NOVA RAÇA - CODINOME: IGOR (Concluido)

CRISTIAN

Já ouvi muitas pessoas dizendo que nessas horas um filme se passa em nossa mente. Tão nítido como se estivéssemos vivendo tudo novamente em fração de segundos.
Me lembro neste momento de tudo o que fiz até aqui...

...

Me lembro de quando cheguei na mansão eu tinha três anos. O Bernardo era um bebezinho, ainda não tinha um ano completo.
Meus pais adotivos sempre me trataram bem sempre me deram de tudo. Eu e Bernardo sempre fomos muito grudados, muito amigos. Lembro de uma de nossas viagens até a ilha fazenda dos nossos avós, o Bernardo inventou de subir em uma árvore eu avisei para ele não subir e ele acabou caindo e quebrou o braço.

Quando eu tinha oito anos o Vitor nasceu. Foi quando eu e o Bernardo fomos colocados meio de lado pela nossa mãe. A atenção era toda dele. Até o papai ficava de paparicos para ele. Papai já era um homem muito ocupado com os negócios e o pouco tempo que tinha para ficar com a gente eram dedicados ao Vitor. Tudo era para o Vitor. Para o meu azar o Bernardo ajudava a mamãe a cuidar do Vitor e eu ficava sempre sozinho.

Quando o Vitor completou cinco anos nossos pais se separaram. O trabalho consumia meu pai a cada dia e a mamãe estava cada vez mais distante dele, assim como eu, o Bernardo e para minha alegria o Vitor também. Meu pai já não tinha tempo para nenhum de nós. Como eu não conseguia a atenção dá mamãe por nada, por causa do Vitor, eu preferi ficar com o meu pai e convenci o Bernardo a ficar junto. Eu disse para ele que a mamãe não teria dinheiro para criar nos três sozinha e com o papai teríamos os melhores brinquedos que quiséssemos. Pronto tudo estava quase de volta ao normal, eu tinha um pouco mais dá atenção do papai e do Bernardo.

Quando completei dezoito anos entrei para a empresa do papai. Comecei a trabalhar com ele em suas pesquisas ao mesmo tempo que comecei meu curso avançado de medicina avançada. Sempre gostei de estudar e em menos de um ano trabalhando com meu pai eu já era o braço direito dele na empresa. Fazíamos pesquisas de todo tipo. E foi aí que eu descobri que um dos maiores avanços na medicina atual foi feito pelo meu pai e uma equipe de pesquisadores, ele desenvolveram uma vacina que curava os seres humanos de todo e qualquer problema de saúde genético ou não. Bastava a pessoa tomar a vacina assim que ela nascesse. Foi então que meu pai me contou que uma das suas maiores descobertas era o que ele denominava de nova raça. Eles eram pessoas que tiveram uma mutação genética ao tomar a vacina, eles adquiriam poderes especiais. Só que isso só acontecia quando a pessoa chegava ao 21 anos. Pois era o tempo que a vacina levava para tomar conta de toda a cadeia genética da pessoa à mudando completamente.

Comecei a trabalhar com os membros dá nova raça aos quais a corporação do meu pai tinha recrutado. Alguns foram recrutados antes mesmo da transformação e meu pai paga altas quantias as famílias deles, alegando que era para que eles engressassem nas forças especiais. Todos queriam ter filhos que fossem agentes especiais. Mesmo em nosso tempo não existindo muitos crimes ou qualquer coisa do tipo.

Vi muitos recrutados se transformarem em membros dá nova raça. Então foi fácil de saber que eu também seria um membro da nova raça. Senti fortes dores de cabeça em uma noite em que estava em casa e desmaiei em meu quarto. Quando acordei eu tinha certeza do que eu era. Eu era um recém transformado. Adquiri meus poderes e percebi que eu conseguia manipular o sentimento das pessoas. Não disse nada ao meu pai e cheguei à conclusão que ele não sabia que eu tinha me transformado. Mesmo a corporação tendo a ficha médica de todas pessoas vacinadas ao nascer. Me lembrei que como fui adotado por algum motivo eles não tinham meus dados em seus registros. Provavelmente minha mãe biológica deve ter mentido meu nome ao me levar para a adoção ou algo do tipo. Meus pais adotivos nunca tocaram muito nesse assunto.

