XXII. Dúvidas

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[N/A: Gente, antes de começar esse capítulo eu quero pedir desculpa por um erro: dois capítulos atrás, eu não esqueci de alterar o termo "opção sexual" para sexualidade ou orientação sexual, mas eu deixo muitas coisas passarem quando estou adaptando o capítulo. Só queria lembrar que 9 anos atrás as discussões de gênero e sexualidade quase não existiam (é uma discussão muito recente) e que a minha versão de 15 anos não sabia que estava dizendo besteira. Ainda assim, mil perdões, agora já está arrumado. 

Também queria dizer que apesar de eu ser uma autora bem tranquila quanto a cada leitor ter sua opinião sobre um assunto e raramente me meter nas discussões que o envolvem que, como profissional da saúde, os efeitos psicológicos de um estupro, principalmente um estupro resultante numa gestação, são devastadores numa pessoa, especialmente quando não tratados (foi o caso da Johannah, ela nunca passou por acompanhamento psicológico) e que é muito comum haver rejeição ou ódio da mãe pela criança (e isso não é depressão pós parto, é estresse pós traumático, que pode desencadear montes de outros transtornos psicológicos), nos casos em que a mãe dá a luz ao bebê (provar um estupro, ainda hoje, é muito difícil, com um corpo médico majoritariamente masculino, que muitas vezes não permite o aborto, nem mesmo nesses casos, porque a palavra final é deles para definir se foi ou não um estupro). Eu não estou escrevendo isso para julgar quem tem uma opinião de ódio por ela, porque a Johannah é sim muito odiável, eu só escrevi para o caso de um dia, na vida de vocês, vocês acabarem encontrando uma pessoa que passou por por abuso, que isso libere um pouquinho mais de empatia. 

A grande maioria dos leitores é mulher. Mulheres tem de ser unidas, porque no geral, todas somos propensas a sofrer todos os tipos de violência. Sororidade gente (não necessariamente de nós com os personagens fictícios, mas de uma leitora e de uma pessoa para a outra). Se abracem gente, não briguem umas com as outras.

Amo todos vocês.

Beijinhos :*]


Harry sinceramente não sabia se voltaria a ver Johannah, mas algo lhe dizia que não se incomodaria em manter distância dela, mesmo depois de todo o episódio do motel.

Se bem que já fazia três semanas desde então e ela ainda não tinha dado as caras, situação que fez o Styles dar sua vida como reajustada, com todos os direitos que se pode gozar de uma vida estável.

Ele parou o carro na vaga do estacionamento, sentindo uma felicidade incomum lhe invadir e tomar o lugar do cansaço. Pelo menos agora poderia se enfiar no sofá e puxar Louis para seu colo, sem ter que pensar se poderia ou não fazer isso. E a felicidade de saber disso poderia ser facilmente considerada inigualável. Ter privacidade em sua própria casa era extraordinário.

Harry subiu até o apartamento que dividia com Louis, testando a fechadura e encontrando-a destrancada, sinal claro de que a casa estava habitada e, se Deus fosse bondoso, apenas pelo Tomlinson, estar acompanhado pela praga que atendia pelo nome de Zayn Malik. Uma praga amada, mas ainda assim inconveniente quando o Styles queria um pouco de sossego e privacidade; então não era como se Harry não o adorasse desde pequeno, mas ele queria descanso por hoje e não o som de risadas até altas horas da madrugada, obrigando-o a compartilhar a atenção do menor dos três, da qual ele já não podia usufruir muito por causa do trabalho.

Adentrou a sala, esvaziando ambos os bolsos no tampo de vidro do aparador, tirando os sapatos na soleira da porta e indo em direção ao sofá mais próximo, vendo a casa totalmente escura.

- Louis? - Chamou, jogando-se sentado no sofá, querendo descobrir de que cômodo da casa viria a resposta.

- Hazza... Porque demorou? - A voz manhosa veio perceptivelmente do banheiro no meio do corredor, que teve a porta aberta, seguida da saída do garoto de rosto perfeito, que começou a andar na direção de Harry, usando apenas um shorts de dormir um tanto quanto curto demais e uma camiseta confortável de algodão.

Infindo {l.s}Onde histórias criam vida. Descubra agora