Capítulo - 04

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São Paulo, 27 de março 2009

VICTOR

O relógio marca cinco e meia da manhã, mas as cortinas fechadas não me permitem saber se o sol já nasceu. Contra meu peito, Cíntia dorme serena, seus cabelos lindos e loiros desenham a pele das costas delicada; fascinado, sorrio pela oportunidade que a vida está me dando e me pergunto o porquê resisti tanto. Ainda que soubesse que tal decisão poderia ter sérias consequências, não me importava, desejava viver o que sentia por uma garota tão mais jovem se assim ela quisesse, mesmo defrontado com minhas inseguranças. Sua entrega durante todo o desejo que nos consumia representava muito mais do que um simples tesão, e sentia que poderia tê-la a vida toda e ainda assim não ser o suficiente. Aos poucos observo que abre os olhos, sorri e beija meu peito, me apertando em seu abraço. Nua, ela se esfrega em mim e beija meus lábios, entorpecido por ela permito que guie minha língua até que nos afastemos sem ar.

— Sonhei que você tinha fugido de mim. — Ela diz enquanto acaricia meus cabelos.

— Estou louco por você, acha mesmo que consigo fugir? — Elevo a sobrancelha e ela ri. — Não cedi antes porque há muitas coisas envolvidas, principalmente seu pai.

— Você é a única regra que quero quebrar. — Expira. — Gosto de você há tempo demais, nunca senti isso por nenhum garoto...

— E por isso perdeu a virgindade comigo? — Ela coloca o cabelo atrás da orelha, confirmando minhas suspeitas. — Espero que eu não tenha te machucado, mas dado o prazer que você merece. — Levanto seu queixo e ela beija a palma da minha mão.

— Nunca senti tanto prazer na vida. — Morde os lábios e minha virilha protesta em agrado.

— Só tenho aula na parte da tarde, mas a senhorita não, e não quero que se atrase. — Me sento na cama. —Nós ainda precisamos passar na farmácia, pois não usamos camisinha, embora possa lhe assegurar que sou muito rígido com a minha saúde...

— Relaxa, eu tomo pílula!

— Então vamos, porque não quero aluna minha perdendo horário.

— Tudo bem, senhor professor. — Revira os olhos. — Vamos a mais um dia de aula de direito! — ela remeda, e franzo o cenho, estranhando sua postura.

— Não gosta das matérias de hoje? — ela se afasta, se sentando na cama.

— Não é a matéria... — diz com cuidado.

— Você não gosta da graduação. — Concluo e ela fica vermelha.

— Por favor, Victor, não se ofenda. Sei que você é apaixonado pela área jurídica, mas... — a corto com um gesto e abro um sorriso amistoso.

— Ei, tudo bem! — passo as mãos por seus cabelos macios. — Você não é obrigada a gostar de direito porque eu gosto, somos pessoas diferentes acima de tudo. — Asseguro. — O que é estranho pra mim foi você ter escolhido a graduação.

— Não queria desapontar meu pai. — Suspira. — Ele atuou muito tempo como advogado e só agora está tomando outro rumo, mas ele insistiu tanto que eu abri mão de jornalismo.

— Entendo que ame o seu pai e queira agradá-lo, mas essa é a sua vida. — Aconselho. — Jornalismo é uma área incrível! A mídia de informações é uma característica fundamental dentro de uma sociedade democrática garantida pelo próprio estado de direito. — Ela sorri e beija meus lábios de repente. — O que foi?

— Você simplifica as coisas de uma forma admirável! — Meus olhos brilham diante de seu elogio, percebendo que, embora muito jovem, ela era o meu melhor lado em muito tempo.

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