"Deixa-me dar-te boleia," ofereci quando estávamos a sair do café. A Hannah ainda está a sorrir e eu não quero que ela perca isso, eu quero-a ver assim o tempo todo.
"Eu consigo ir para casa sozinha, Harry. Não te preocupes," ela responde educadamente, não há grosseria nas suas palavras.
"Por favor! Dessa maneira eu sei que me deste o endereço certo em vez de uma casa qualquer. Imagina que eu vou para lá amanhã e um velho maluco abre a porta e decide raptar-me!" eu dramatizo e eu vejo-a a rir e a abanar a cabeça. "Podia acontecer, não rias!" isso só a faz rir mais.
"Tens uma imaginação selvagem, Harry. Mas eu dei-te a minha morada certa, não te preocupes. Ninguém te vai raptar."
Eu sei que devia simplesmente aceitar que ela não quer que eu a leve a casa, mas eu não me quero despedir já. A tarde foi tão boa, divertimo-nos imenso e ela abriu-se para mim hoje, a partilhar uma parte da sua mente comigo e eu não estou preparado para a deixar ir. Eu queria que fosse assim o tempo todo.
"Vá lá. Eu não vou conseguir adormecer hoje à noite se eu não o fizer e além do mais, tu nunca podes confiar nos mapas iOS para te guiar. Eu posso acabar em Timbuktu!" mais uma vez, ela ri.
"És mesmo um rapaz persistente, não és?" eu simplesmente assenti com um sorriso nos lábios. "Ok, deixa-me só mandar uma mensagem ao meu pai para ele saber que não tem de esperar por mim."
Eu tenho um instinto de pôr o meu braço no ar e saltar e dizer 'boa'. Parece que cada vez ela cede um pouco mais, abrindo-se mais para mim, e agora da maneira que estamos a passar parece menos difícil. Não parece mais uma missão impossível e tenho esperanças de que ela me deixe entrar e ajudá-la. Eu quero mesmo estar lá para ela, oferecer o meu ombro para chorar se ela precisar dele ou agarrá-la quando parecer que tudo está a desmoronar.
Eu quero que ela precise de mim porque eu vou estar aqui para ela.
Os seus dedos deslizam no ecrã do seu telemóvel escrevendo uma mensagem e eu não consigo tirar os meus olhos dela. Eu gosto mesmo da maneira com o seu cabelo cai sobre a sua face e eu noto que está mais pequeno desde a última vez que a vi, mas eu gosto mais assim, ela está mais fofa. Agora mal passa os seus ombros e as pontas estão encaracoladas o que a faz mais adorável. Também gosto das suas mãos, com longos dedos e eu lembro-me do vídeo onde ela tocou piano, como aqueles dedos finos voavam pelas teclas de piano fazendo uma melodia linda.
"Feito. Eu espero que ele a veja." Ela olha para mim pondo o seu telemóvel no bolso outra vez.
"Vamos, então?" pergunto oferecendo o meu braço e ela olha para ele uns segundos. Eu sei que ela está a decidir se aceita ou não e talvez eu esteja a pressionar demasiado, mas eu tenho de tentar. Eu quero que ela se habitue a estar perto de mim até ser natural para ela.
Finalmente, com um suspiro, ela desliza o seu braço em torno do meu e um pouco de orgulho cresce em mim outra vez. A cada segundo que passamos juntos, eu sinto que nos estamos a aproximar. Eu não tenho sido muito diferente desde a última vez que nos vimos, mas ela está e eu pergunto-me porquê. Quando eu vi vê-la, por um momento eu pensei que iria ser ainda mais difícil considerando o tempo todo que passou, que ela iria ser mais fechada para mim, mas quando ela me viu ela só pareceu surpresa.
E se ela sentiu a minha falta enquanto eu estive fora? Como eu senti.
Esse pensamento faz o meu coração bater com esperança porque talvez eu já me tenha apaixonado por ela, mesmo que ela tente negar. Talvez ela não consiga afastar-me mais como antes porque eu já estou na zona onde ela não queria que eu estivesse. Perante essa ideia, eu um abanão de pura alegria corre o meu corpo e eu não consigo parar o sorriso parvo que está nos meus lábios.
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Music Sheet (Harry Styles) - PT
Fanfic{Livro 3}✓- ❝ No momento em que eu perdi a minha mãe as coisas mudaram. Eu mudei. Eu percebi que ninguém fica para sempre, toda a gente vai embora de alguma forma, mesmo que seja por vontade própria ou não, e ficas sozinha, quebrada no chão. Eu não...