Não consigo evitar, a fúria queima-me as veias quando o vejo abraçá-la da maneira que eu a abraço. E é ainda pior quando ela aceita sair com ele. Os ciúmes estão a corroer-me por dentro e eu cerro os punhos com tanta força que as minhas unhas cravam a minha pele, deixando marcas. A atuação foi incrível, vê-la tirou-me o fôlego, mas depois este tipo abraçou-a dessa maneira e eu vi tudo vermelho.
E a pior parte é que não consigo controlar isto. Nunca me senti assim antes, tão possesivo em relação a alguém. Não sei se é por eu querer acreditar que a Hannah tem sentimentos por mim, mas não posso ter a certeza, não até ela o aceitar e aí, toda a gente pode ser uma ameaça e eu quero-a demasiado para deixar que alguém a leve de mim.
Odeio o Max.
Mas odeio ainda mais o efeito o que ele tem em mim, o que ele me obriga a fazer. Eu não queria que isto acontecesse assim, não queria pressionar a Hannah assim, mas cheguei ao meu limite. Já passou muito tempo, preciso que ela admita o que sente e é só nisso que eu penso.
Foi por isso que a beijei.
Imaginei este momento tantas vezes, sonhei com ela nos meus braços, a dar o beijo com a mesma paixão e necessidade. Mas nunca o imaginei assim, mas continua a ser mais do que esperava. Mesmo que ela não me esteja a beijar de volta, eu estou a beijá-la. Finalmente.
Ela resiste, tenta empurrar-me, mas eu não desisto, não a deixo. Sei que ela vai deistir, eu sei que ela vai. Lentamente, o seu corpo relaxa contra o meu e ela para de me empurrar, as mãos dela agarram a minha camisola e é aí que eu aprofundo o beijo, ergo a cabeça para ter um melhor acesso, a persuadi-la para se esforçar ainda mais, para separar os seus lábios, mas ela resiste. Beijo-a, os seus lábios macios contra os meus, suave e plenamente, viciante como nunca imaginei.
Abraço-a apertado, a puxar o seu corpo para mais perto do meu, as minhas mãos a deslizar nas suas costas, mantendo-a sobre o meu aperto. Sinto o meu corpo todo a arder, o meu coração a bater forte na minha caixa toráxica, os meus pulmões a gritarem para eu lhes dar algum ar, mas eu não posso, não posso parar, não quando ela deixou de resistir e começou a beijar-me de volta.
Mas depois ela fica rígida e com uma força que não usou antes, empurra-me vendo-se livre e dando um passo atrás. Os seus olhos estão muito abertos, choque por toda a sua cara enquanto ela respira pesadamente. Leva a mão aos seus lábios enquanto eu ainda sinto os seus nos meus, o seu sabor ainda persiste aí.
Antes que eu possa dizer qualquer coisa, ela acaba com a distância que existia entre nós e a sua mão encontra a minha bochecha numa chapada alta e dolorosa que me deixa a olhar para a minha direita.
"Nunca... faças... isso... outra vez." Ela respira e eu não olho para ela. "Ouviste-me? Nunca!" ela grita e desta vez encontro os seus olhos. Estão húmidos, como se ela estivesse quase a chorar e todos aqueles ciúmes que ardiam no meu corpo antes, toda aquela paixão e desejo que senti quando a beijei, desaparecem quando a vejo assim, como se estivesse quase a quebrar.
"Hannah, espera. Desculpa, não queria obrigar-te-"
"Nunca!" Ela grita pegando no seu violino e na capa, sem se preocupar em pôr o instrumento dentro dela, e começa a correr antes que a possa parar.
Sinto-me um completo e absoluto imbecil. Sempre soube que ela não estava pronta para isto, mas os meus ciúmes obrigaram-me a fazê-lo mesmo assim. Agora devo ter quebrado a sua confiança que me levou tanto tempo a ganhar, só porque não me consegui controlar. Não me surpreenderia se ela nunca mais quisesse falar comigo outra vez. Sou um idiota.
Mas ela beijou-me de volta. Num momento ela fez, por uns segundos, mas fez. Ela relaxou contra o meu corpo e beijou-me de volta, até se aperceber do que estava a fazer. Então isso quer dizer que ela tem sentimentos por mim, ela não é tão indiferente como quer parecer. Provei o meu ponto aqui, e tenho a certeza que ela se vai aperceber disso também. Não vai conseguir deixar de pensar no beijo, mesmo que me tenha dito para nunca o repetir.
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Music Sheet (Harry Styles) - PT
Fanfic{Livro 3}✓- ❝ No momento em que eu perdi a minha mãe as coisas mudaram. Eu mudei. Eu percebi que ninguém fica para sempre, toda a gente vai embora de alguma forma, mesmo que seja por vontade própria ou não, e ficas sozinha, quebrada no chão. Eu não...