21- Charlie

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Assim que Charlie entrou na adega ele ficou parado com a mão na cintura e um sorriso no rosto me encarando, eu tentei o máximo que pude evitá-lo e não olhar para a cara horrenda dele.

- Sabe Claire, você conversou por bastante tempo com Zachary e então eu presumo que já deve estar ciente do que a vadia da sua mãe fez comigo.
Falou ele e eu continuei tentando ignora-lo totalmente como se não fosse comigo que ele tivesse falando.
- Eu cumpri com minha parte, até entreguei você para sua avó, e foi a coisa mais entupida que eu já fiz em toda minha vida.. E olha que eu já tenho alguns anos.

- Seja o que for que ela tenha feito com você, eu não sou minha mãe.
Falei ainda sem conseguir olhá-lo.

- Exatamente você não é ela. É uma versão menos atraente e mais burra... Mas você estava certa, você ainda tem alguma vantagem pra mim se estiver viva... Te analisando a cada dia eu resolvi mudar meus planos.
Disse ele se agachando na minha frente. E então segurou minha cabeça, e pude escuta-lo em meus pensamentos "Olha pra mim". Diferente das outras vezes eu tinha consciência do que ele estava fazendo, mas ainda era difícil de controlar, então olhei para ele.

- Bem melhor!
Ele falou sorrindo
- Deixa eu te contar uma história Claire.

- Eu não quero saber.
Falei

- Era ano de 1921 Na nova Inglaterra, Alguns anos depois da primeira guerra mundial. Um grupo de freiras foi para a igreja para terminar os preparativos para a Missa de 31 de outubro, que segundo as igrejas daquele tempo era uma data diabólica. Enquanto padre ensaiava seu discurso, o que ele iria pregar aquela noite, algo estranho aconteceu. Entrou uma mulher desconhecida na igreja, uma que ele nunca tinha visto antes, já que todos da cidade eram conhecidos. Mas aquela mulher não, e ele se sentiu culpado, porque ele sentiu algo que nunca  tinha sentido antes, desejo, atração, ele nunca desejou tanto uma mulher. E era isso que ela queria, ela disse que iria para o confessionário confessar seus pecados, e sem pensar duas vezes ele foi com ela, quando entrou na cabine ele não estava sozinho, e ele soube disse no estante em que entrou. E por um segundo ele deu seu último suspiro antes de ser possuído, por um demônio chamado INCUBUS.
Falou ele até que teve minha verdadeira atenção, porque lembrei que Zachary tinha dito o nome desse demônio, foi ele quem deu origem a linhagem do Charlie.
- Ele então já no corpo do padre, trancou a igreja com as freiras e a hipnotizou elas para não fazerem barulho e nem gritar. Então ele estuprou as 10 garotas, E as condenou com a praga de dar à luz aos 10 filhos demônios dele. Depois disso  deixou que elas saísse, Ele então saiu do corpo do padre e   fez com que a igreja pega-se  fogo mesmo com o corpo desmaiado do padre lá dentro. Logo depois, as 10 freiras estavam desesperadas, e 2 delas cometeram suicido, Uma foi morta porque as pessoas se voltaram contra elas, e então elas foram abrigadas por uma mulher chamada Yanna, ela era mãe de uma das meninas que foram estupradas, e acreditava que isso podia ser desfeito. Então ela foi atrás de uma antiga conhecida chamada Vernes, ela praticava bruxaria e foi banida da cidade. Ela implorou ajuda a bruxa e disse que faria de tudo para que fosse permitido a volta dela a cidade desde que salvasse as 7 meninas que ainda tinham restado, e desfizesse a praga.
       A bruxa só aceitou a proposta quando soube que uma das "garotas Amaldiçoadas" era sua sobrinha. Mas isso era impossível, nem a bruxaria dela seria capaz de impedir isso. E ela sabia que não poderia impedir que o filho de um demônio nascesse, mas poderia atrasar e então com ajuda de outras amigas bruxas elas fizeram um feitiço, um pacto para ser mais exato. As 7 crianças que iriam nascer só poderiam conhecer seu lado demoníaco depois de uma experiência de morte, até então elas cresceriam belas, saudáveis e com a aparência totalmente humana. Após o parto, Mais 4 das meninas morreram pois não suportaram a dor de dar à luz a um bebê de um demônio. 3 das meninas que sobreviveram, viram seus filhos crescerem, com aparência humana e fortes. Mas foi em 1939 que as coisas mudaram. 5 das 7 crianças eram homens. E com início da 2 guerra mundial todos foram convocados para defender o país. Eu era uma das crianças, filho de Anabelle e neto de Yanna. Minha mãe fez de tudo para impedir que eu fosse para o campo de batalha porque sabia do pacto sabia o que poderia acontecer comigo. Mas eu fui forçado, assim como todos homens acima dos 18 anos para defender o país.
E então em uma batalha contra o Japão, E Eu foi baleado, junto com outros milhares de jovens que não sobreviveram a batalha Meu corpo foi enterrado, Meu lado inocente e puro como humano se foi e o meu lado demoníaco acordou. Depois disso eu possuiu meu primeiro corpo, era um japonês e fiz ele atirar em seus próprios aliados, Fiz isso até com o soldados dos Estados Unidos, também de outros países. Em 1943 Quando a guerra acabou, Eu possuiu um coveiro e desenterrei Meu próprio corpo que permanecia intacto, e voltei a minha forma antiga.  4 anos depois eu voltei atrás da minha sua família, Mas minha avó já estava morta, e minha mãe já estava casada com outro homen e eles tinham um casal de gêmeos ainda bebês. Ela tinha esquecido de mim e seguido em frente, e eu não aceitei isso, eu escondi meu corpo e possuiu o corpo do marido da minha mãe, e então fingi ser ele por semanas. E um belo dia a bruxa que tinha feito o feitiço me reconheceu mesmo eu estando com a aparência do meu padrasto. Então como previsto minha mãe ficou apavorada perguntando o porque eu tinha feito isso. Falou que eu não era mais o filho dela e sim uma praga. E isso acabou com todo resto humano que ainda me sobrava, Porque eu voltei por ela e ela me disse aquilo, e eu fiquei irritado, e tranquei todas as saídas da casa, e eu provoquei um incêndio, fazendo tudo pegar fogo e então deixei o corpo do meu padrasto alguns segundos antes de todos morrerem queimados. Depois eu voltei para meu verdadeiro corpo e sai para o mais longe possível. Eu tinha consciência do que tinha feito, mas não conseguia sentir culpa. Foi divertido, e foi só o começo.

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