Entre o Amor e a Razão

Capítulo 39- Dores

   Os dias foram passando e para Guilherme a distância era uma ferramenta precisa para esquecer algo que nem havia começado e diariamente era atormentado por suas lembranças em sonhos sobre o passado, procurando enquanto estava acordado ter uma vida normal, mesmo sem ela.
   Justine havia chegado de sua lua de mel e após a condecoração de Hernandes á TAFEIRO-MOR , a obra do novo RisortHotel deu início em Angra para a alegria do casal que juntos já planejavam naquela ilha um novo caminho em suas vidas.
   Marcelo cumpria o que havia prometido á Evelyn, passaram a irem juntos as suas consultas podendo acompanhar o desenvolvimento e avanços de sua saúde como também ele acompanhava suas consultas ao pré- Natal curtindo a ideia de ser pai mês após mês.
   Nas empresas passava pouco tempo já que seu único interesse no momento era a inauguração de sua nova empresa em Angra que lhe renderia milhões aumentando assim ofertas inacreditáveis apartir do modelo de arquitetura do prédio obtendo excelentes acordos.
   A surpresa do 5 mês de gestação foi a descoberta  que Evelyn estava grávida de gêmeos e a má notícia era que o teste de DNA havia dado negativo quanto a parternidade  de Marcelo que revoltado com o resultado escondera o papel forjando outro exame com a ajuda de seu falso médico e amigo, mas ao se despedirem na porta da casa dele tem uma desagradável surpresa ao serem flagrados por Justine que acabara de chegar de viajem  descendo do carro para visitar sua amiga Evelyn.

- Gustavo?
- Oi Justine.

   Marcelo resplandecia pavor em seu semblante e agora procurava ser cuidadoso já que  conhecendo a curiosidade de Justine, todo seu plano poderia ir de água à baixo.

- O que faz aqui Justine?
- Vim visitar Evelyn, mas e Gustavo o que faz aqui com você?  Algum problema na empresa?
- Não.  Quer dizer claro. Ele me ajudou muito esses dias não foi Gustavo?
- Sim, mas eu já estava de saida. Até outro dia Marcelo.

   A resposta rápida e fria dos dois havia deixado Justine preocupada e desconfiada com a presença de Gustavo ali, mas a saudade de sua amiga era maior e assim deixou suas dúvidas para depois entrando com Marcelo para dentro da casa, enquanto Marcelo ia para a cozinha.

- Evelyn?
- Aqui Justine! Entra!

   Justine fica encantada com a decoração do quarto do bebê percebendo sobre a cama dois enxovais nas cores azul e rosa ficando emocionada ao abraçar a amiga.

- Gêmeos?! Que presente lindo minha amiga!  E me conta, como vocês estão? 
- Marcelo é atencioso, estar comigo em todo momento, mas estamos temerosos em pensar que ele não tenha tempo para ver os bebês.
- E não há nenhum tratamento que possa ajuda-lo? vocês chegaram a procurar outros especialistas?
- Com o meu estado especial, preferimos curtir o máximo de tempos que tivermos sem se preocupar com o futuro.
- Entendo.
- E as visitas adomiciliares do médico estão dando progressos.
- Que bom e esse médico? Quem ele é?
- Você deve ter encontrado com ele na porta agora pouco. Felipe tem nos ajudado muito.
- Felipe? Não seria Gustavo o nome dele?

   Marcelo estava encostado á parede do quarto do lado de fora, espiando a conversa das duas e  prende os lábios temendo o pior, fechando os olhos para ouvir sua ruína.

- Não, não Justine. O nome dele é Felipe...mas vamos sentar e me conte porque a visita? Porque saiu do lado de seu marido e do encaminhamento do nosso projeto em Angra?

   Justine estava desapercebida em seus pensamentos, agora entendia tudo, Marcelo estava mentindo para ter Evelyn ao seu lado, uma vez que sabia que Gustavo não passava de um técnico em informática em que muitas vezes havia estado nas empresas para esse propósito, buscando um meio para salvar sua amiga desta enrascada.
  
-Ju? Estar me ouvindo? Você estar bem?
- Desculpe Evelyn. Na verdade não será uma viagem longa, volto ainda hoje, mas precisava te entregar algo pessoalmente.

