Naquela altura era inocente, tal como todos nós o foramos em crianças. Eu achava que ia viver a minha vida toda com ele, que iamos conhecer o mundo tal como conhecemos a biblioteca, de trás para a frente. Numa tarde tornamo-nos grandes amigos e noutra ele desapareceu sem deixar rasto.
Lembro-me de todos os detalhes da sua cara, dos buracos das suas bochechas que me assustaram bastante na altura mas como já disse eu era uma ingénua, eu não sabia nada sobre a vida. Lembro-me de todas as brincadeiras que na altura eram a coisa mais divertida que podia fazer.
Nunca pensaria que as pessoas mudassem como ele mudou, mas aquilo fez-me acreditar que tudo aquilo que eu sonhei foi , simplesmente, um sonho. Um simples sonho de criança. No entanto, continuo a mesma e eu gostava que ele continuasse o mesmo mas nós crescemos.
Ele não é mais o rapaz que eu conheci na biblioteca.
