Robbers -[ALREN]-

Chá das Cinco...

Quando os ponteiros ingleses marcam 17h, é hora de parar o que se está fazendo para apreciar uma bela xícara de chá e um biscoito ou croissant. Essa tradição existe no país desde 1662, mas caiu na graça do povo a partir do século XIX por causa de uma duquesa esfomeada. De lá para cá, o hábito saiu da exclusividade burguesa e é praticado por toda a população... E em qualquer horário!

Segundo a revista Super Interessante, a tal tradição do chá das cinco já existia há tempos em terras portuguesas. Ao se casar com o rei inglês Charles II, Catarina de Bragança, filha de D. João IV, acabou levando o costume para a Inglaterra. Lá, ele foi adotado pela corte em cerimônias e banquetes.

Mesmo assim, foi por causa de outra personalidade da realeza que o ritual ganhou fama e notoriedade. Anna Maria Russell, duquesa de Bedford, sempre se sentia faminta entre o almoço e a janta. Como solução, fazia um pequeno lanche que consistia em uma xícara de chá com leite e açúcar, e algum salgado.

Com o tempo, aristocratas e burgueses ingleses passaram a imitar o ritual da duquesa em suas casas, aproveitando a ocasião para exibirem as mais caras e belas porcelanas e pratarias. A partir daí, a tradição se espalhou, salões de chá foram criados e toda a Europa foi tomada pelo consumo do chá das cinco.

Hoje, o horário fixo não é obrigatório, mas o hábito de tomar um lanche no meio da tarde regado a muito chá, pães e doces permanece intacto, com menos ou mais formalidade.

Allysson tinha o costume de passar horas lendo o tomando chá, um costume que ela conseguiu passar para Dinah também... As tardes costumavam ser alegres e cheias de conversas. Mas agora lhe restava o velho e chato silêncio de todas as tardes que ela passava.

***

A porta do carro se abriu e com a ajuda de seu motorista a menor desceu, apertando o casaco contra o corpo na tentativa de aquecer- se ela fez um sinal com a mão e dois homens se aproximam ficando ao seu lado.

Ela faz seu caminho pela enorme passarela de pedras guiando até uma grande casa antiga. Havia dois homens parados na porta e assim que eles viram a menor chegando abriram a porta para que ela passasse...

A casa era uma mansão, quarenta quartos e doze banheiros, um enorme jardim a disposição para lazer um gigantesca biblioteca duas salas de refeição, o salão de dança- onde Allysson costumava a ficar sempre que a visitava - e um espaçoso ateliê.

Allysson sentiu um arrepio sombrio atravessar sua espinha. Aquela maldita sensação de morte que sempre a perseguia. Ela sempre evitara pisar nessa casa, tinha arrepios, enjoos e pressentimentos ruins que a fazia querer ir embora o quanto antes. Porém aquela era unica coisa que ela tinha de lembrança de sua querida bisavó, falecida a alguns anos, a mulher deixou sua fortuna e sua casa para sua bisneta que assumiu tudo aos dezesseis anos de idade, porém Allysson nunca deixou d fazer o que gostava...apesar de rica ela trabalhava, numa pequena lanchonete junto com um amigo chamado Troy, e além do mais aquele lugar lhe trazia boas lembranças do dia em que conheceu a bela morena de lindos olhos castanhos.

A loira entrou num corredor onde havia várias portas, mas apenas uma chamava sua atenção. Caminhando sem pressa a menor empurrou as portas de madeira pura e encontrou um pouco mais afastado um homem. Este usava roupas caras e tinha os melhores vinhos, wiskys que podia comprar...com apenas um aceno a menor fez com que os seguranças da sala se retirassem de imediato deixando-os a sos.

- Ora ora...quanto anos pequena Allysson quase não ne lembro de você

- Engraçado, eu me lembro de você Carlos...

Ele sorriu e Allysson o encarou sem expressão.

- O que você quer aqui?- disse e ela sorriu de lado olhando em volta ...