7. New year and stuff

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Passei a seguinte semana a arranjar as minhas coisas para a faculdade. Sim eu sei que ainda falta uma semana mas eu gosto de ter tudo organizadinho e assim. As minhas poucas roupas já estão quase todas na mala, menos aquelas que eu vou usar nos próximos dias claro, e os meus livros já estão todos na mala. Esta universidade tem bastantes vantagens em relação á outra e uma delas é que tem um campus onde podemos ficar a dormir. A outra não tinha nada disso. A outra estava praticamente a cair de podre. Agora, no inverno os alunos tinham que levar mantas para as aulas se não congelavam, os professores faltavam mais do que vinham e tinha no máximo cinco auxiliares e uma delas era a cozinheira. Mas vou deixar de falar sobre aquela escola, quero esquecer-me completamente de tudo o que aconteceu naquela escola e para isso tenho que também esquecer a escola em si. 

Ouço o telemóvel da minha mãe tocar no meu quarto. Deve-se ter esquecido dele aqui. Vi quem estava a ligar. 

Numero Privado

Acho que a minha mãe não o ouviu a tocar por isso se atender não há mal nenhum. 

"Estou?" Disse para o pequeno microfone. 

"Sim? Gabrielle?" Uma voz feminina respondeu. 

"Hum.. Sim sou eu." Não há mal nenhum na pessoa pensar que é a minha mãe. Se disser que sou eu provavelmente não me vão dizer o que quere dizer á minha mãe. "Quem fala?

"Anne." O meu coração parou e eu fiquei com a respiração parada. Será que era ela? Fiquei sem forças nas mãos e deixei o telemóvel cair no chão fazendo um barulho não muito baixo. Não pode ser ela. Porque é que ia ligar agora? Será que não foi a primeira vez que ligou? Será que ela e a minha mãe têm andado a falar ou a trocar mensagens? 

Peguei rapidamente no telemóvel para ver se a chamada ainda estava em curso mas o telemóvel tinha-se desligado. Bati-me mentalmente por ter mandado o telemóvel ao chão. Se não o tivesse mandado a esta altura teria conseguido falar com a senhora para saber se era mesmo a Anne. Mas agora não vale a pena chorar pelo que já está feito. 

Hoje é o último dia do ano e eu escrevi em doze papelinhos coisas que eu gostava que acontecessem e desejos e pu-los dentro de uma caixa. Um para cada mês e á medida que as coisas forem acontecendo rasgo o papel. 

Decidi mudar. Vou tentar seguir aquilo de "Ano Novo Vida Nova". Eu sei que toda a gente que diz isto nunca o faz mas eu estou disposta a faze-lo. Estou disposta a ser uma pessoa diferente. Vou esquecer tudo o que aconteceu na minha escola antiga, vou mudar um pouco a minha forma de ser, vou passar a focar-me ainda mais nos estudos e deixar de dar tanta importância às pessoas. A antiga escola ensinou-me que quando se dá demasiada importância a alguém e se esquece as outras essa pessoa acaba por te apunhilar pelas costas e isso é uma coisa que eu não quero nem vou deixar que aconteça de novo. Posso parecer fria a dizer isto mas é a verdade. 

Como é habitual na minha cidade, hoje vai haver uma festinha na casa, ou será mansão, da família mais rica daqui, os Malik. Eles passam o ano inteiro a organizar a festa de final do ano. Mal acaba a festa eles estão logo a pensar no tema para a próxima. O tema deste ano é um pouco abusado demais. Vai ser uma espécie daquelas festinhas que só servem para curtir sabem? Eu ainda não sei se vou, essas festas não são de todo o meu género mas a Emma tem insistido comigo para ir com ela. Quem sabe talvez encontre lá alguém que não queira só dar uns beijos e ir embora mas sim uma relação seria. Uma relação seria é tudo o que eu quero mas hoje em dia isso é raro encontrar. Um namorado que saiba cuidar, que não tenha vergonha de mim e que saiba amar, é tudo o que eu peço. Hoje em dia os rapazes só querem saber das raparigas para darem uns beijos e depois irem dizer aos amigos para eles os acharem uns maiores enquanto as raparigas que gostaram mesmo deles andam a viver iludidas. Ou então ao contrário é claro. 

the boy of library // h.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora