Através da Escuridão.

Noiva?

Me ajeitei melhor no alto banco posicionado do palco do auditório em qual eu me encontrava já por alguns minutos. Estava em uma rádio que eu deveria me lembrar o nome, mas não lembro. Época de divulgação do clipe em todos os lugares possíveis.

Ainda teria uma sessão de fotos, hoje.

E eu tinha prometido ir a casa de Dinah hoje, com alguns amigos que estavam na cidade.

Dia cheio.

— Então, Camila, como anda o novo álbum? Você postou uma foto em um estúdio essa semana, ficamos curiosos — a voz do entrevistador me chamou a atenção e eu me virei para ele.

— Está a caminho — garanti e me virei para os fãs que estavam sentados na frente do palco — Estão ansiosos? — perguntei, rindo ao ter gritos animados como resposta — Nós estamos em, o quê? Setembro? Eu espero que até Dezembro, consiga lançar meu novo álbum.

— Muitas coisas diferentes?

— Eu creio que sim, cheguei a um ponto da minha carreira que quero inovar, quero tentar coisas novas — respondi sincera — E para isso estou trabalhando com incríveis produtores, e compositores, para fazermos desse álbum, algo único e especial.

— Algo que adoramos em você, é que você sempre traz parcerias incríveis em seus álbuns, sempre se juntando a amigos e fazendo músicas incríveis, como no seu último álbum, o single com Ed Sheeran. Teremos mais disso? — ele perguntou um pouco animado, me fazendo soltar uma risada baixa.

— Eu estou tentando, roubando alguns amigos de suas gravadoras para cantarem comigo — admiti divertida, os fazendo rir.

Continuamos a entrevista por mais alguns minutos, e após uma apresentação acústica do meu single, saí da radio ao lado de Ally.

— Você precisa acalmar seus fãs no Twitter — Ally disse enquanto entrávamos no carro — Eles estão começando a brigar com os fãs da sua esposa, criando lados, depois que sua entrevista na Ellen foi ao ar ontem.

— Eu nem estou entrando em minhas redes sociais, estão trazendo a tona tudo da semana retrasada, só porque eu disse aquelas coisas na Ellen — revirei os olhos, tirando meu celular so bolso e desbloqueando o mesmo.

— Olha, você causou isso, se recusando a aceitar o que eu vivo dizendo sobre o que falar e o que fazer — Ally repreendeu e eu revirei os olhos.

— Ally, nem começa, eu não fazia isso nem quando minha mãe era minha empresária, eu te chamei justamente porque você me entenderia — resmunguei, vendo minha amiga apenas suspirar, negando com a cabeça.

Encarei as horas na tela do meu celular. 10:30am. Rodei o aparelho em minhas mãos, decidindo se fazia a ligação ou não. Rolei os olhos, discando os números que eu sabia de cor e levando o celular ao ouvido.

— Alô?

— Heeeeey little princess — falei animada ao ouvir a voz da minha irmã caçula, e ri ao ouvir o mesmo barulho que ela sempre faz ao ficar surpresa.

— Kaki! Hey! — disse animada, me fazendo rir mais um pouco — Oi!

— Oi, meu amor, como você está? — perguntei, a saudade fazendo meu coração se apertar.

— No momento, ótima, você acabou de me livrar de uma aula insuportável de Biologia — Sofia respondeu, e mesmo sem a ver, sabia que havia revirado os olhos ao mencionar a matéria — Sério, não preciso de uma aula para saber que meninas tem vaginas e meninos tem pênis.

— Sofia! — repreendi, mas acabei rindo — Você tem 14 anos, tem que aprender isso, e saber como funciona.

— Há tantas outras maneiras para saber como isso funciona — ela disse, aparentemente despreocupada e eu arregalei meus olhos.