Perigo próximo

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Havia se passado algumas horas desde que eu sai correndo de minha casa, e a noite começava a cair. Eu demorei a achar meu caminho de volta, mas depois de algumas tentativas achei uma trilha que me levou até a estrada que me levaria para casa. Corri o restante do caminho, ansiosa para abraçar meus pais e pedi para que eles me perdoassem. Não, eu não pensava em me casar com quem eles escolheram, mas eu também não queria que eles parassem de me amar, que eles dessem a costas para mim. Eu não precisava de dinheiro ou terras desde que eu os tivesse comigo. Eu os ia convencer disso.

Quando avistei a minha casa, um sorriso enorme se abriu em meus lábios e eu corri ainda mais rápido até chegar na porta. As luzes estavam acessas e eu podia ver o vulto deles por trás das cortinas. Será que eles já estavam tendo sua refeição? Por que eles não estavam procurando por mim? Bem, deixando essas perguntas de lado, eu abri a porta e entrei, mas a visão na minha frente me fez parar.

Meus pais estavam amarrados , sentados cada um em uma cadeira, e com vários cortes em seus corpos.

—Pai...Mãe!— Caio de joelhos na frente deles, e tento soltá-los mas sou detida por alguém que me segura por trás e me levanta com força.

—Ora, a minha noiva voltou.—Ouço alguém dizer e surpresa, vejo o homem a quem meu pai queria me casar, o Kim.

—O que você fez com meus pais?—questiono-o lançando a ele um olhar de ódio, mas ao invés de titubear ou me dar um explicação, ele faz graça.

—Eu? —ele põe a mão no coração fingindo surpresa enquanto diz.—Eu não fiz nada. Quem fez foi você.

—Solte-os.—eu ordeno, mas ele apenas desdenha de mim. Eu me livro do aperto daquele brutamontes e vou até meu pai, tentando soltá-los.

—Ainda não. Não acho que você entendeu como as coisas funcionam. —Ele anda até mim e se abaixa na minha frente, falando de forma devagar para que eu absorva o significado de suas palavras.—Quando eu quero uma coisa, eu tenho. E eu quero você.

Um arrepio de medo passa por meu corpo, mas eu tento me manter forte diante de sua ameaça.

—Eu não vou...—Sinto a mão dele se chocar em meu rosto, fazendo com que ele vire e eu sinta o gosto de sangue em minha boca. Chocada, olho para ele e ele segura meu queixo com força.

—Não me interrompa. —diz ele num grito e eu me encolhi.—Eu ainda não terminei.Você vai ser minha, seja por bem ou por mau.Você entendeu?

Eu apenas olhei para ele sem dizer nada e ele riu.

—Eu gosto dessa força que você tem. —Ele andou ate onde meu pai estava e disse para ele. —Você criou sua filha bem.—Depois de dizer isso ele socou o meu pai com tanta força que meu pai caiu no chão e sangue manchou a parede.

—Pai!!!— eu grito e seguro seu braço enquanto peço. — Pare..Por favor, pare.—Ele me empurra e eu caio sentada no chão .

—Agora você esta me entendendo?—ele pergunta segurando meu rosto entre seus dedos e eu assinto, enquanto tento fazer as lágrimas pararem de escorrer pelo meu rosto.

—Sim, estou. Pare por favor.

Me arrastando, eu fui ate meu pai e o ajudei, chorando muito e me desculpando.

—A culpa não é sua minha filha. Não se desculpe. —Quando ele percebeu que o Kim não estava olhando para nós, ele sussurrou. —Fuja...

Eu fiz que não com a cabeça, não podendo deixá-los nas mãos desse monstro, sem conseguir fazer nada.

De repente, do lado de fora um som alto chama a atenção de todos. Os capangas do meu noivo vão até o lado de fora ver o que tinha feito o barulho e alguns segundos depois um deles cai dentro de casa, todo ensanguentando e com medo estampado em seu rosto. Um segundo depois, um grande lobo branco aparece na porta, com a boca cheia de sangue, rosnando para o homem parado no centro da sala.

A sombra do LoboOnde histórias criam vida. Descubra agora