Dia 6

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Leo já havia dormido na casa de Jason algumas vezes e vice-versa. Haviam sido noites de muita bagunça, em sua maioria, pois o mais baixo ficava elétrico de ansiedade com a presença do amigo e, por isso, conversavam até que ficassem cansados demais para pensar.

Naquela noite, porém, Jason não dormiu direito. E não foi por culpa de Leo, pelo menos não diretamente.

O loiro estava se rendendo a um sentimento que teimava não ter e isso o deixava desestabilizado. Teimara tanto com tanta gente, dizendo que nunca veria o Valdez de outra forma, mas lá estava ele, olhando o amigo e pensando em como ele ficava adorável enquanto dormia.

Havia tido muitos sonhos, cujos detalhes não se lembrava, mas sabia que foram estranhos por conta da sensação que deixaram em seu peito. Uma hora, depois de já ter acordando um par de vezes, ele desistiu de tentar dormir e ficou pensando em tudo e em nada, ao mesmo tempo.

Em dado momento, depois que o brilho do Sol começara a invadir seu quarto pela janela, Jason parou para velar o sono do amigo.

Ele não faz ideia do que está fazendo comigo, pensou com um pouco de frustração.

Cansado de ficar dando voltas no assunto – que ainda não chegara a uma conclusão por conta da própria teimosia –, Jason se levantou e foi à cozinha preparar o café da manhã.

Now I've got you in my space, I won't let go of you – cantava enquanto fazia torradas e colocava a garrafa de suco sobre a ilha. — Got you shackled in my embrace, I'm latching onto you.

Ele estava tão distraído com o que fazia e com a música que cantava que não viu Leo chegar. O latino teve que se segurar para não rir; Jason era bom em muitas coisas, mas cantar não era uma delas.

— Não estrague a música, cara – disse depois de um tempo, gargalhando quando Jason deixou cair um prato por conta do susto que levou com a aparição repentina.

— Porra, Leo! – esbravejou com a mão no peito. — Olha só a merda que fez. – Apontou para o prato despedaçado.

— Desculpa. – Continuava a rir. — Eu cuido disso.

O baixinho mal havia se aproximado de onde Jason estava e, repentinamente, se viu sobre o ombro largo do loiro e sendo carregado para fora da cozinha.

— Ei! Me coloca no chão! – pediu indignado, dando um tapa nas costas do Grace.

— Você está descalço, idiota, poderia cortar o pé – disse parando na sala, mas ainda com o amigo sobre o ombro.

— Tá, me desce logo. – Voltou a pedir, ignorando a preocupação desnecessária do mais alto.

— Tem certeza? – perguntou dando uma girada repentina, o que fez o mais baixo soltar um gritinho assustado.

— Vai ficar com dor no ombro, Grace! – Jason riu.

— Você é tão leve, que posso ficar horas assim! – Girou de novo, Leo se agarrou na camiseta do loiro e fechou os olhos com força.

Segundos transformaram o medo do moreno em risadas, que contagiaram o outro e logo os dois estavam gargalhando e girando feito duas crianças arteiras.

Estar com Leo era sempre assim, voltar a infância e ser o que queria sem ligar se era idiota ou não. Com Leo, Jason se sentia livre e leve.

— To tonto! – avisou rindo.

— Então para! – Leo também continuava a rir.

— Não consigo, estou no automático agora – dizia ficando sem fôlego e diminuindo o ritmo, mas sem parar.

Sete dias com LeoOnde histórias criam vida. Descubra agora