Capítulo 10

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POV Lauren Jauregui

O passeio com a Camila estava super legal e até agora tudo normal, tirando é claro o fato de estar com uma fantasia de unicórnio. O fato é que ela estava inquieta, de uma hora para outra ela começou a ficar um pouco desconfortável.

- Já esta querendo ir embora Camz? - perguntei tentando disfarçar minha tristeza.

- Não. Não Laur.. eu hum queria só te fazer uma pergunta. - ela disse de cabeça baixa, parecia hesitante.

- Pode perguntar, sempre que me perguntar algo eu serei sincera com você, e peço que seja comigo também mas enfim... - Disse, esperando que ela começasse.

- Bom, vou direto ao ponto.. hoje no Colégio, você hm.. sabe - ela começou confiante mas foi perdendo o foco, e se embolando nas palavras.

- Já entendi tudo. - disse tocando em seu braço por cima da mesa para conforta-la. - Você quer saber porque eu surtei?

- Não! Lo, não. - Camila exclamou um pouco alto com os olhos arregalados, me fazendo rir internamente. Mas continuei séria, para que ela continuasse. - Lo, eu só fiquei muito preocupada, e queria saber se eu não posso te ajudar em algo.

- Camz, não sou eu quem precisa de ajuda. Mas eu acho que você merece uma explicação. - segurei na mão de Camila, e ela apertou um pouco mais forte, como em um incentivo para que continuasse. - Eu tenho essa amiga, Veronica e ela é tão especial pra mim Camz, você não tem ideia. Se um dia você a conhecer vai ver o quão especial ela é. Só que ela foi sorteada, e no meio de tantas pessoas teve o azar de perder as pessoas mais importantes da vida dela de uma forma traumática. Vero perdeu sua mãe, seu pai, e a irmã mais velha aos 11 anos de idade. Eles foram vítimas em sua própria casa Camz. A vero sofreu um trauma muito grande ela viu com os próprios olhos aqueles covardes levarem toda a família dela. Vero sobreviveu por pura sorte. Ou azar como ela costuma dizer. Quando eu a conheci, ela tinha 14 anos, estava em um estado deplorável de depressão. Ela havia voltado para o Colégio a pouco tempo, já que tinha estudado os últimos anos em casa.
Eu não sei te explicar de onde surgiu nossa amizade, mas o único sentimento que eu tive ao ver Vero pela primeira vez foi amor, o mais puro deles. Eu sentia que tinha que cuidar dela, tinha que manter ela bem. Eu tinha que ajudar ela a superar tudo e todos. Eu tinha que proteger ela, dos outros, de seus pesadelos ruins, dos julgamentos, e principalmente eu tinha que à proteger dela mesma. - disse olhando para cima tentando conter as lágrimas que já haviam se formado em meus olhos. Camila também estava com os olhos marejados. Mas me olhava fixamente, então continuei. - Vero tinha sua válvula de escape, e tínhamos que ter muito cuidado com isso diariamente. Eu já perdi as contas de quantas vezes adentrei aquele quarto e paralisei ao ver o corpo de vero em estados inimagináveis, quantas vezes entrei e tive que sair de a caminho do hospital mais próximo. - disse já chorando bastante, e observando Camila lutar contra a vontade que tinha de chorar também.

- Laur... era ela no telefone hoje mais cedo? - Camila perguntou e eu acenti apenas.

- Sim, era ela. Estava com saudades da minha voz e me pediu pra cantar para ela. Depois disso ela começou a chorar e a dizer "Eu sinto muito" a partir daí eu soube oque havia acontecido. Ela tinha feito novamente. Mas ela tinha me prometido que não faria. Foi parar no hospital ontem desacordado. - olhei para a Latina a minha frente e ela fungava baixinho, mas prestava atenção a tudo que eu dizia. - Vero não costuma fazer isso. Não mais. Ela é sensível, e dependente Camiz, mas ela esta se recuperando. E eu deveria estar lá ajudando ela. Era tudo que eu precisava fazer. - nessa hora não deu mais para segurar as lágrimas, então eu apenas chorei com as mãos no rosto.

- Não, Lo. Não se culpe por isso. Você é uma amiga maravilhosa e tenho certeza que vero se orgulha disso. Por favor me desculpe por te fazer falar. - ela tinha vindo para o meu lado e me abraçou, eu a apertei me sentindo melhor de imediato em seus braços. Ela me passava uma segurança sem igual.

- Tudo bem Camz. As vezes é bom ter alguém pra falar. - Eu disse com meu rosto ainda em seu pescoço.

POV Camila Cabello

Eu não sabia que o acontecimento de hoje cedo envolvia coisas tão sérias e tristes. Agora estou me sentindo culpada por ter deixado Lauren tão frágil e vulnerável.
Mas eu queria ter a confiança dela. Queria cuidar dela sempre que estivesse assim, frágil, vulnerável. Eu queria estar la para ela, sempre que precisasse.

Me levantei da cadeira que estava ao lado de Lauren e peguei um papel toalha. Levantei seu rosto e limpei suas lágrimas dei um beijo em seu rosto e a puxei para que se levantasse.
Lauren me olhou sem entender durante um tempo, até que se pronunciou.

- Já vamos? - Ela perguntou simples e abaixou a cabeça.

- Sim, nós vamos assistir um filme lá em casa. - ela levantou a cabeça e eu olhei em seus olhos e pude ver a pureza. O Verde esmeralda mais brilhante do que nunca, por conta das lágrimas. O rosto um pouco vermelho, mas o sorriso que nasceu em seus lábios foi como o por do sol na praia, a vista mais linda do dia.

- Tudo bem. Vamos lá então. - Disse simples começando a andar. Eu segui ao seu lado, e segurei em sua mão. Ela olhou pra mim com as bochechas coradas e deu um sorriso tímido.

- Eu dirijo. - falei simples, assim que chegamos ao estacionamento.

- Oque? Mas... por que? - Ela perguntou com confusão expressa em seu rosto.

- Ué Lolo, unicórnios não dirigem né. Eles voam. - Disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, e comecei a rir da carinha brava que ela fez.

- Já havia me esquecido dessa fantasia. - ela disse bufando e seguindo para o lado do carona.

Entrei no carro, ela me deu a chave e eu comecei a dirigir em direção a minha casa.
A Lauren não tirou os olhos de mim durante um segundo, e eu já estava começando a ficar com vergonha.

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Gêmeos EsmeraldaOnde histórias criam vida. Descubra agora