Capítulo 20- Escolhas

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A surpresa do dia seguinte era a tão esperada alta de Evelyn que criava expectativas a cada instante de como seria seu recomeço em Angra.
Chegando ao hotel, havia uma legião de amigos e curiosos a espera das "Heroínas de Angra" como chamavam Evelyn e Justine, todos a saudavam pela coragem e por terem dado a eles uma nova oportunidade de vida, especialmente de uma garotinha que correu por entre a multidão para abraçar Evelyn.

-Mas que fofa. E quem é você minha linda?
-Minha filha. (Falava uma senhora entregando a Evelyn um buquê de rosas brancas) Obrigado Evelyn por ter salvo a vida da minha filha.

Aquelas palavras de elogios e felicitações emocionaram Evelyn que se despedindo de todos por causa de uma leve tontura, deixa Justine com os repórteres e vai para seu quarto sendo conduzida de cadeira de rodas por Mark .

-Repouso mocinha. Ordens do médico.
-Obrigada Mark, se eu não tivesse um pai, seria você com certeza.
-Agradeço o carinho e o sentimento é recíproco.
-Mark... (Fala ela segurando seu braço)
-Sim?
-Tem notícias de Marcelo?
-Nenhuma.
-E Guilherme?
-Sinto muito. Alguma coisa importante?
-Sim, mas vou esperar um pouco mais.

Mark sai do quarto sorrindo para Evelyn que agora sozinha sentia uma profunda tristeza por estar ali, sem saber ainda o motivo.
Depois de alguns minutos em uma só posição sobre a cama, Evelyn, se vira de lado para dormir quando se depara com um envelope em cima de sua cômoda, curiosa senta na cama, abre a carta emocionada por já reconhecer a letra do emitente e ler em voz alta sem saber se sorria ou chorava.

-Amor... Sei que meus motivos para o nosso rompimento lhe deram toda a razão de se sentir como estar agora, eu fui um estupido.
Mais saiba que nem por um momento deixei de te amar e que procurar você em outras pessoas atormetava meus dias e reconheço que esses dias foram um laborinto sem fim em meus sentimentos.
Eu preciso de você. Não peço que me perdoe ou esqueça porque eu no seu lugar faria o mesmo, mas que me der a segunda chance que é dada a todo ser humano comum, a chance que preciso para provar ao mundo inteiro que sou ninguém quando não estou com você.
Se sua resposta for sim, eu estarei te esperando na nossa empresa, no seu tempo e na sua data. Mas se a resposta for não, eu vou entender ,pois, terei a certeza que era amor e eu tive a sorte de vive-lo, mas não soube cultiva-lo...Do seu, Marcelo.

Era tudo que sonhara ouvir, depois da corvadia que havia sofrido ao lado de Marcelo, ele havia finalmente aprendido a lição e ela estava louca para se jogar em seus braços novamente, ele era o amor de sua vida, como também a razão de todas as suas lágrimas.
Mas aquele não era o seu único presente naquela noite, andando pelo quarto pensando no que faria com Marcelo, Evelyn ver sobre suas pantufas ao chão na varanda um urço de pelúcia em formato de lua e ao lado uma rosa com um bilhete nela que dizia; Se lembrar deste momento, estarei aguardando seu telefonema. Do seu... sempre.

-Do seu, sempre? Ai meu Deus! E agora?!

Confusa com suas lembranças, Evelyn estava com os dois bilhetes em mãos, dividida entre dois caminhos, tentando lembrar quem enviaria aquela rosa e porque e se voltaria para os braços de seu amado.
A noite chega e a festa só aguardava Evelyn que ainda a olhar-se para o espelho procurava rever suas memórias perdidas sem obter sucesso e ao descer ao salão estava radiante, iluminada por um céu estrelado, uma brisa suave e um clima de romance que contagiava a todos naquele salão.
A música ambiente era cumplice do olhar perdido de Justine entre a multidão, que esperava anciosa pela entrada daquele que anelava sua alma e após ter falado com alguns convidados da festa se dieige a amiga sorrateiramente.

-Ele vai chegar.

Justine toma um susto ao ouvir o sursurro da amiga,abraçando-a em seguida.

-A festa estar linda né?
-Concordo, mas não é festa que estar chamando a atenção de todos aqui. A uma razão especial para tanta produção Eve?
-Espero que sim Ju. Tenho dois corações e uma história pra resolver hoje.

Imprecionada com o comentário de Evelyn, Justine toma rápido a bebida que estava em suas mãos e permanece inquieta olhando para seu relógio de segundo a segundo, alertando Evelyn ria da amiga naquela situação e já avistando o Sargento de longe, procura não atrapalhar a surpresa.

-Pare de rir Eve. Assim você me deixa mais nervosa.
-Calma Ju, porque tanto nervosismo?
-Não adianta esconder o motivo, você sabe e se eu estiver enganada?
-E se não estiver.

Evelyn sai de perto da amiga indo para uma das mesas do restaurante, deixando Justine a sós e cansada de esperar vai ao encontro de uma das mesas esbarrando em Hernandes que segura-a pela cintura.
Encantada por estar aos braços de Hernades, Justine deixa seu copo cair ao chão e sem reação é obrigada a escutar seu amado.

-Desculpe a demora. Procurava a rosa perfeita, para a moça perfeita.
-E encontrou a moça?
-Não... Encontrei a mulher da minha vida.

Sem mais palavras Hernades entrega a rosa para Justine e sela o momento com o desejado beijo que os dois tanto aguardavam.
De longe, mas contente pels felicidade da amiga, Evelyn acompanhava toda a cena e sem atrapalhar o momento, em seguida caminha pela piscina,admirando aquele céu estrelado, na tentativa de encontrar alguém que nao deveria ter esquecido.

-Esperando alguém?(Pergunta Mark lhe cobrindo com seu paletó)
-Obrigada...E por quem eu deveria esperar?
-Suas lembranças não voltaram?
-Não e sinto que estou perdendo algo a cada dia, vocês severiam me ajudar a lembrar.
-Seu tratamento tem um preço Evelyn e não podemos correr o risco se machuca-la.
-Mark por favor, tenho dois bilhetes no meu quarto e não sei o que fazer.
-Durma. Amanhã será um novo dia e tudo vai se resolver. Deixa o tempo se encarregar disto ta bom?

Mark beija a testa de Evelyn e lhe deixa novamente sozinha com seus pensamentos na esperança de que naquela noite ela teria sua resposta.



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