Capitulo 12 - Desfaz-se em agonia

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A ultima coisa que Daniela ouvira fora a porta do restaurante a fechar e o quanto ela aguentava para não cair em lágrimas desesperadas no meio de toda aquela gente.
Caminhou, sempre com os olhos no chão e não vendo para onde se dirigia.
- Daniela! Daniela - gritava a voz de Liam enquanto ele corria atrás dela.
Começou a chover e Daniela tentou abrigar--se apertando mais o casaco contra si.
Uma mão agarrou-a no braço e ela sacudiu-a.
- Larga-me Liam! Larga-me apenas!
Ele pôs-se na frente dela, ela parou e olhou para ele, mordia o lábio.
- Quero que saibas que eu não tenho nada a ver com aquilo, o que quer que tenhas ouvido a minha mãe dizer...
- Tu nunca me tencionavas levar a jantar à tua casa pois não? - enfrentou-o.
- Daniela, eu só descobri isso ontem, depois de ter saído de casa. Até lá eu não sabia de nada, juro!
- Pára Liam, chega de mentira! Todas aquelas palavras.... Tudo o que disseste... O que te contei!
- O que tem tudo isso? Eu não menti! - disse Liam com as mãos na cara dela.
- Eram mentira! Tu... Tu só me falaste, só fizeste aquilo tudo porque eu... Eu era o teu fruto proibido! - Daniela tirou as mãos dele da cara e começou a andar, já estavam encharcados da chuva. 
- Eu não ando contigo por isso! Eu amo-te mesmo...
Ela acenou de jeito ironico.
- Pois, sou a ultima conquista do menino rico e famoso, vocês todos adoram dar nas vistas, principalmente quando são grandes noticias! Alguém com um passado como o meu! Aposto que toda a gente vai amar! 
Afastou-se dele e ele percebeu que naquele momento, nada do que fizesse a poderia por consigo, teria de dar um tempo.
Daniela apenas caminhou. Não queria saber do quão molhada estava roupa. Ela não poderia simplesmente ir para casa. Ver a cara triste da tia quando lhe contasse. Por isso continuou a andar. E era assim que ia conhecer Londres, triste e despedaçada.
Confiou nele, ela confiou nele. Contou-lhe coisas...
Sentia-se traida. Ele dissera que a amava, ela dissera-lhe o mesmo e nunca sentira tanto nada.
Decidiu onde ir. Foi ter com Patricia. Precisava de uma amiga naquele momento.
Caminhou, e quando achava que estava perdida, acabou por conseguir ir ter à rua onde Patricia morava.
Tocou à campainha, tocou uma e outra vez. Sem que ninguem abrisse a porta.
Começou por ir embora, novamente sem destino. Sentou-se num café e deixou-se estar aí. Pela primeira vez na sua vida desejou fazer o que o pai fazia quando tudo ficava simplesmente descontrolado, triste e desolador. Beber.
Pediu uma cerveja e sentou-se numa cadeira, ligou o mp3 onde pôs uma musica pesada e no volume máximo. Deu um gole. 
Viu a primeira vez que viu Liam, ele não a deixando cair, ele ajudando-a. Era tudo uma farsa, no fim do dia. Ele usara-a para se divertiu. Uma música lenta, completamente oposta à que ouvia soou-lhe nos ouvidos. Memórias recentes dele a beijá-la, dele sorrindo para ela vieram-lhe à cabeça, o que a fez querer desgraçar tudo de uma vez.
Uma mão tocou-lhe no ombro. Ela tirou rapidamente um fone do ouvido
- Daniela? - era a voz do professor Ezra Fitz.
- Mr. Fitz ! -exclamou assustada - Que faz aqui?
O professor olhou-a de lado.
- A questão, é o que tu fazes aqui, e ainda por cima com essa garrafa - tirou-lhe a garrafa - Que por acaso vou ficar com ela.
Ela não disse nada.
- Que te passou pela cabeça Daniela? - perguntou ele.
- Nada, eu... Eu bebo cerveja normalmente não sabia? 
- Sim, tens mesmo cara disso... Estás toda molhada! As tuas roupas são água Daniela!
- Eu apanhei uma grande molha...
- Consigo ver isso, e que choraste, podes confiar em mim...
- Professor, acredite que neste momento, confiar em alguém que não seja eu própria não é algo que vá acontecer...
- Está assim tão mau? - perguntou lentamente.
- Não quero falar sobre isso, lamento. - levantou-se pôs a mala ao ombro e saiu do café.
Achou que devia ir mesmo para casa.
Sorte a dela quando chegou estava tudo escuro, a tia tinha saido muito provavelmente. Melhor, assim podia chorar à vontade.
Livrou-se de toda aquela roupa molhada, tomou banho, deitou-se, chorou mas quanto mais tentava esquecer, mais via aquele sorriso e aqueles olhos castanhos claros. E cada vez mais ouvia as palavras amo-te a a música que ele lhe cantara.
Até que depois de muitas lágrimas, adormeceu.

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