Capítulo 4

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A noite chegou, e o Jonatas apareceu lá em casa. Dessa vez, ele não quis jantar. Já tinha jantado. Então fomos conversar na área, enquanto a minha mãe e o meu padrasto estavam assistindo a um jornal na televisão.

— Não queria que você estivesse ficado brava comigo. Eu só quis te fazer uma surpresa na loja.

— Foi legal, mas a gerente é uma mulher muito mandona e exigente. Se você ficasse mais um pouco, ela poderia ter chamado a minha atenção.

— Já ouvi dizer que a gerente de lá é casca grossa mesmo.

— Ela é casada?

— É sim. O marido dela se chama Valério. Ele é dono de um supermercado na saída dessa cidade.

— Entendi.

— Por quê?

— Nada. É que ela parece muito mal amada.

O Jonatas sorriu.

— Deixa isso para lá... — Ele pediu — Eu quero te fazer um convite. O que acha?

— Depende, Jonatas.

— Os meus pais vão ficar na fazenda no domingo e me perguntaram se eu queria te levar. Eu já até falei com os seus pais, e eles acharam uma ótima ideia.

— Então, eu aceito.

— Ótimo! — Ele me beijou, e eu só queria que o beijo acabasse logo.

Eu não podia negar que gostava de fazenda. O meu padrasto tinha uma, mas decidiu vender para pagar umas dívidas. Já tinha ouvido falar que a fazenda dos pais do Jonatas era muito bonita, com muitas árvores frutíferas e até tinha uma piscina. Talvez se eu passasse mais tempo com ele, aprenderia a gostar dele e esqueceria a gerente do meu serviço.

Ele foi embora. Entrei em meu quarto e deitei-me na minha cama. Eu estava muito cansada do serviço, mas estava um pouco melhor depois da conversa com o meu namorado. Apesar de não ser tão a fim dele, o Jonatas sabia me deixar contente. Só que depois me veio na mente o rosto da gerente Angélica. Ela era mandona e exigente, mas era uma morena extremamente maravilhosa. Só de falar com ela, já me deixava excitada. Sei que isso deve ser coisa de gente carente e virgem. Mas o que eu podia fazer se eu era exatamente assim? Nunca tinha transado com ninguém.

Aproveitei o fato de a porta do meu quarto estar trancada e apenas estar de calcinha e sutiã em minha cama para descer a minha mão direita até chegar à minha parte íntima e comecei a fazer um movimento circular, enquanto eu imaginava a gerente sobre mim.

Mas logo parei e comecei a chorar em silêncio, sentada e abraçando os meus joelhos. Aquilo não estava certo. Eu não podia agir daquela maneira. Só me restava pensar em algo para acabar de vez com aqueles pensamentos...

A semana foi passando, e com ela algumas coisas aconteceram... Eu ganhei uma camisa masculina em um sorteio que ocorreu para os funcionários da loja. Nem acreditei direito naquilo, pois não tinha sorte para nada. Mas peguei a caixa com a camisa, que tinha uma cor roxa bem clara, e a Angélica passou por mim e disse:

— O seu namorado vai amar essa camisa.

Fiquei sem graça quando ela falou isso. Não queria lembrar o fato que eu tinha um namorado. Depois de mais alguns dias, ela passou a sorrir quando me via em algum lugar da loja ou na cozinha. Eu ficava com vergonha dela fazer esse tipo de coisa.

Minha menininha (Romance lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora