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—tio!

Estou sorrindo de ponta a ponta.

Meu tio acaba de entrar no quarto.

Faz meia hora que eu vim pro quarto normal, os Carsson acabaram pedir para que meu tio viesse, tio Andrew se aproxima da cama, ele usa terno, gravata e segura um buquê de flores, ele me olha completamente aliviado, seu semblante tão cheio de medo ao mesmo tempo que me sinto mal.

Ele faz cara de choro logo que se aproxima da cama, eu sei que ele teve um baita medo de me perder, ele se aproxima e Maria pega o buquê de flores da mão dele, depois tio Andrew se inclina e me abraça mas com muito cuidado.

Sinto vontade de chorar.

A quintura das lágrimas umedecem o meu ombro, percebo que choro um pouco quando ele se afasta, também está com cara de cansado, ele me olha limpando as faces com as costas das mãos, ele sorri e beija minha cabeça.

—Esmeralda!

—ai tio...

—mamãe iria gostar que eu te chamasse assim.

Vovó!

—tio Andrew... a vovó falou comigo, num sonho, ela o meu irmão e o vovô estavam nele, me mandaram cuidar do papai.

—não se preocupe com ele—o rosto do tio Andrew endurece—ele não irá mais te machucar.

Suspiro meio infeliz, vejo Maria e Jack Carsson se aproximando, tio Andrew olha pra ambos e se senta na cadeira ao meu lado esquerdo da cama... chegou o momento.

—não se questionou o por que dos pais da Charlotte te ajudarem tanto Madison?

—bem... acho que por que ela gosta de mim.

Tio Andrew parece meio inquieto, Maria e Jack Carsson me olham em silêncio, eles estão de mãos dadas, unidos, aquele olhar sólido vindo dele e um olhar sério vindo dela, claro que me perguntei mas tentei dizer pra eu mesma que deveria ser por conta da Charlie, acredito que seja por conta dela.

—gostaria de não ter que te falar isso Madison—tio Andrew me olha de um jeito doloroso, ele segura minha mão e a aperta com cuidado—este homem é seu pai.

Engulo a seco.

E fico paralisada recebendo em meu corpo um choque tremendo, meu coração dispara e a força na qual dedico pra respirar faz com que meus pulmões ardam um pouco, Maria segura minha outra mão, ela tem lágrimas nos olhos, mas não parece infeliz, quando consigo olhar pra Jack Carsson fico vendo os olhos dele cheios de lágrimas.

—você não precisava saber disto agora—meu tio segura a minha mão com muito cuidado—mas isto é algo que não devemos esconder de você Madison.

Não tenho o que dizer, não sei o que dizer... o que posso dizer? Estou tomada por um choque intenso e forte que percorre todo o meu corpo.

Surpresa, medo, intensidade, incredulidade, confusão... tudo!

—você é nossa—Maria esclarece com muito cuidado.

—como? quando?—eu não quero acreditar nisso, nego com a cabeça—eu... eu...

—calma—meu tio está muito calmo apesar de tudo—preferia que sua mãe dissesse mas ela se negou a falar, ela disse que mentiu pro seu pai também... Bill.

—por que tio?

—por que lhe foi mais conveniente, fique calma Madison.

—não dá pra ficar calma tio, está me dizendo que a minha vida toda foi uma mentira... que você não é meu tio?

Ele não responde, fica olhando pra mim com cara de choro, aperto sua mão, e lágrimas caem em minha face, tenho medo disso, e várias dúvidas começam a vir em minha mente, me sinto caindo num abismo, olho pra Jack Carson e ele está me olhando em silêncio, seus olhos verdes claros me analisando, e sinto que de alguma forma o que eu disse o machucou.

—ele nunca deixará de ser seu tio Madison—Maria replica e toca a minha cabeça—não queríamos te assustar, mas o Aidan está nos atormentando, nos enchendo de perguntas, ele acha que o Jack é mal intencionado em relação a você, por isso decidimos te falar.

—Madison isso não mudará nada—garante meu tio—você é a minha sobrinha e sempre será minha sobrinha.

—não entendo tio...—minha voz falha um pouco—e como é isto?

—me deixem a sós com ela—pede Jack num tom muito sutil.

Meu tio e Maria se entre olham, depois ambos se levantam, em seguida saem do quarto, Jack Carsson se senta ao lado da minha cama, seus ombros caídos, ele usa jeans e uma camisa preta de malha fina, ele me olha de um jeito muito estranho, mas vejo em seus olhos uma emoção intensa, as lágrimas caem em minha face mas não emito nenhum som, a dor está presa, da lugar a tantas dúvidas, a confusão mental se instalando dentro de mim como o ascender de uma vela.

—tinha dezesseis anos quando conheci sua mãe Madison...

—é a...

—infelizmente não, éramos muito jovens, enfim, nos envolvemos, quando eu fiz dezessete anos ela me disse que havia tirado você.

—não é a minha mãe?

—não.

Parece que alguém está espremendo o meu peito, apertando meu coração.

—sua mãe é uma ex namorada minha, o fato é que ela engravidou e meses depois me disse que tirou o bebê, esse bebê era você Madison—Jack Carsson me olha com incerteza—pensei que ela havia tirado o bebê, mas então você apareceu na minha casa e tive certeza de que era minha.

—por que?

—você é muito parecida com o meu pai, com os meus irmãos, tem os olhos da minha mãe.

Jack se senta na cadeira ao lado da minha cama.

—tem olhos como os da minha avó Flora, você se parece comigo Madison, Charlie já havia me falado de você, mas não dei muito crédito.

—como... como pode ter certeza?

—fiz um exame de DNA, quando foi a minha casa pedi a Charlie que pegasse fios de cabelo na sua escova de cabelo.

—isso não faz sentido.

—não?

—eu não tenho idade pra ser sua filha.

Não quero aceitar isso tão facilmente.

—mas é, na verdade sua mãe mentiu, mas isto não vem ao caso, por hora deve saber disso, eu sou seu pai Madison.

Não falo.

O silêncio é a minha resposta.



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Maddie  - S.A.D.O II - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora