4. Present

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O tempo passou, bastante rápido até, e eu agora estou a duas semanas de começar o segundo período na Universidade. Vocês devem estar-se a perguntar como é que eu ainda me lembro disto tudo não é? Pois bem, isto marcou-me, o Harry e todos os momentos que estive com ele marcaram-me. Eu vou sempre lembrar-me dele, de todos estes pormenores. Posso ser velhinha e ainda me lembrar de tudo isto, de cada palavra, de cada gesto, de cada olhar. 

Estes anos todos não soube de mais nada sobre o Harry. Nunca mais o vi e nunca mais ouvi falar dele. Nem dele nem da mãe dele, a Anne. Oh como eu gostava de ver como está a Anne, a senhora que eu tanto adorava. Gostava tanto de os ver aos dois. Como está o Harry agora, se está alto, se o seu cabelo continua com caracóis perfeitos ou se eles se desmancharam ao longo do tempo, se ele continua com os dois buraquinhos nas suas bochechas e se os seus olhos continuam com o mesmo verde floresta. Á medida que ia crescendo cada vez tinha mais saudades dele, cada vez me lembrava mais das nossas brincadeiras. 

O medalhão que ele e a Anne me deram nos meus anos, agora anda sempre comigo. Ele é lindo e só á pouco tempo é que eu percebi isso. Bem, também á pouco tempo é que encontrei a caixa no meio de roupa na minha gaveta. A minha mãe escondeu-a muito provavelmente para não me por mais triste. O medalhão está sempre no meu pescoço. Não o tiro por nada deste mundo. E ah, sabem o cartão? O cartão que recebi juntamente com o medalhão no dia que nunca mais ouvi falar dele. Esse cartão não dizia nada do que a minha mãe me tinha dito. Ele na realidade dizia:

"Sophie,
Compreendo que deves estar muito magoada comigo e com o Harry mas nos tivemos que fazer o que era melhor para ambos. Espero um dia voltar a ver-te e que todos os teus aniversários sejam cheios de amor e de alegria. 

Muito amor, 
Anne & Harry x" 

Fiquei sem falar á minha mãe durante uma semana quando descobri o que a carta realmente dizia e só fui falar com ela para pedir dinheiro para almoçar. Desde esses tempos que deixei de ser tão próxima da minha mãe como era em pequena. Ela magoou-me bastante em não me ter lido o que a carta realmente dizia. Ela muito provavelmente já sabia que eles não vinham e o porque, mas nunca me o disse. Mas vou parar de falar do passado, afinal ele por muito que eu peça não vai mudar. 

Neste momento estou em casa, no meu quarto e com os fones nos meus ouvidos. Devia estar a organizar as coisas para o Natal, afinal é já amanhã mas agora estou bem aqui. Este Natal vai ser tão seca. Vou receber dinheiro, chocolates e roupa que acabo por trocar  porque não gosto ou porque as pessoas pensam que eu sou um palito ou uma baleia e não me compram o tamanho certo. 

Eu já não moro mais na parte velha de Inglaterra. Agora moro em Londres. Quando mudamos de casa para aqui os meus pais compraram uma casa com sótão e eu estive, sem exageros, um mês a implorar para que o meu quarto fosse o sótão. Afinal quem é que não gostava de ter um quarto-sótão? Eles acabaram por aceitar porque deviam estar fartos de me ouvir e eu mobilei-o á minha maneira. As paredes são brancas e o chão de madeira clara, a minha cama é baixa pois o teto não é muito alto e as paredes estão cheias de fotografias. Pode-se dizer que é simples e confortável. Gosto bastante dele.

 * * *  

"Vem alguém cá a casa amanhã ou vamos passar o natal sozinhos?" Perguntei á minha mãe enquanto punha a mesa para o almoço. 

"Eu e o teu pai estávamos a pensar em convidar os teus tios para virem cá mas eles dizem que vão passar o natal fora de Inglaterra, por isso ainda não sabemos." Ela disse um pouco triste. A minha mãe adorava estar com os meus tios mas eles raramente estavam connosco. Acho que não gostam muito do meu pai, não percebo porque. O meu pai sempre foi educado para eles, sempre os tratou bem ao contrário deles. Mas ele é da parte velha do país e eles julgam muito as pessoas por isso, dizem que ele é duma classe abaixo deles e coisas assim. 

Eles são daquele tipo de tios todos chiques que têm duas ou três mansões, que só põem os filhos em colégios que estejam em primeiro nas classificações, enfim, aquelas pessoas que têm dinheiro a dar com um pau mas que não são felizes. Estão sempre a discutir e nunca se entendem. "Provavelmente vamos passar o natal apenas os três." Ela disse soltando um suspiro. 

O natal costuma ser comemorado com a família. Vou ligar eu aos meus primos para os convencer porque eu própria tenho bastantes saudades deles. Os meus primos não são nada como os seus pais. Eles não querem saber de dinheiro nem nada dessas coisas. Eles são pessoas honestas e educadas. Eles não julgam o meu pai, pelo contrário, os meus primos mais novos andam sempre de volta dele porque ele brinca bastante com eles e os mais velhos respeitam-no também. Eu tenho dois primos mais novos, um com quatro e outro com seis anos, são ambos adoráveis, tenho mais dois primos gémeos que são um ano mais velhos que eu e uma prima da minha idade. Eu, os gémeos, o Jacob e o Jamie e a minha prima mais velha, a Emma, somos muito unidos. Somos como melhores amigos e eu tenho muitas saudades deles. Não os vejo desde o verão e agora era a altura perfeita para me encontrar com eles. 

"Depois do almoço eu ligo á Emma a tentar convence-los. Já não vejo os primos á bastante tempo e agora era a altura perfeita." Disse começando a comer.

"Boa ideia Sophie." A minha mãe elogiou e o meu pai concordou com a ideia. Os meus primos de certeza que também vão querer vir e depois tentam convencer os pais. 

Almoçamos e como eu tinha dito, depois de ajudar os meus pais a arrumar a cozinha, subi para o meu quarto para ligar aos meus primos. 

A Emma disse que estava em casa de uma amiga, que não lhe dava agora jeito de falar e para ligar ao Jamie ou ao Jacob, mas que adoraria vir passar o natal cá. 

Liguei então ao Jacob que me disse que os seus pais não lhe tinham dito nada sobre irem passar o natal fora de Inglaterra. Fiquei surpresa porque os meus tios provavelmente devem ter inventado isso para não virem cá. Jacob disse também que estava com saudades minhas e que, tal como Emma, queria vir cá passar o natal. Pedi-lhe para tentar convencer os seus pais e ele assentiu dizendo que ia tentar fazer os possíveis. Despedi-me dele e fui começar a arrumar o meu quarto e a casa para o natal.


Desculpem ser tão pequenino e tão cocó.
E desculpem tambem ter demorado tanto tempo a pôr mas eu tenho tido alguns problemas com os meus pais e eles não me têm deixado vir ao computador então não conseguia escrever. :c 

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Mariiana_1d

the boy of library // h.s.Onde histórias criam vida. Descubra agora