Dezembro.

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Nos teus olhos eu busco afogar-me
Como se suas pupilas dilatadas fossem ralos abertos de uma piscina

Não sei nadar, mas sei fechar as pálpebras e sentir as águas me engolindo por completo
Me cobrindo, me molhando, fazendo-me perder o ar

Tenho medo de perder o chão sob meus pés
Mas tuas mãos sabem me guiar
Guiam-me os quadris num nado suave
Pra dentro e para fora do teu riacho
Suavemente, como as paixões não são

Sinto-me parte de ti e parte de mim
Sinto minh'alma
E de repente não a sinto, como se me escapasse pelos dedos
Querendo um pouco mais do que é você

E eu me afogo nas tuas águas e no sol em teus cabelos
Enquanto a luz vermelha lá fora atravessa a janela, cobrindo nossos corpos desnudos
Uma irônica representação dos desejos que me inundam de dentro pra fora
Como se fossemos a própria tempestade que toma forma.

Eu e o VentoOnde histórias criam vida. Descubra agora