Capítulo 5 - Festa e banho frio.

512 41 0
                                    

As duas caminharam até à casa do Peter.
- Daniela já me doi os pés - disse Patricia parando pela milionésima vez.
- Vá, é só mais um pouco - deu a mão a Patricia e ajudou-a a andar.
Passados dez minhutos chegaram à casa do Peter que já dava música e a malta bebia e dança por todo o lado.
- Bora, vamos dançar - sugeriu Daniela.
- Mas eu... Eu não sei... - disse Patricia.
- Sabes sim! Sabes siiiiiiiiiiim - Disse e puxou-a para o meio da pista de dança e começou a dançar com ela. 
- Já o viste? - Elas tinham de gritar uma para a outra para se conseguirem ouvir.
- Não Patricia, de facto ainda não o consegui ver, mas acredita que quando o conseguir ver, este estará a ser sugado por uma enchente de miudas ou só por uma Leslie - riu.
Ao fim de um tempo foram à mesa de bebidas, pegaram num copo e puseram um pouco de bebida lá dentro.
- Isto tem alcool - disse Patricia pondo a lingua de fora - Que nojaaaaa!
- Uma festa destas achas que tinhas suminhos?
Começaram a ouvir gritos histéricos e raparigas a pedirem para dançar e a pedirem-se de convidas para o baile. Elas olharam uma para a outra e decidiram ir ver de onde todo aquele barulho vinha. 
Ele tinha chegado!
Vinha rodeado de outros rapazes e com o mesmo moço que andava lá na escola.
- Está aqui a banda toda - gritou Patricia de tanta felicidade.
Daniela olhou desprezadamente para a amiga.
- tu também? 
- Que posso fazer? - encolheu os ombros e riu.
- Uau, o que é que vão fazer, cantar até à minha morte? Nããõ, estão quase... - imitando ter um ataque cardiaco - Já estiveram mais longe de me mataaaaaaar!
Eles dirigiram-se para um pequeno palco que Rooster tinha nas traseiras da sua casa e começaram a cantar, as raparigas estavam aso gritos, chamavam os nomes deles incontrolavelmente e até Patricia gritava por um tal de Zayn...
Daniela percebeu que era melhor deixá-la estar e, por isso foi-se sentar num banco dentro da casa. Bebeu o resto do copo. Memórias da familia subiam-lhe à cabeça. Mais valia acabar com aquilo tudo de uma vez, pensava. Porque é que não podia simplesmente parar de viver?! Apagar as memórias que aterrorizavam os seus sonhos e simplesmente fazer com que por uma noite ela pudesse dormir sem acordar a meio da noite com medo... Foi encher mais um copo, eles continuavam a cantar. Começou a trautear "Livin on a Prayer". Bebeu mais um copo de uma vez. Sentiu-se quentinha. 
- Gostas desse tipo de bebida? - era uma voz masculina.
- Gostas de incomodar? - ripostou.
A voz riu-se. Olhou por cima do ombro e viu que era o Liam e que apesar de ele estar ali continuava a ouvir a música, gritos e os outros a cantarem.
- Huum, cantas bem por playback não é? - disse sarcasticamente.
- Não, mas preciso de fazer uma pausa e beber água.
De tocada pela bebida disse imitando as histéricas.
- OH... MEU... DEUS... O Liam Payne, o Liam Payne que anda na minha turma e canta precisa mesmo de fazer pausas? Ainda dormes? - Fez um ar surpreendido.
Ele riu e abanou a cabeça.
- Claro que não, eu sou tipo os vampiros do Twilight - riu - Mas agora tens de prometer que não contas a ninguém.
- Ui, não sei se resisto, quanto dinheiro é que isso me pode fazer? - Chegou-se mais ao pé dele.
Ele olhava para ela, de facto ela fascinava-o. Todas as raparigas o queriam, corriam para ele e adoravam-no. Ela sentia-se repugnada.
Ela pousou o copo em cima da mesa e começou a dançar.
- Uau, esta música é gira - começou a dançar e aproximou-se dele.
- Conheces a "Rock me"? - perguntou.
- Eu? Achas? Mas tu bem que me podes rockar - riu.
- Acho que estás bêbeda. - comentou
- Não, só me quero divertir, não achas que às vezes é giro? - começou a dançar encostada a ele. - Tens de te saber distrair, por vezes dá jeito...
- Eu acho que danças bem, mas não quero dançar contigo assim - ela aproximou a cara dela da dele e sorriu.
- É, eu sou assim - fazendo uma voz fina - Liiiiam, Liaaaam, leva-me contigo ao baile, é o meu último desejo! - riu.
