A cidade estava adormecida em um silêncio mortal, ninguém havia cruzado o caminho de Joanna desde que se esgueirou para fora da prisão "especial" em que estava. Tentava andar calmamente e com tranquilidade para que seus passos não ecoassem pelas ruas vazias e chamassem a atenção de inimigos, mas era impossível, temia por sua tripulação. Com a boca seca e o coração apertado, tomou coragem e começou a correr pelas ruas, ouvia seus passos explodirem a cada contato do salto de sua bota com as pedras da rua e seu coração batia forte próximo ao ouvido.
Com o mapa da cidade um pouco embasado em sua memória, virou a esquina que lembrava-se de dar para a praça central, onde ocorreria o seu enforcamento, marcado para daqui a poucas horas. Sabia que precisava se apressar.
Assim que virou a esquina, viu uma mulher com roupas encardidas andando em direção a praça, uma pequena criança repousava a cabeça em seu ombro. Joanna parou, não poderia ser vista, pelo menos, não reconhecida como pirata, mesmo que não a conhecessem como capitã do Pérola, poderia ser mandada para a forca por ser uma pirata qualquer para um simples morador da cidade.
Olhou para seus braços, ela ainda corria com seus pertences junto ao peito. Pegou seu chapéu e o afundou na cabeça, tentando cobrir ao máximo seu rosto. Tratou de organizar tudo em seu devido lugar o mais rápido que pode, apertou o coldre na cintura e voltou a andar.
A criança acenou para ela quando se aproximou um pouco mais, forçando Joanna a abrir um sorriso. Passou pela mulher, que desejou um "bom dia", Joanna a respondeu sem virar o rosto, sabia dos riscos para as vidas que estavam em suas mãos. Voltou a correr quando se viu cercada por uma multidão na praça, não demorou a ver a grande estrutura de madeira construída para os enforcamentos semanais.
Em um canto livre de espectadores, viu uma grande massa de uniformes vermelhos e perucas brancas, supôs que ali deviam estar os piratas prisioneiros. Andou naquela direção, sendo o mais cuidadosa possível e esticando o pescoço, tentando ver algum rosto conhecido. Viu quando um soldado sussurrou algo no ouvido do Comodoro Fordon e este ficou furioso, suas bochechas pareciam dois tomates extremamente vermelhos e quase era possível ver a fumaça saindo por suas orelhas. Ele rosnou algumas ordens para o soldado e apertou o cabo de sua espada até os nós dos de seus dedos ficarem brancos.
- Já notaram que fugi - sussurra Joanna andando até uma parede e se recostado nela. - Preciso de um plano.
Sua cabeça da voltas, ela não sabe o que fazer, trocar espadas com todos esses sodados não é uma ideia inteligente se ela estiver sozinha. Olhou para o céu, buscando uma solução que caísse dele. Viu o grande pano preto preso a duas pontas, das quatro, que formavam o quadrado de prédios da praça central, o tão famoso telhado móvel de Port Royal. Já sabia o que fazer.
Joanna correu até a escada mais próxima e subiu até o telhado, correu pelas telhas até chegar ao grande e grosso pano preto, isso era arriscado, mas precisava ser feito. Apertou uma das pontas do grosso tecido e correu com ela até a outra ponta, juntando as duas em uma das mãos. Voltou ao centro do telhado e encarou a madeira velha e bolorenta que servia de apoio para o grande tecido nos dias de muita chuva.
Respirou fundo, deixando que o oxigênio forçasse seu cérebro a funcionar direito, já não sabia se essa era uma boa ideia, já que mais ninguém sabia de seu plano. Deu para trás por um instante, tripulantes de seu navio poderiam morrer, mas se não fizesse nada, todos morreriam.
- Ahhhh - suspirou, sentindo-se frustrada. - Ossos do oficio.
Correu em direção a fina madeira, poderia cair... Bem provável que cairia antes de chegar na metade do caminho, mas já havia dado dois passos na madeira e algumas cabeças já olhavam para cima. Sua única opção era continuar. Continuou em frente, ouviu a ordem para abrir fogo, mas continuou correndo. Por sorte chegou ao outro telhado, pegou um forte impulso e se atirou na fina madeira, sentindo ela ceder abaixo de seus pés. Viu o chão se aproximando e abriu o tecido, fazendo com que ele caísse sobre todos presentes na praça.
Ouviu um brado, sabia que os tripulantes entenderam o recado, estavam lutando. O som de espadas se chocando chegou até seus ouvidos, e ela desembainhou a espada, sendo cuidadosa para não atacar civis inocentes, mas não deixando sua promessa de acabar com a cidade ser esquecida e a deixar com fama de uma pirata que não cumpre suas promessas.
Avistou a exclusiva peruca branca e volumosa do Comodoro Fordon, dessa vez ele não iria escapar do fio de sua espada. Correu em sua direção sentindo uma pontada na perna esquerda devido a queda recente.
- Bom te ver novamente, Joanna Sparrow - diz ele apontando sua espada na direção dela. - Obrigado por nos proporcionar este show antes do enforcamento de sua tripulação.
- Pena que eu não possa dizer o mesmo sobre ter que olhar para sua cara - rebate Joanna. - A atração principal ainda está para acontecer, então, pode me agradecer mais tarde, se conseguir, já que sua garganta estará um pouco incapacitada de pronunciar palavras ou até mesmo de levar o ar até seus pulmões.
- Você fala de mais, Sparrow. Já pensou em simplesmente se render?
- Poderia fazer a gentileza de mostrar como se rende? - Zomba ela com um sorriso. - É experiente nisso, não?
- Ora, sua maldita - Fordon da alguns passos a frente e ataca Joanna com sua espada, mas ela estava preparada para um ataque imprudente e bloqueia com sua espada. Com a perna direita ela dá um forte chute no rosto do Comodoro e este cai desmaiado no chão da praça central.
Oi, oi, genteeee, me desculpem pela demora, bloqueio criativo decidiu me fazer uma visita, mas agora voltei com tudo, em breve teremos mais capítulos
Beijos de Rum
NatáliaB.
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Joanna Sparrow - livro 2
FanfictionCom a "aposentadoria" de seu pai, Jack Sparrow, Joanna agora se vê capitã do temido navio Pérola Negra. Seu destino está fadado ao sucesso quando parte em busca do tesouro do navio Flor do Mar. Como excelente capitã que se tornou, Joanna conta com f...