Capítulo 30 - Hannah

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Tenho estado novamente a evitar o Harry. Mas desta vez não é inteiramente de propósito, tenho andado ocupada com a universidade e ainda mais agora que o pai do Max nos pediu para tocarmos outra vez na Páscoa. Fiquei contente ao saber que as crianças da escola dele gostaram assim tanto de nós, e de certeza que isso vai ajudar muito no meu currículo. É por isso que normalmente, depois das aulas fico com Max e Stanley para praticar e mais tarde vou para a loja para ajudar um pouco o pai. Não tenho muito tempo livre agora para estar com o Harry e eu sei que ele também tem andado ocupado. Contra todos os meus ideais tenho andado a ver programas de coscuvelhices só para saber notícias dele.

Às vezes ele liga-me, só para ver se tenho tempo para sair, mas a minha resposta é sempre a mesma. "Estou ocupada, não dá mesmo."

A Savannah diz que estou só a usar desculpas esfarrapadas para manter distância entre nós, mas não estou. "Se quisesses mesmo estar com ele, arranjarias tempo," ela diz-me às vezes, mas eu abano a minha cabeça e mudo de assunto.

Talvez ela tenha alguma razão, eu sei que conseguiria arranjar pelo menos uma hora para ver o Harry, mas nem tento. É só que... é arrebatador. A maneira como estou a começar a gostar dele, de o ter perto de mim. Já confio nele como costumava confiar na Savannah. Considero-o meu amigo, parte da minha vida e às vezes assusta-me o tempo que passo a pensar nele. Às vezes dou por mim a pensar nele nas aulas depois de o professor dizer alguma coisa que me faz lembrar dele. Acho que só preciso de uma pausa.

"Só tens medo de te apaixonares por ele," a Savannah insiste quando lhe digo que só estou a tentar descansar; que abrir-me para com as pessoas é cansativo. Eu não o admito em voz alta, mas tenho medo que ela possa ter razão.

Quando o Harry pega na minha mão, quando ele olha para mim, quando ele sorri o meu coração acelera no meu peito. Quando ele beija a minha bochecha juro que sinto borboletas no meu estômago e todos esses sentimentos me assustam, porque, vamos ser sinceros, já me tinha esquecido o que é experienciar uma coisa assim. Tenho estado isolada no meu próprio mundo por tanto tempo; nunca pensei que voltasse a sentir isto. Não pensei que alguém conseguisse chegar a essa parte da minha alma outra vez.

Pensava que estava protegida.

Mas estar apaixonado implica que o deixe entrar completamente, sem barreiras de maneira nenhuma. Mas o Harry é o Harry Styles, é a estrela do momento, o homem que está sempre nos tablóides e programas de mexericos, o mulherengo que está sempre com uma rapariga diferente em todas as festas. Às vezes com mais do que uma mulher por noite. Ele é o homem que vai a outros países e que tem milhares de raparigas a gritar e a ajoelharem-se a seus pés. O Harry é o tipo de homem que conhece montes de gente, gente famosa, mulheres que entendem o tipo de mundo em que ele vive. Mulheres que querem as mesmas coisas que ele quer.

Eu nem quero cantar em palco, e isso é o que ele mais adora fazer.

Apaixonar-me por ele quer dizer que tenho de o deixar conhecer-me para depois me dizer adeus. Ele não pode ficar comigo, e eu não posso ir com ele. Posso não o perder da maneira como perdi a minha mãe, mas certamente irei perdê-lo para a fama e para o seu mundo. E não seria isso mais doloroso? Saber que ele anda por aí, que lhe posso tocar, que o posso ver outra vez, mas nunca mais o ter perto de mim?

Obviamente, apaixonar-me assusta-me imenso e se a distância é o que preciso para me manter segura disso, então é o que vou fazer. Não me posso apaixonar pelo Harry Styles a menos que o queira perder e sofrer com isso. Só podemos ser amigos, porque os amigos não precisam de fazer o que os casais fazem. Uma amizade, se calhar não muito íntima, pode resultar entre nós. Mas nada mais.

Music Sheet (Harry Styles) - PTOnde histórias criam vida. Descubra agora