Capítulo Quinze

77 34 38
                                    



Louise convidou Arsénio para jantar em um dos restaurantes no vigésimo segundo andar. O restaurante, naquela noite, serviria frutos do mar, além de música ao vivo. Era só deslizar com os dedos as imagens digitais de praias turísticas do mundo na mesa, além ser possível acessar ao menu do cardápio.

— É um lugar agradável, não acha, Arsénio? — elogiou Louise.

— Eu precisava disso. Obrigado pelo convite, estou me sentindo mais inserido nessa nova sociedade.

Arsénio olhava ao seu redor, admirando os lustres, as pessoas, os robôs servindo e dançarinos seguindo o ritmo da música no palco.

— Eu demorei para me acostumar, mas sobrevivi a todas as diversidades de um mundo futurista. — Louise aproximou sua mão para perto da mão de Arsénio. Louise se assustou ao ver a aliança no dedo de Arsénio e o questionou.

— Trata-se do anel que dei à Vivian.

— Eu nunca tinha visto em seu dedo antes — comentou Louise.

— Alguém que a conhecia deu para mim como forma de lembrar dela — explicou Arsénio, sem muitos detalhes.

Louise pegou a mão de Arsénio e declarou seus sentimentos a ele.

— Durante esse pouco tempo que retornei à vida, pensei que não encontraria alguém incrível e compreensível e, em você, enxerguei todas as qualidades de que precisava.

Arsénio, a princípio, sentiu-se confuso, mas logo percebeu que poderia corresponder à Louise. Encontrou nela a esperança de viver novamente sem ter medo de ser feliz ou de ser visto com diferença por outras pessoas.

Quando se preparou para dizer, Arsénio foi interrompido pela chegada de Apolinária, acompanhada de Igor.

Apolinária passou pela mesa de Arsénio, ignorando-o. Mas ele não disfarçava o quanto aquela mulher tomava sua atenção.

— Arsénio? — Louise o chamava, mas parecia não ser ouvida. — Arsénio!

— Desculpe-me, eu estou aqui. — Ele voltou a sua atenção de volta para Louise.

— Vamos fazer nosso pedido.

Arsénio concordou e olhou para o menu junto com Louise.

Do outro lado, separados por algumas mesas, Apolinária olhava fixamente para a mesa de Arsénio e tamborilava a mesa com os dedos nervosamente.

— Pare de agir assim. Contenha-se — aconselhou Igor, observando-a.

— Estou ótima. Não estou anormal, Igor.

— Você criou essa situação, então pare de reclamar. Se você acha que Arsénio tem o direito de reconstruir a vida, portanto suporte a ideia de vê-los juntos.

— Eles estão juntos? — Apolinária se espantou.

— Mais cedo ou mais tarde, a aproximação e o tempo farão os dois se apaixonarem.

— Terei de concordar com sua observação.

O robô passou pela mesa deles, levando a bandeja para a mesa de Louise e Arsénio.

— Sou atleta, já falei disso para você, não é, Arsénio?

— Sim.

—Em breve, receberei minha tão sonhada autorização.

— De quê?

— Minha vida era dividida entre a ICEB e a ICEBII, o segundo prédio inaugurado em 2034. Lá tem o setor de esportes e fui selecionada para treinar e prosseguir meus estudos de Educação Física. Eu gostaria de levá-lo até lá. Mas é recomendado a sua permanência aqui.

Juventude de Aço(Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora