PARTE QUATRO - Uma Noite de Mamãe Noel e Bolas de Neve

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PS: Ao lado da foto, nas mídias do capítulo, tem uma música, e ela combina um pouquinho com essa parte, então recomendo que ouçam enquanto leem.

*

Eu disse sim. Por mais que a ideia soasse um pouco "não-obrigada", eu disse sim. E ainda não me arrependi.

Depois de termos nos empanturrado com os biscoitos da tia Consttantine – como ela carinhosamente deixou que eu a chamasse – Olaf me levou até o ponto de encontro dos papais noeis comunitários. Ele teve que me explicar o que isso significa, porque eu nunca tinha ouvido falar. Todo Natal, ele sai por aí alegrando a noite das pessoas na rua, e por isso ele estava gritando como um louco e enfiando toucas de Natal nas cabeças da pessoas.

Já havia parado de nevar. Olaf me entregou um punhado de toucas, e me levou de volta para o Central Park, onde ele me obrigou a terminar o serviço dele. Levou muuuito tempo até que ele conseguisse me convercer a fazer aquilo, porque eu estava morrendo de vergonha.

Mas até que foi divertido.

E eu ainda tive que tirar foto com algumas crianças que começaram a me chamar de Mamãe Noel.

Depois de acabar com todas as toucas, eu já tinha até me esquecido da vergonha e estava animada para a próxima surpresa de Olaf.

E então, ele tirou duas cartinhas do bolso, e me deu uma delas. Eram pedidos de presente de Natal, e com um endereço.

Nós tinhamos que comprar presentes para estranhos.

Foi engraçado – e cansativo – percorrer a cidade em busca de alguma loja que estivesse aberta para que comprassemos os brinquedos. Eu tinha que comprar uma boneca, e Olaf, um carinho. Eram presentes simples, mas de acordo com Olaf, até um doce faria uma criança feliz no Natal.

E a parte mais divertida foi observar a reação das crianças quando abriram a porta. Nós colocamos os presentes na entrada das casas, tocamos a campainha e saimos correndo, nos escondendo átras de uma árvore ou arbusto. Uma deles gritou para os pais que o papai Noel havia errado a lareira casa.

E depois, nós voltamos para o parque. Eu já tinha quase me esquecido que Olaf estava em uma missão para "salvar o meu Natal". Eu estava me divertindo, e rindo como nunca. Eu estava, pela primeira vez em muitos anos, me divertindo no Natal.

Agora, a ideia de Olaf é construir um boneco de neve. Eu nunca fiz isso, então preciso da ajuda dele para quase tudo.

Quando acabamos, ficamos observando o boneco.

– Está faltando alguma coisa – Olaf diz. E então, tira o seu cachecol vermelho e enrola no boneco. – Agora sim. Perfeito.

Olaf sorri. Não para o boneco. Ele sorri para mim. E fica me encarando, o que depois de um tempo se torna super constrangedor.

– O que foi? – pergunto. Digo a mim mesma que minhas bochechas estão vermelhas por causa do frio.

– Seus olhos são bonitos – ele diz em tom normal, como se estivesse falando do tempo. Meus olhos são comuns, castanhos. Mas antes que eu diga isso, ele completa: – Ei, Izzy, já brincou de guerra de bolas de neve?

– Não – respondo, observando-o se abaixar e juntar um pouco de neve na mão.

– Então se prepare, porque eu sou o maior soldado da Guerra das Bolas de Neve que Nova York já conheceu.

Ele se distancia, andando para traz sem se virar, e o semblante em seu rosto não diz nada mais do que "Eu te desafio".

Então, a nossa guerra de bolas de neve se inicia. As pessoas a nossa volta olham para nós como se fossemos malucos, mas dessa vez eu não me importo. A única coisa em que consigo pensar é em acertar uma bola de neve no meio da cara de Olaf, proeza que ele já conseguiu fazer duas vezes comigo.

Ao final estamos tão cansados que acabamos nos deitando ali mesmo, no chão de neve.

– Você jogou bem – ele diz ofegante. – Não conseguiu acertar a minha cara, escorregou mais vezes do que eu conseguir contar, mas, para a primeira vez, jogou bem.

– Obrigada. – Sem que ele veja, faço uma bola de neve na minha mão, e antes que ele tenha tempo de reagir, viro-me de lado e acerto-a bem na cara dele.

Ele engole um pouco de neve, enquanto eu não consigo fazer nada além de gargalhar. Olaf agarra minha cintura e nos rolamos no chão, de modo que ele fique em cima de mim.

– Você é bem espertinha.

– E você é um pouquinho distraído.

Ele ri, e revira os olhos, que parecem duas joias brilhantes.

– Vem. – Ele se levanta e me ajuda a fazer o mesmo. – Ainda não é meia-noite.

– Para onde a gente vai agora? – pergunto tentando tirar a neve do casaco.

– Como eu poderia salvar seu Natal sem nem ao menos te levar para montar uma árvore?

Até Meia-Noite para Salvar o NatalOnde histórias criam vida. Descubra agora