   Justine retira da bolsa um envelope e ao entrega-la ver no rosto da amiga expanto e tristeza ao ler cada palavra silenciosamente ao andar pelo quarto e em seguida fecha a porta para que Marcelo não as surpreendessem voltando a sentar ao lado de Justine na cama.

- Ele vai casar?
- Eu sinto muito Eve...
- Tudo bem Ju. (Interrompe Evelyn forçando um sorriso)  Ele também merece ser feliz não é mesmo? E Você tem tido notícias dele?
- Ele estar bem. Viajando pelo mundo como sempre.
- E ele a ama?
- Ha Eve... o casamento dele será alguns dias...
- Exatamente no mesmo dia que o meu Ju. Você reparou?
- Ele não tem nada a ver com isso, foi escolha dela já que os pais dela moram aqui.
- Eu diria que foi por insegurança mesmo da parte dela.
- Evelyn eu não sei o que dizer.
- Não há mais nada a dizer minha amiga, sei que seremos felizes.
- Não tente ser tão fria porque sei de seu interesse por meu primo, e vou além em dizer que havia mais do que uma simples química, você o amou Eve.
- Isso não importa mais...Se amei, o tempo me fará esquece-lo e agora não há mais nada a fazer,  já é tarde demais.
- Não, não é tarde.( Responde Justine segurando suas mãos) Desista do casamento.
-Dei minha palavra Ju
-Mais você não o ama!
- Sim. Eu gosto dele Ju e ainda tem a questão sobre sua saúde.
-Estar desistindo de ser feliz por caprichos?
-Não são caprichos. Meus filhos precisam do pai. Confie em mim Justine. O tempo se encarregará de nos trazer a felicidade.

  Naquela tarde Evelyn não saiu do quarto permanecendo calada a ler e reler aquele convite, lembrando de cada momento dele ao seu lado, esperando que aquele fosse o último dia da sua vida a se arrepender de estar ao lado de Marcelo, entendo agora a solidão da lua. 
   Marcelo havia se prontificado a deixar Justine ao aeroporto de volta para Angra parando o carro na estrada ancioso pelas palavras dela que haviam silenciado durante todo o caminho.

- Porque paramos Marcelo?
- Porque não contou tudo a ela?
- Porque estou esperando que você tenha um pingo de dignidade e a liberte destes seus  joguinhos! Pelo amor de Deus Marcelo, ela estar grávida, são seus filhos!
- Não! Eles não são meus!

   Marcelo grita saindo do carro batendo a porta com força, mas Justine confusa com que ouvia também sai do carro, indo para perto dele impor suas responsabilidades.

- Eu acho que não entendi Marcelo.
- Os bebês, eles não são meus! Deu pra entender agora?
- Oh meu Deus! São de Guilherme? ( Exclama ela feliz )
- Sim! Ele me tirou tudo.
- Precisa contar a ela. Ela merece uma escolha.
- Eu a amo! Será que não entende? Não quero perder-la.
- Não sei se isso é amor Marcelo e sabe disso.
- Eu pensei em dizer a verdade, mas a idéia de vê-la com ele...
- Você estar louco Marcelo.
- Você não me conhece!
- É mesmo? Deixe- me ver... Um empresário de sucesso com pouca idade, mimado pelos pais que sequer se preocupa em visitar o filho... E você ainda tem raiva do cara que salvou tantas vezes a vida dela?
- Eu sei que errei Justine, mas quero ser diferente. Por ela e pelas crianças!
- Mentindo?
- Não!
 
   Marcelo parece desesperado com as mãos na cabeça, mas sincero com seus sentimentos precionando os braços de Justine ao encara-la.

- Aprendi a amar Evelyn novamente. Sei que vou faze-la feliz. É uma questão de honra agora.
- Então conte a verdade.
- Não posso! O que será de mim?
- Estar sendo egoista de novo. Conte a verdade e deixe ela escolher o seu destino. Se existir amor entre vocês, ela vai entender e vão poder superar isso juntos.
- Eu não sei...
- Sou amiga de vocês dois Marcelo, mas não vou deixar Evelyn subir ao altar com você desta forma.
- Então estar decidida a contar tudo pra ela?
- Vou te dar uma chance e por favor não me obrigue a desmascara-lo.

   Os dois voltam para o carro e Marcelo leva Justine para o aeroporto voltando em seguida para casa, analizando tudo que ela havia falado.