Comecei treinando meus poderes escondido em alguns cientistas. Eu os fazia ficar tristes, eufóricos, se sentirem fracos ou doentes. Percebi que com essa transformação eu parei de me sentir atraído por mulheres e comecei a prestar mais atenção nos rapazes. Nos soldados recrutados. Eu sabia que eu era diferente nesse sentido em relação aos soldados. E eles nunca me olhariam com desejo. Pois periodicamente a cada três meses todos tomavam uma vacina para que não sentissem desejos sexuais. Com isso eles acabavam não sentindo nenhum sentimento de carinho ou paixão. Meu pai alegou que isso era importante para não perderem o foco dos treinamentos, pois existiam muitos homens e mulheres convivendo juntos, então sempre tive minha dúvidas se meu pai sabia que os soldados tinham esses mesmo desejos que eu. E esses desejos me davam mais raiva de mim. Quanto mais eu tinha desejos com outro homem, mais eu me odiava, mais eu odiava a todos. Sempre treinei minhas habilidades escondido. Mas quem eu mais manipulava eram o Bernardo e o papai. Pois passava muito tempo com eles.

Assim como eu, Bernardo também foi trabalhar na corporação aos dezoito anos e quando ele estava prestes a completar vinte e um anos meu pai me contou que ele seria um novo membro. Foi quando eu tive certeza de que meu pai não sabia que eu também era um novo membro. Bernardo se transformou e foi quando as pesquisas alavancaram, pois ele tinha um poder do qual nenhum dos soldados tinha. Ele tinha uma super inteligência.

Meu pai pediu para que ele desenvolvesse algo melhor que uma vacina para poder controlar e manipular os soldados. E ele inventou um nanochip que os trasformavam quase em robôs. Tudo o que mandavamos eles fazer, eles faziam.

Foi aí que pude colocar meu plano em prática. Sem que meu pai soubesse consegui que um membro da nova raça refugiada na sexta cúpula me passasse todas as informações que eu precisava. Tudo bem que meu pai sabia dos refugiados e acho que o plano dele era conseguir domina-los e assim ele mostraria as outras ilhas país que os da nova raça poderiam ser contidos. Mas meu plano ia além disso. Mas algo aconteceu antes... Meu infiltrado me disse que o Vitor estava do lado deles. Foi então que meu ódio aumentou. Só havia uma saída. Acabar com o Vitor. Ele sempre foi uma pedra no meu caminho. Me tirou a mamãe e o papai. Depois me tirou o Bernardo. Mesmo eu manipulando os sentimentos do Bernardo quando estávamos todos reunidos na mansão da colina, eles ainda se amavam como irmãos. Eu sei disso. Sei que o Bernardo sempre faz de tudo para protege-lo. Mas isso vai acabar. Eu vou conseguir destruí-lo.

Eu só não contava que o meu infiltrado fosse apaixonado pelo namoradinho do Vitor. E isso quase acabou com meus planos. Mas consegui resgata-lo no desmoronamento do barracão dos refugiados e graças aos meus estudos e as minha manipulações de entusiasmo consegui transforma-lo em uma máquina de matar.

Só que mais uma vez o Vitor entra no meu caminho. Aquela mulherzinha do cabelo vermelho matou o Flávio. E agora só tenho uma saída.

O Vitor vai morrer pelas mãos do Bernardo.

Em meio ao caos. Eu encaro Bernardo e manípulo seus sentimentos para que ele tenha raiva do Vitor. Tanta raiva ao ponto de mata-lo.

Olho para ele e sinto a raiva crescendo dentro dele. Ele me encara com uma careta de reprovação mas eu não ligo.

"Mate o Vitor". Grito em meus pensamentos para ele.

Para minha surpresa o tal andróide dado de presente ao Vitor pelo Bernardo, que era para fazer companhia ao Vitor, tem uma arma. Como aquele andróide bobalhão tem uma arma?

Ele está sacando a arma...

Ótimo. O Bernardo está usando sua outra habilidade de manipulação de máquinas para fazer o andróide atirar no Vitor. Ótimo isso está sendo melhor do que eu imaginava. Ouço um disparo... E outro...

Nossa porque meu peito está ardendo e queimando...

Olho para meu peito... Estou sangrando. Ele atirou em mim? Merda. Fui traído pelo Bernardo. Fui traído por todos. Pela minha família.

Olho para o Bernardo que está agachado junto com os outro em volta do Vitor. Espero que o andróide o tenha matado também. Minha visão está sumindo... Minha forças estão se esvaindo do meu corpo. Sinto que é o meu fim. Estou morrendo.