Íris
Eu flutuava pelo oceano, uma noite fria, porém com um céu estrelado. Vestida em uma veste branca reluzente, meu corpo parecia apenas um espírito vagando pela noite. Eu me via no mais fundo oceano e no mais alto céu. Céu... Aquele parecia ser o lugar certo para estar. O lugar onde eu pertencia. Então, eu caí. Parecia que queda não teria fim, eu não controlava mais meu corpo, tudo havia se esvaecido. Aceitando já a minha morte, fechei os olhos e deixei-me cair. Quando abri os olhos novamente, me vi em um penhasco. Olhei ao redor, toquei o meu corpo, tudo parecia tão real. Eu não estava morta.
- Íris...
Olhei ao redor, parecia que estava sozinha no penhasco, como poderia ter alguém chamando o meu nome?
- Íris... – meu corpo congelou quando uma figura se formou na minha frente.
Era uma mulher em vestes negras, pele pálida como a neve e cabelos ruivos ondulados que passavam da altura dos seios. Seus olhos eram de um azul claro, lembrava-me um dia de céu ensolarado. Ainda assimilando a figura na minha frente, seus traços lembravam um pouco os meus, era como olhar para mim, mas não olhar para a mesma figura.
- Como você cresceu... – a mulher ameaçou a tocar meu rosto, porém eu me afastei. Não sabia como lidar com aquilo. Ao mesmo tempo em que desejava um contato, algo me dizia para me afastar.
- Tudo bem minha pequena. Não precisa temer...
- Mas eu não sei quem você é... – as palavras saíram da minha boca sem que ao menos notasse.
- Sou sua mãe.
Aquelas palavras causaram algo em mim, senti um aperto no meu coração. A dor parecia tão forte que minha vista foi se escurecendo, eu via algumas figuras distorcidas, os olhos da mulher se tornaram negros, seus cabelos que tinham um tom ruivo claro, agora pareciam como chamas de fogo. O medo tomou meu corpo, mesmo tento dificuldade para enxergar, tentei fugir da figura que me assombrava. Tentei correr o mais rápido que pude, sentia galhos de árvores batendo em minhas pernas, braços e rosto, abrindo pequenos cortes pela minha pele. Quando pensei que estava segura, meus passos foram diminuindo o ritmo, até que eu recuperasse o fôlego. Foi então que senti uma mão tocar minha cabeça. Era como estar no fogo, sentia meu corpo queimando. Tentava gritar, fugir, mas nada acontecia. Aqueles olhos negros estavam ali de novo, me olhando enquanto eu queimava.
- Eu te trouxe até aqui, então eu devo tirar a sua vida...
Um grito que parecia sufocado em minha garganta, tomou força. Sentia como se algo estivesse saindo de mim, eu não sentia mais a dor, nem o cheiro da minha pele queimando. Era como se eu tivesse me tornado imune, porém o fogo ainda me rodeava. Senti que uma luz saía de mim, a energia que passava por mim era tão forte, tão intensa que não pude me manter em pé. Quando achei que não suportaria mais, a luz saiu de mim, dissipando tudo; o fogo, a escuridão, e a criatura. Agachada no chão, sem mais forças para nada, aos poucos fui me desligando do meu corpo, dos acontecimentos, só iria me entregar à luz que ainda se fazia presente no lugar. Com os olhos se fechando gradativamente, vi a figura de um homem, me tomando em seus braços. Neste momento eu sabia que poderia me entregar por completo ao descanso.
- Eu protegerei você... – ouvi as únicas e últimas do homem, que sussurrava de forma doce em meus ouvidos.
- Micah... – então eu me desliguei.
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The Call of Destiny
Roman d'amourUm amor proibido gerou uma criatura maravilhosa, mas ela tem que ser escondida. Uma garota foi abandonada em um orfanato ainda quando era um bebê, cresceu sem saber nada sobre sua vida. Ao completar dezessete anos e mudar para um novo internato, eve...