pensei em primeiro navegar um pouco pela internet, também ultimamente não tenho tido nada de importantíssimo para fazer. Abri a minha conta para ver os meus emails, a caixa de correio estava a abarrotar.
"Já se podiam acalmar com as mensagens."
Tinha uma ou duas propostas de trabalho, tinha outras mensagens de jornalistas que não sei como conseguiram o meu endereço e agora não paravam de querer saber da minha aventura na Sibéria, quando sobrevivi a Yamatai foi exatamente a mesma coisa. Uma mensagem deixou-me sobressaltada.
"Senhora Croft, venho em nome de Samantha Nishimura" era o título da mensagem e que grande título que era. Cliquei e apareceu um pequeno texto. Começei a ler cuidadosamente.
Bom dia Senhora Croft, muito provavelmente não sabe quem eu sou, mas deixe-me apresentar-me, sou Yumi, ama da menina Samantha, venho por este meio informa-la de que a minha menina iria adorar recebe-la, ela não me dissera para lhe dizer algo, mas sinto, eu sinto que ela precisa de si. Só lhe peço que não diga como e porque é que recebeu este email.
Agradecia-lhe imenso que não me mencionasse e que visitasse a minha menina.
Peço desculpa pelo incómodo e desejo-lhe tudo de bom, da minha parte é tudo.
Yumi.
Reparei na data da mensagem, cinco dias atrás... "Muito bem Lara, nem às mensagens importantes tu dás a devida importância, melhor dizendo nem ligas a mensagens nenhumas." Soltei um som de frustração e levantei-me da secretária, começando a andar à volta do corredor. "Caraças!"
A Sam precisava de mim ou acho que precisava segundo esta tal Yumi e aqui estava eu, em Londres parada feita parva. Penso que não havia razão para não acreditar na mensagem, parecia-me relativamente honesta.
"Pronto Lara, já sabes o que tens de fazer. Próxima paragem, Japão... Estou a ser tão impulsiva, mas a Sam deixa-me assim."
Fechei os olhos e começei a imaginar a Sam, imaginar o seu lindo e grande sorriso; com isto as saudades bateram forte mais uma vez.
Pronto, pára lá Lara, deixa isso para outra altura.
Estava decidido. Fui buscar uma pequena mala e enchi-a com algumas peças de roupa, depois fui à gaveta da secretária, retirei o revólver que se encontrava no seu interior e observei-o, nunca se sabe o que apanhamos pelo caminho, mas como ia apanhar um avião não convinha ser apanhada com armas. Voltei a colocar a arma dentro da gaveta, arrumei o pc dentro da mala, de maneira a ficar bem aconchegado e fechei a mala de viagens. Depois coloquei uma pequena malinha às costas com coisinhas essenciais: uns livros, a carteira com o tão vital cartão de crédito e a foto da Sam comigo, não podia ir para longe sem ela.
Pus-me a caminho, chamei um táxi e fui para o aeroporto mais próximo. Quando me encontrava já dentro do táxi, infelizmente, fora reconhecida pelo condutor, que rapidamente me pediu um autógrafo para dar à filha, apesar de me ter aborrecido, não achei mau de todo; só não acho que seja um exemplo a seguir para ninguém. Limitei-me a fazer tudo para sobreviver e aventurei-me na Sibéria o que não acabou muito como eu esperava. O homem ficou o caminho todo a falar sobre o quão fantástica a sua filha pensava que eu era, foi tudo um bocado desconfortável. Após ter pago a viagem apressei-me a entrar no aeroporto e a fazer check-in. Queria uma partida para o Japão o mais rapidamente possível.
Enquanto esperava pelo avião, que estava previsto demorar 45 minutos, fiquei a vaguear pelo aeroporto, fui beber outro café e voltei novamente para a zona onde entraria no avião; Basicamente limitara-me a andar de um lado para o outro.
De repente, vira algo suspeito, uma mulher caminhava pelo enorme corredor de forma muito comprometedora, e não fui só eu a única a reparar nisso, pois um segurança encontrava-se a persegui-la numa distância segura. Pensei em não me meter, mas aquilo cheirava-me a esturro. Segui o segurança até aos confins do aeroporto, encontrávamos-nos já numa zona completamente abandonada. Por instantes perdi o rasto do tal homem, até que ouvi um grito de agonia, corri atrás do som e fui dar a uma esquina e deparei-me com o segurança estatelado no chão, com uma bala entranhada no peito e uma arma na sua mão. Rapidamente retirei-lhe a arma e olhei em meu redor. Nada. Continuei alerta, fomos parar a um local cheio de bagagens e tudo estava escuro, até que ouvi uma voz a chamar.
"Finalmente, Lara Croft, estava já a pensar que não irias sair da tua zona de conforto."

Shadow of the Tomb RaiderOnde histórias criam vida. Descubra agora