- O meu último desejo é que não estivesses bêbeda - murmurou. Os olhos dele concentravam-se nos dela que de repente ficaram arregalados e congelados de um medo que ele não sabia qual era.
- Isso... - disse sem terminar a frase
- Isso o quê Daniela? - perguntou ele preocupado.
- Isso foi a última coisa que a minha mãe disse ao meu pai... - Não terminou a frase e desmaiou.
Ele rapidamente a agarrou e afastou-lhe os cabelos da frente da cara. 
Que se tinha passado? Que comentário era aquele? Até que ponto o comentário dele a tinha assustado...
- Hei Danie... Daniela! - Patricia acabara de entrar na sala. - Que lhe fizeste? - Olhou de um modo ameaçador para o Liam.
- eu... Eu não fiz nada! - disse realmente intimidado pelo olhar dela.
- Ela bebeu demais não foi? Ajuda-me a levá-la para o quarto dos pais do Peter. Daqui a nada o pessoal volta todo cá. - Patricia estava obviamente entusiasmada de pela primeira vez conseguiri manter uma com ele, mas realmente preocupada pela amiga.
- Tu conheces isto? - perguntou.
- Por favor, conehço o Peter desde que somos miudos...
Levou-o desde a sala até um quarto no andar de cima. Estava limpo, arrumado e em ordem. A antitese completa do que se passava lá em baixo. Deitaram-na na cama dos pais de Peter. Patricia tirou-lhe os sapatos e foi ligar a luz da casa de banho e Liam ouviu a água a correr. Sentou-se ao lado da transferida. Desviou-lhe o cabelo da frente da cara. Conseguiu perceber que ela tinha os olhos marcados por olheiras... Ainda pensava no comentário que ela tinha feito... ela teria problemas de familia? Era bonita. Ele sorriu passando-lhe a mão pela cara e fazendo um caminho com os dedos no seu rosto.
- Trá-la cá - ouviu a voz de Patricia que o despertou do seu devaneio.
- Para quê? - perguntou mas já pegando nela.
- Vamos mergulhá-la em água fria, não me parece que a tia a queira desmaiada devido à bebida em casa... 
- Mora com a tia? 
Patricia ignorou-o.
Quando ele a levou junto dela, ela começou a abrir-lhe o fecho das costas do vestido.
- Vais despi-la? - perguntou alarmado.
Claro que vou tirar-lhe o vestido não é? Depois vai quê molhada para casa? Já viste mamas e já viste biquinis, isto é lengerie, é a mesma coisa.
Ele suspirou. Ela tirou-lhe o vestido e ele pô-la dentro da banheira cheia de água. Patricia molhava-lhe a cara. Daniela começou a sentir-se fria, com água bater-lhe na cara, abanou-se mas percebeu rapidamente que estava dentro de água. abriu os olhos alarmada.
- Calma, estás bem -disse Patricia. Sentiu as mãos dela na sua cara e relaxou.
Ele ainda olhava para ela, ela não tinha visto evidentemente se não teria-o mandado embora. Ela cativava-o. Ele queria saber o que a levava a ser fria. 
- O Liam está aqui... -disse Patricia muito suavemente.
- Está? - ela abriu levemente os olhos.
- Sim estou aqui - respondeu ele imediatamente como se não conseguisse não responder. Sentiu-e traído por si próprio.
- Pat... Dás-me só cinco minutos para falar com ele? - endireitou-se na banheira - É importante.
A amiga acenou afirmamente e saiu da casa de banho, fechou a porta.
- Eu doi-me a cabeça e não me lembro da metade que disse, mas lembro-me do fim... E... eu... Eu não... Eu disse aquilo por dizer...
Ele não acreditou numa palavra do que ela disse.
- Está bem - baixou-se para ficar ao nível dela.- E agora, como te sentes?
- Com uma dor de cabeça enorme como se fosse morrer. - ele riu e encostou a testa dele à dela.
Ela fez um sorriso fraco e depois desviou a cara.
- Há mais não há? - perguntou ele.
Ela fez um olhar vago para a parede e não respondeu. Ele deu-lhe um beijo na testa dizendo que ia chamar a amiga.
Saiu e Daniela libertou uma lágrima. Ouviu a porta a mexer, sabendo que Patricia ia entrar. Mergulhou a cara para disfarçar e sorriu para a amiga quando a viu.
Queria chorar, queria agarrar-se a alguém que dissesse que a protegia, mas sabia que não podia.
Ela estava fechada consigo própria até ao mais infimo do seu ser

Sorriso InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora