"Deve-se doar a Deus com a alma livre, simples, apenas por amor, espontaneamente!"
A frase choca a todos. O tradicionalismo da Idade Média ainda presente em meados do século XVI, grita em resposta a "blasfêmia" proferida por Martinho Lutero.
A frase...
A casa de Gary era exatamente tudo o que fora-lhe dito, mas estar preparado não significa não respirar fundo com as pernas bambas...
Suntuosa, majestosa... tinha um quintal com árvores secas e folhas de anos acumulados reunidas em alguns cantos. A casa de madeira exalava medo, com um espantalho feminino perto à porta.
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Ele então pensa, como chegaria ali? Tocaria a campainha e diria:
"Olá senhor Gary, vim expulsar alguns demônios!"
Ele refletia em sua cabeça isso, quando então uma delicada mão se põe sobre seus ombros, e ao olhar de seu lado, vê uma mulher alta, com um vestido longo preto, unhas longas, usava brilhantes anéis. Não passava de trinta anos, aparentemente... parecia literalmente Angeline Jolie em Malévola.
"Olá querido... vejo que chegou cedo!"
Chris olha levemente, não possuía marca no pescoço. A mulher o acompanha para dentro da casa, com sutileza o assenta no sofá da sala, enquanto ela se repousa em uma poltrona (para variar preta), no centro da sala de estar branca com detalhes em marrom. O contraste das cores fazia um lindo efeito com os móveis (baratos, diga-se de passagem).
Chris se entretera tanto que nem sequer notara que a mulher saíra, mas ela já voltava com uma bandeja cinza (não de prata).
"Vejo que gostou da decoração, eu mesma desenhei!"
"Chá!"
"Sim... sabia que gostava!"
Ele não poderia deixar de perceber o quanto ela era bonita, nota algumas rugas em seu rosto, uma feição poderosa, com lábios grandes.
"Obrigada pelo elogio! Meu marido também acha!"
Ela lia os pensamentos dele? O garoto tenta manter a calma.
"Marido?"
"Sim, Gary Monroy, meu esposo! Jennifer Louise Monique Monroy, encantada!"
Christian então entende, Gary deve tê-la enviado como uma distração, à qualquer segundo ele apareceria. Agora via qual a razão ela "lia" seus pensamentos, era uma família realmente muito sinistra.
"Interessante... como sabia que eu a elogiava?"
"Bem... sou psico-neuróloga, formada em hipnologia clínica, tenho mestrado em relações humanas e especialização em bio-medicina (por ter me formado em medicina também)."
"Nossa! Muitas coisa..."
Chris disfarça o medo que o tomava, o tempo todo esguelhava as janelas e portas, esperando algo acontecer.
