Music Sheet (Harry Styles) - PT

Capítulo 16 - Hannah

Eu sei como é sentir falta de alguém, sei mesmo. Deus sabe que eu sinto falta da minha mãe todos os dias. Portanto, estou habituada ao sentimento e não é difícil para mim saber se eu sinto falta de alguém ou não, embora seja difícil aceitar que eu sinto falta daquela pessoa em particular. Essa pessoa é o Harry da boyband.

Sim, quase tive um ataque quando eu percebi que eu sinto falta dele há uns dias atrás.

Passaram mais de três semanas desde a última vez que o vi na loja de música com o seu amigo Niall. Eu pensei sinceramente que depois daquela discussão ele iria voltar e fazer uma visita à oficina, só para vir até mim para eu me explicar. Depois de eu o deixar ali eu percebi eu tenho sido um pouco injusta com ele, esperando que ele percebesse a realidade que não é dele, sem saber a minha história. Mas ele nunca veio.

Talvez eu o tenha afastado para sempre, talvez ele nunca mais volte e eu vou ficar a pensar nele, a pensar no que ele estará a fazer ou se o vou ver outra vez. E agora que eu estou nas férias de inverno, e ainda penso mais nele. Mas ele não me vem ver.

Eu sei que eu devia estar feliz por isso, apesar de tudo, foi o que eu quis desde o início, para ele me deixar em paz, mas agora que ele deixou... eu sinto falta dele. Eu sinto falta da sua persistência, eu sinto falta do sorriso rasgado dele com os seus olhos a brilhar com diversão, e eu sinto a falta da sua expressão confusa quando eu lhe estrago o ego. Mas eu nunca irei aceitar que eu sinto falta dele em voz alta, nem mesmo a Savannah sabe que eu penso no Harry ou que eu sinto falta dele e que eu quero vê-lo outra vez, mesmo por um segundo.

Eu nem tive a oportunidade de lhe explicar porque é que eu não quero um contrato com uma gravadora. Eu fui mesmo rude com ele no outro dia, ele só me queria ajudar e eu gritei para ele.

Não admira que ele não tenha regressado à oficina.

"Estás bem, Han?" perguntou o meu pai quando estávamos a tomar o pequeno almoço.

Eu abanei a minha cabeça para retirar todos aqueles pensamentos aborrecidos e focar-me no meu pai. "Sim, estou perfeitamente bem," respondi mas ele continuou preocupado.

"Tens estado um pouco fora ultimamente. Tens a certeza de que está tudo bem? Se não te estiveres a sentir bem podes ficar. Não é preciso vires para a oficina," ele diz-me logo e instintivamente, a sua mão vai para a minha testa para verificar se tinha febre ou não.

"Estou bem, pai. Estava só a pensar demasiado. Desculpa," eu digo-lhe com um sorriso para o descansar e ele leva uns segundos para finalmente aceitar que estou bem.

"Ainda assim, estás nas tuas férias, não devias estar a trabalhar," ele continua e eu sorrio outra vez.

"Eu quero. Mantem-me ocupada e eu gosto da oficina," respondo e eu sei que ele ama que eu diga aquilo, infelizmente não gosto assim tanto da oficina para fazer dela a minha vida.

Ele aceita a minha decisão e mudamos o tópico da conversa, falamos mais de carros e como as coisas estão no negócio. O pai é mesmo apaixonado pela oficina, é a sua vida e ele toma mais conta dela agora desde que a mãe se foi.

Deixamos a casa e vamos para a oficina e ele conduz enquanto eu planeio ficar o dia todo lá e voltar com o meu pai mais tarde. Mantenho-me ocupada para que eu não tenha hipótese de pensar no Harry e pensar no que ele estará a fazer. Provavelmente ele conheceu uma rapariga nova, alguém que não o afaste ou grite em vez de ter uma conversa civilizada. Ele desistiu simplesmente de mim provavelmente, embora eu nunca tenha percebido porque é que ele insistiu tanto.

E aqui vamos nós outra vez, a pensar outra vez no rapaz de cabelos encaracolados. Se a Savannah soubesse o quanto ele me vem à cabeça, ela nunca deixaria ir.