Reviravoltas do destino (Ed Sheeran)

Thinking out loud

Ed teve a ideia de eu participar de seu novo single.

– Meu amor, você tem ideia de que isso não é lá muito inteligente, né? – questionei.

– Eu sei das consequências. Já pensei e repensei nisso. – revirou os olhos. Abri a boca para argumentar. – "E se nos separarmos daqui a alguns anos?" – fez uma péssima imitação da minha voz. – Eu quero que seja especial. Para os dois.

– E vai ser. Sendo eu a dançarina ou não. – insisti. – Além do mais, eu não sou uma dançarina profissional.

– Eu sei disso. Olha, se não quiser participar, basta falar. – deu de ombros. Pude perceber em seus olhos que estava se chateando pela minha recusa. – Sério, eu só...

– Eu participo. – o cortei. – Só quis me certificar de que não iria se arrepender.

Um sorriso se abriu lentamente em seu rosto, e me rodopiou num abraço.

– Eu já contratei dois dançarinos que vão nos ensinar tudo.

– E eu pensando que você é sedentário.

Ele fez uma cara feia, e logo riu.

Desde quando tive Charlie, eu quis perder os quilos que ganhei na gravidez. Não foram muitos, sobretudo me incomodava um pouco. Se eu podia ter meu corpo de volta, por que não agarrar a chance?

– Vai ser bom para eu emagrecer. – sorri, colocando meus pensamentos em palavras. – Eu engordei um pouco por causa da Charlie.

Riu e aproximou nossos rostos, segurando minha nuca.

– Você estava perfeita.

Sorri, acanhada.

– Não estava não. – discordei. – O doutor disse que o recomendado seria recomendado eu engordar até quinze.

– E você engordou apenas seis. – apontou, beijando meus lábios. – Tem certeza de que não passou vontade?

– Absoluta. – puxei seu lábio entre meus dentes, e ele me puxou para perto do seu corpo. – Meu corpo que não engordou mais do que aquilo.

Ri de leve, me lembrando de uma das inúmeras vezes que ele se levantava na madrugada para satisfazer meus desejos malucos.

– Ed. – puxei seu braço nu, choramingando. – Ed, estou com vontade de comer algo.

– O que? – perguntou sonolento, mal abria os olhos.

– Eu quero sorvete de kiwi. – fiz um biquinho, que não podia ser visto no escuro da noite e do quarto, muito menos por seus olhos fechados. – Está me ouvindo?

– Oi? – perguntou, fazendo um esforço para despertar.

– Sua filha está querendo sorvete de kiwi. – repeti.

– Que horas são? – esfregou os olhos, se sentando.

– Duas e meia. Mas eu quero.

– Ok.

Ed não sabia como ir. Não havia táxi a essas horas, então teve de interromper o sono de um dos meninos.

– Harry? Oi, cara. Estava dormindo, certo?... Foi mal, é que Margarett está com desejo, e eu não tenho carro e não tem táxi nenhum por essas horas... Será que poderia vir até aqui e me levar a alguma sorveteria vinte e quatro horas?... Valeu, cara... Espero sim.