[N/A: Atendendo a pedidos, postei mais um capítulo hoje. Quero abraços e beijinhos de presente!]
Louis não sabia ao certo o motivo de ter ficado encarando aquela cena por tanto tempo, mesmo que ela lhe rasgasse com a mesma facilidade que uma tesoura cortava papel. Não era uma dor física, mas parecia tão intensa que ele se viu perdendo o fôlego mais de uma vez, sentindo-se incapaz de fazer o ar ao seu redor encher seus pulmões.
Havia algo de muito lógico em Harry estar beijando Taylor. Na verdade, havia algo de muito lógico em ele estar beijando qualquer pessoa que não fosse o próprio Louis, mas ao mesmo tempo, uma parte de sua consciência se sentia muito traído por ele estar fazendo aquilo depois de ter se declarado. O Styles poderia ter lhe dito... Dito que estava gostando de outra pessoa e que era melhor ele não falar algo assim. Louis teria ficado mais tempo no colégio até que suas lágrimas secassem.
Zayn tentou segurar o amigo quando ele se virou para ir embora, mas Louis conseguiu dar um tranco rápido e se esgueirar entre as pessoas que estavam dentro da Dust. Empurrava os corpos suados com os braços e criava espaço onde não havia apenas para conseguir alcançar a saída o mais rápido possível. Foi inacreditável conseguir sair daquela boate em menos de dois minutos, mas ele conseguiu, enchendo os pulmões com o ar frio da madrugada.
A cidade havia mudado muito naquele tempo. Prédios construídos aonde antes haviam casas, ruas fechadas e novas criadas em seus lugares. Tudo diferente e ao mesmo tempo igual. Difícil de reconhecer, mas não ao ponto de o garoto não saber para onde correr.
Louis via tudo em pequenos flashes embaçados por causa das lágrimas e havia uma certeza empírica de que se o som dos carros não fosse tão alto ele conseguiria ouvir os cacos do próprio coração estilhaçando-se contra o chão a cada passo que ele dava para longe dali.
Certas coisa na vida não possuíam explicação. Uma delas era o quanto o Tomlinson havia se apegado ao pensamento de que, quando ele crescesse, poderia ter uma chance de estar com Harry. Estar como um casal. Era uma esperança que ele alimentava desde muito novo e que ele nutriu de todas as formas possíveis, principalmente depois de ter aquele beijo parcialmente correspondido no dia de embarcar para o colégio no qual havia passado os últimos anos. Não era um pensamento racional, se você levasse em conta que o Styles era vários anos mais velho que si e que o havia criado como uma espécie de irmão mais novo, mas afinal de contas, quem disse que o amor era racional?
Principalmente na cabeça de um menino de dezesseis anos que havia se apaixonado inúmeras vezes durante sua vida... Todas elas pela mesma pessoa.
Provavelmente aquela era a milésima vez que Louis corria dos próprios problemas como se eles fossem seres físicos, andando pelas ruas apenas porque não conseguia ter a maturidade de um adulto que conversaria normalmente sobre o assunto. Mas ele tinha dezesseis anos, não era como se a sociedade exigisse maturidade de alguém dessa idade.
Mas será que era mesmo pedir demais que ao menos uma pessoa em sua vida não escolhesse outro em detrimento de si?
Quer dizer, não que Louis costumasse dizer o quanto aquilo o havia machucado, mas ser largado na chuva pela mãe que havia dito que iria lhe comprar um pedaço de bolo... Havia criado um sentimento persistente de que ele era, sim, substituível.
Havia passado a vida toda fingindo que sequer se lembrava daquilo, que sequer sabia o nome da própria mãe (ou pelo menos era isso que havia dito para Harry), mas como isso seria possível quando o menino já tinha sete anos ao ser abandonado? Claro que se lembrava dela. Claro que se lembrava de tudo.
O garoto parou de correr quando chegou em um parque público, daqueles com balanços, escorregadores e gangorras. Começou a caminhar na areia fina, até estar de frente com um dos balanços, que usou para se sentar, colocando as mãos nas correntes. Harry costumava leva-lo em lugares assim quando era mais novo.
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Infindo {l.s}
Fanfiction- Ei mocinho, aonde está sua mãe? - Eu n-não sei. • • Aonde Louis é abandonado pela mãe quando criança e Harry o encontra numa noite particularmente chuvosa.