Capítulo 40- Fênix

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  A contagem regressiva para o casamento de Guilherme e Evelyn havia começado, mas naquela noite ele não havia conseguido dormir observando da janela de seu apartamento o nascente ensolarado, frio e agitado em pleno domingo.
   Apesar de um olhar fixo, seus pensamentos eram "dela", em cada ação, palavras e beijos,  que enterraria naquele dia dando oportunidade a outra tomar seu lugar.
   Quando Justine chega ao apartamento de Guilherme ao abrir a porta encontra-o sentado no sofá cabisbaixo, com um copo de café sobre o centro da mesa da sala e com um olhar perdido para o convite de casamento de Evelyn.
   Percebendo a ansiedade dele ao movimentar com rapidez os dedos, Justine senta ao seu lado, colocando o smolk que ela havia alugado para ele sobre a mesa e em seguida ergue sua cabeça redirecionando seu olhar perdido para ela.

- Porque continuar com essa loucura Guilherme?
- Porque tenho que continuar vivendo.
- Ao lado de quem não ama?
- O casamento de nossos pais aconteceram exatamente assim Justine e somos provas suficiente de que eles se amaram até o fim de suas vidas.
- Em uma época diferente Guilherme. Eu poderia esperar isso de Evelyn,  mas de você nunca! Uma decisão preciptada? Não é do seu feitil.

   Guilherme se levanta do sofá olhando para seu smolk sufocado pelas palavras da prima entre um gole e outro de seu café e sai do assunto.

- Obrigado pela rolpa.
- Não foi nada. Já que não posso estar com você no casamento, queria me sentir útil em algo.

   Justine levanta e num abraço demorado compartilha com Guilherme a dor que estar sentindo.

- Eu desejo toda a felicidade do mundo pra você meu irmão,  porque é assim que te vejo, mas por favor, se houver outra maneira, por favor, não exite.
- Também te amo Justine.

   Guilherme se despede da prima aguardando a chegada de Hernandes que estaria com ele na cerimônia representando a família.
   Do outro lado da cidade, Marcelo também não estava bem e naquela manhã havia acordado cedo e saído de carro dando voltas e voltas pela cidade sem deixar de pensar nas palavras de Justine que não paravam de atormenta-lo.
   Diferentemente de Guilherme e Marcelo, Evelyn estava pronta desde a madrugada, estando na varanda do seu prédio a relembrar cenas que jamais poderiam ser esquecidas, mas ao raiar do dia ela toma coragem e liga para a única pessoa que poderia mudar seu futuro.

- Alô?
- Eve?

  A voz de Evelyn era como faca afiada ao coração de Guilherme que surpreso usa a parede como apoio para seu corpo sentindo seu peito arder de tanta alegria e saudades , controlando visivelmente suas emoções.

- Confesso que sua voz seria a última que pensaria em ouvir neste dia.
- Também estou surpresa, mas precisava ouvir você.
- Aconteceu alguma coisa? (Pergunta ele preocupado) Você estar bem? Já sei, é o bebê não é? Tem alguém com você?
- Guilherme! ( Sorrir ao perceber sua preocupação) Calma, está tudo bem.

   E aquele sorriso acalmou o coração de Guilherme que suspira fundo começando a vê-la em seus pensamentos.

- Só liguei pra te desejar felicidades.
- Desejo o mesmo pra você e sinto muito por não poder comparecer a sua cerimônia.
- Não precisa se desculpar , também não irei a sua. ( Brinca Evelyn para descontrair)
- Sei que não era pra eu falar isso, mas quero ter certeza que não estou enganada.
- Sei o quer dizer e a resposta é sim. Vivemos sim momentos intensos e que ficarão quardados pra sempre na minha memória.
- Na minha também.
- Eve...

   Aquele era o momento certo e ela sentia em seu coração que tudo iria mudar, Guilherme sentia-se impulsionado a resgata-la daquele terrível erro e aqueles minutos de silêncio o encorajava a se declarar mais uma vez, mas ao olhar para o centro da mesa e ver o nome de Marcelo no convite, o fez pensar na criança sem um pai e isso era o suficiente para sua desistência, desapontando os desejos de Evelyn.

Entre o Amor e a RazãoOnde histórias criam vida. Descubra agora