Caído para mim

A um passo da verdade

O sinal do término da segunda aula havia acabado de soar. Saio indo em direção aos armários quando avisto Joey.

- Oi, Joey! - cumprimento assim que nos aproximamos.

- Eai, Casey! Tudo bem? - ele me saúda com um beijinho no rosto assim que chega ao meu lado.

- Estou bem. Fiquei sabendo que você conseguiu entrar para o jornal da escola - digo, dando um empurrãozinho brincalhão de leve em seu ombro. Ele me dá um sorriso tímido. - Parabéns!

- Obrigado - responde sem jeito.

- Já que agora eu estou falando com o mais novo redator do nosso jornal, será que você conseguiria me fazer um pequeno favor? - ele assente com um aceno de cabeça, e então continuo. - Teria como arranjar a lista de matriculados deste ano e do ano passado? Como agora eu sou a líder do time de vôlei da escola, queria checar alguns nomes.

- Então você aceitou a proposta da treinadora Brooks? - diz ele, animado - Parabéns pra você também!

Dou um sorriso simpático.

- Bom, vou tentar ver se eu consigo essa lista para você. Não prometo que será fácil, mas se eu conseguir, te aviso.

- Muito obrigada, Joey. Menos um trabalho para minha cabeça.

- Amigos são para essas coisas. - diz ele saindo em direção à sala de redação.

×××

Assim que o sinal da última aula toca, me encontro com Andy no portão da frente da escola. Seus pais haviam lhe comprado um carro de presente de aniversário antecipado e eu tive que aguentar ela falando o dia todo que já estava na hora de eu ter um também, afinal eu já estava com 18 anos e no último ano do ensino médio, porém, depois do que houve com a minha mãe, isso estava fora de questão.

- E aí, para onde vamos? - ela pergunta colocando a chave e ligando o carro.

- Queria que você me levasse até a casa do Crhistopher.

- Olha só! Você é rápida, não é mesmo?

- Não é nada disso que você está pensando. Eu só quero saber por que ele não foi para a escola hoje - falo dando de ombros.

- E já está cobrando explicações também? - ri debochada - Me mostra o caminho.

×××

Assim que Andy me deixa na casa do Christopher, me despeço, lhe dando um beijo no rosto, e vou em direção à porta da frente.

Quando chego perto da porta, consigo ouvir uma voz feminina vindo de dentro.

Paro para pensar se deveria apertar a campainha ou ir embora e voltar outra hora, mas me detenho quando ouço a conversa que vem da janela da cozinha que estava aberta.

- O Logan me disse que ele está furioso, Christopher.

- Não é culpa minha, Cristal - ele fala com firmeza. - Eu posso fazer várias coisas, mas prever o futuro, infelizmente, não é um dos meus dons.

Dou a volta pela direita e vou andando devagar até a janela da cozinha, tomando todo o cuidado do mundo para não esbarrar em algo e perder a oportunidade de ouvir a conversa até o final novamente. Assim que chego perto o suficiente para ouvir com clareza, consigo também ver Cristal e ela é linda, morena, dotada de longos cabelos castanhos e encaracolados e  que continuava conversando com ele.

- Você tem que tomar cuidado quando for sair com essa garota, afinal é seu trabalho protege-la, sempre foi - diz a garota.

Tento me aproximar mais para ver Crhistopher, mas percebo que se der apenas mais um passo, eles conseguirão me ver.

- Mas eu não entendo - ele continua. - Por que ele não veio falar comigo?

- Porque é o Logan que trabalha lá. Ele cuida do lugar e você da garota. Meu Deus do céu, será que vocês não conseguem fazer nada direito? - ela passa as mãos pelos cabelos. - O Logan deveria saber que eles estariam lá.

Na mesma hora minha cabeça dá um estalo e começo a associar as coisas.

Ela estava falando do Apocalipse. A garota que ela menciona sou eu. Eles estavam conversando sobre nosso encontro, mas quem eram essas pessoas que Logan deveria saber que estariam lá? E como assim o trabalho do Cristopher sempre foi me proteger? De quem eles tanto falavam?

Começo a remoer essas perguntas na minha mente quando me lembro de algo:  "Mas não pode ser, Casey. Como poderia?" penso comigo mesma e saio andando em direção à imobiliária.

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Ao chegar lá, minha mente estava fervendo com um milhão de possibilidades. Será que Christopher é algum tipo de agente secreto? E quem são essas pessoas que eles mencionaram?

Enquanto esses pensamentos rodopiam na minha cabeça, minha curiosidade só aumenta. Estou determinada a descobrir o que está acontecendo, mesmo que isso signifique adentrar um mundo cheio de perigos que eu nunca poderia imaginar. E assim, com o coração acelerado e uma pitada de apreensão, empurro a porta da imobiliária e adentro, pronta para buscar respostas que podem mudar tudo que eu achava que conhecia.