Best Friends Forever.

Capítulo 10.

Agora vem as más lembranças, começando com a alegação de pedofilia.
Lembro-me (como se fosse ontem) quando vi, junto com meus irmãos e minha mãe, papai sendo preso. Felizmente Blanket era recém-nascido.
Nós vimos os policiais invadindo Neverland (que era nosso paraíso, nosso mundo mágico) e prendendo Michael. Aquilo foi de partir o coração. A cena da polícia colocando as algemas nos punhos de papai não sai de minha mente. Não sei os outros mas eu reparei que colocaram as algemas de uma forma que machucaria Michael.
Os olhos de papai mostravam tamanha tristeza que ele sentia e o quanto seu coração estava partido. Ele precisava de um forte abraço.
Chorando, fui correndo até ele para abraçar-lhe. Lembro-me de ele pedir aos policiais, com seus olhos lacrimejando:
- Deixam-me dar um abraço nos meus filhos? Soltem-me por alguns instantes, por favor.
A polícia não queria, mas nós insistimos:
- Por favor, policiais. - Disseram Prince e Paris juntos.
- É, por favor. - Eu falei, ainda abraçada a ele e ainda chorando.
Mamãe que estava com Blanket no colo também interferiu:
- Policiais, vocês estão prendendo o pai dessas crianças, e nós sabemos o motivo e a verdade. Soltem-o para Michael dar um abraço nas crianças, nem que seja só por alguns instantes. Por favor, policiais.
Eles cederam e o soltaram.
Michael nos abraçou fortemente, como se fosse o último abraço. Ele deu vários beijinhos no topo das nossas cabeças, ainda chorando. Quando foi até Blanket, chorou mais ainda, já soluçando.
Depois os policiais o prenderam de novo, colocando as algemas mais forte do que antes. Era impossível parar de chorar. Quando eles já estavam indo, eu caí de joelhos, chorando mais e soluçando. Meus irmãos me abraçaram, quando levantei abracei mamãe. Fomos para dentro da mansão, corri para o quarto de papai. Peguei uma de suas camisas para sentir seu cheiro. Eu não o tinha naquele momento, mas precisava dele. Pelo menos daquele jeito eu conseguia me sentir um pouco mais próxima à ele.
Prince não saía do quarto de papai para e por nada, Paris ganhou uma imensa febre e eu entrei em grande depressão. Nós três ficávamos no quarto de Michael, com nosso coração despedaçado em nossas mãos. Choramos tanto naquele dia em que ele foi preso, que já não tínhamos mais lágrimas, nos dias seguintes.
Debbie Rowe (mãe de meus irmãos), Liz Taylor e Lisa Presley apareceram para dar-nos apoio.
Ao sabermos que papai seria solto, ficamos muito felizes. Até o momento em que ele chega em casa.
Papai estava fraco, sujo e machucado. Nosso coração que estava apenas se reconstruindo, partiu-se novamente. Ajudamos-o a sentar-se no sofá. Liz, Lisa e Debbie ficaram lá com ele. Paris foi preparar a banheira para Michael, afinal ele estava precisando muito de um banho. Mamãe pegou as toalhas e roupas limpas. Prince foi até a cozinha para pegar algum lanche, papai estava fraco demais. E eu cuidei de seus ferimentos. Michael cuidou de cada um de nós como se fôssemos filho único, estava na nossa vez de cuidar de alguém, e esse alguém era ele. Michael é único. Com todo o sofrimento que papai teve em Neverland, ele vendeu o rancho e fomos para nossa mansão em Los Angeles. Foi muito triste termos que deixar Neverland, afinal, era o nosso mundo fantástico. Papai era Peter Pan e nós as crianças perdidas, ou melhor, éramos as crianças encontradas.
Durante o tempo em que nós cuidávamos dele, Lisa apareceu diversas vezes para ver como Michael estava. Ela até beijou-o (na boca) em nossa frente. Aquele beijo parecia verdadeiro. Não sei hoje, mas estava visível que Lisa ainda amava muito meu pai.