Capítulo 11

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Íris

Acordei no dia seguinte e tudo parecia tranquilo, fui até o banheiro e aproveitei o silêncio e a calmaria para tomar um banho quente e tranquilo. Me troquei e fui em direção a biblioteca, eu ainda procurava por respostas e sabia que iria encontrar naquele livro. Dessa vez as palavras não causaram nenhum efeito em mim, eu me sentia mais determinada e forte depois da noite passada, depois do que tinha acontecido comigo. Agora eu tinha a noção que fora algo necessário, toda aquela dor, os clarões, as vozes, eles queriam me alertar, queriam me preparar para algo maior que estava por vir. Não sei quantas horas fiquei ali na biblioteca, mas eu tinha lido o livro inteiro, algumas coisas ainda eram confusas para mim e não sei quem iria sanar minhas duvidas, não tinha certeza se Micael tinha conhecimento sobre o que continha nesse livro, mas eu esperava que tivesse. Fiquei um tempo olhando para o lado de fora do campus, parece que tinha nevado a madrugada inteira, a neve tomava conta de tudo, repassei as visões que tive ontem. Tudo havia mudado a partir de agora, eu precisava me proteger, eu não podia ser mais venerável, eu precisava saber distinguir as vozes na minha cabeça.

― Íris? – a voz suave me despertou dos meus problemas. Era Ruby, ela parecia feliz.

― Oi Ruby, pode se sentar. – ela puxou uma cadeira e se sentou na minha frente.

― Você está bem? Ouvi dizer que você tentou fugir? – me pedir em suas perguntas, mas então lembrei que havia mentido para Jason sobre o que tinha acontecido comigo.

― Foi mais ou menos isso, gostaria de ver a minha mãe... Elizabeth, a mulher que cuidou de mim.

― Eu te entendo, eu gostaria de ver minha vó de novo, porém ela teve que ir para um asilo. Então, estamos no mesmo barco.

―Sinto muito... – disse.

― Você veio de onde mesmo? – Ruby perguntou.

― New Orleans, lá na época de natal é bem diferente daqui. Tudo tem mais vida.

― Eu imagino, minha vó era de lá. Sempre tinha histórias incríveis para contar, sempre algo místico sobre aquela cidade.

― Místico?

― Sim, ela sempre dizia que lá era o lugar da magia. Ciganas, bruxas, bruxos, videntes, tudo você encontra lá.

― Eu nunca tive a oportunidade de conhecer essas coisas, porque eu sempre morei dentro de uma igreja.

― A cidade é muito religiosa também, porém é uma mistura. Afinal, muitos negros africanos, escravos eram de lá. A religião deles era muito forte e condenada, porém ela ainda prevalece. A minha vó me ensinou a ler cartas, eu tenho as cartas dela. Algo que sempre vou me lembrar. Um dia se quiser eu vejo o seu futuro.

Mal sabia Ruby que eu já sabia meu futuro, sabia o que o destino tinha reservado pra mim. Se eu tivesse mais uma confirmação disso, eu provavelmente desistiria de tudo.

― Talvez um dia... Que bom saber que você tem boas lembranças Ruby. – Ela era a única que transmitia um olhar tranquilo.

― Mas, estou abandonada aqui... Não sei como vai ser a minha vida quando sair daqui.

― Tenho certeza que você vai se encontrar, você já sabe ler cartas, as pessoas pagam bem para saber das coisas do futuro. – Ruby e eu começamos a rir. ― Ruby a mística – disse com um tom de voz de suspense.

― Travis tinha razão sobre você, você consegue ser bem humorada quando quer.

― Confesso que já estou com saudades daquele desajeitado.

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⏰ Última atualização: Dec 27, 2016 ⏰

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