A Hannah está a mudar. Ela faz coisas que nunca fez antes. Eu sei, eu não a conheço há muito tempo, mas eu consigo ver as diferenças. Como quando ela me deu a mão. Ou quando ela me acariciou a mão como sinal de gratidão, ou da maneira que ela sorriu para mim quando eu lhe dei o nome para a sua gata. Mas a maior mudança está nos seus olhos. Aqueles olhos veres que uma vez me olharam para mim com tanta dor e frieza estão agora calorosos. Eu vejo que está a trabalhar arduamente, cedendo pouco a pouco, fazendo o seu melhor para emendar todas aquelas feridas que a morte da mãe dela causou. Eu ainda consigo ver a sua alma quebrada, eu ainda vejo a sua dor nos seus olhos, mas também consigo ver esperança de que as coisas podem melhorar.
Este foi, sem dúvida, o encontro mais diferente que eu tive, mas ao mesmo tempo o melhor deles todos. Eu não me vou esquecer de todas as coisas que aprendi hoje, todas aquelas histórias que o Charles partilhou connosco, mas a coisa que vai ficar comigo para sempre foi a maneira como a Hannah olhou para a gatinha no seu colo quando tivemos de ir.
Ela não queria deixá-la, ela não queria dizer adeus e tomou uma decisão que mostra que o seu compromisso melhor. Ela adotou a gata, levou-a com ela. Talvez deixar entrar um animal é mais fácil do que uma pessoa, mas ainda assim. É um ser que ela decidiu tomar conta, um ser que vai precisar dela e ela vai lá estar para ela.
Se eu tivesse dúvidas de que a Hannah queria mesmo seguir em frente com a vida dela, isto provou-me de que as coisas vão ficar bem. Ela vai ficar bem.
A gata, Hope, é absolutamente adorável. O seu pelo é laranja, como o cabelo de Hannah e os seus olhos também são verdes e têm um aspecto tão inocente, tão desesperado por amor. Ela olha com adoração a Hannah e o sorriso que Hannah dá de volta a Hope é uma das coisas mais bonitas que eu já vi. Toda vez que eu tenho um vislumbre delas, sinto uma pancada forte e alta no meu peito e uma sensação de aquecimento espalhando-se desde o meu peito para o resto do meu corpo.
Apaixonei-me profundamente.
Eu tentei recuperar a minha concentração em conduzir. Eu certamente não quero acabar num acidente ou algo assim. Eu conduzo até à loja para que possamos comprar o que Hope precisa e depois, vamos para a casa de Hannah.
"Hum... se não tens mais nada para fazer, podes entrar. Mais tarde eu posso levar-te para o teu apartamento. Apenas se tu quiseres", ela apressa-se a esclarecer e eu sorrio, encantado de ela me convidar para ficar mais tempo com ela e Hope.
"Seria um prazer", eu respondo com o meu sorriso mais honesto.
Deixamos o carro dela e ela leva-nos para dentro. Eu segui-a com todas as compras que fizemos para a Hope e ela pede-me para segui-la até ao seu quarto, onde seu novo animal de estimação terá a sua cama. Eu não sei como me sentir sobre o fato de que eu vou estar no quarto de Hannah e que o seu pai não está por perto. Eu tento me manter calmo, isto é normal, mas não me consigo manter calmo. Não quando se trata de Hannah. Com ela, tudo é diferente.
Assim que eu meto os pés dentro do seu quarto, eu começo a tomar conhecimento de tudo o que há lá: a cama de tamanho grande com uma coberta muito feminina em diferente tons de roxo; as prateleiras com oh, tantos álbuns, quase como numa estação de rádio; as guitarras de um lado; a mesa com um iMac e equipamentos para gravar; os quadros com retratos na parede, fotos dela e Savannah, dela e de um homem e uma mulher que assumo que sejam os seus pais. A última coisa que noto é um alvo com quatro setas sobre ele. O mesmo alvo que eu lhe dei e não consegui evitar, comecei a rir ali mesmo.
"Harry, o que aconteceu? Do que é que te estás a rir?" Ela pergunta deitando Hope na cama. "Estás bem?"
"Eu não posso acreditar que tu realmente usas isto!" Eu digo entre ataques de riso, dobrando-me enquanto me abraço.
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Music Sheet (Harry Styles) - PT
Fanfic{Livro 3}✓- ❝ No momento em que eu perdi a minha mãe as coisas mudaram. Eu mudei. Eu percebi que ninguém fica para sempre, toda a gente vai embora de alguma forma, mesmo que seja por vontade própria ou não, e ficas sozinha, quebrada no chão. Eu não...